Ambiente de demanda bastante favorável em 2022 -

Ambiente de demanda bastante favorável em 2022

Se tivermos um pouco mais de facilidade na aquisição de semicondutores poderemos produzir mais e poderemos, inclusive, repor os estoques que estão num ponto muito baixo pela falta de produto, o que, inclusive, se somaria à demanda, fazendo então de 2022 um ano bem mais interessante que 2021

* Dan Ioschpe

O ano de 2021 para o setor automotivo e, mais especificamente, para o segmento das autopeças é um ano de recuperação. Nós tivemos as dificuldades que a sociedade como um todo enfrentou em 2020, especialmente na primeira fase da pandemia, até que conseguíssemos desenvolver os protocolos e a forma de voltar a realizar a nossa atividade com segurança e com proteção a todas as pessoas envolvidas. A partir da segunda fase do ano de 2020, e também no início de 2021, nós tivemos uma boa recuperação, até de forma surpreendente em relação à demanda por veículos, o que também está relacionado à própria pandemia e ao desejo mais latente de se ter alternativas de mobilidade menos coletivas e mais exclusivas.

Enfrentamos em 2020 restrições com relação a matérias-primas e tivemos a superação dessas questões em 2021, mas aí passamos a enfrentar o problema conhecido por todos, dos semicondutores, que tem sido de grande complexidade em nível mundial e que tem restringido a capacidade de produção do setor em todo o mundo, inclusive no Brasil, o que acaba reduzindo a própria comercialização de veículos pela falta de veículos disponíveis para endereçar a demanda, que é bastante interessante. Ainda assim, o ano de 2021 é de recuperação, com um crescimento importante da produção em relação a 2020, mas ainda ficamos bem aquém de onde estávamos no pré-covid, lá em 2019.

E fica também essa questão muito complexa da disponibilidade dos semicondutores, que têm sido fortemente demandados por diversos segmentos, além do automotivo – que não é o principal demandante no mundo desses componentes – e o próprio hábito de ficar em casa acabou de certa forma agravando essa situação pela decisão de compra das famílias de uma série de equipamentos para o lar, que, sim, levam os semicondutores. Para 2022, a nossa expectativa é de um ambiente de demanda bastante favorável, assim como 2021, e vamos ter que ver como vai se dar essa questão da restrição na produção por conta dos semicondutores. Se tivermos um pouco mais de facilidade neste lado da equação poderemos produzir mais e poderemos, inclusive, repor os estoques que estão num ponto muito baixo pela falta de produto, o que, inclusive, se somaria à demanda, fazendo então de 2022 um ano bem mais interessante que 2021 e, com certeza, que 2020, se não equivalente a 2019 já bem mais próximo do momento anterior à covid. É claro que existe uma série de outras questões que vão influenciar essa situação, inclusive a demanda. Por exemplo, a inflação, os juros, as condições macroeconômicas como um todo, mas a gente entende que, em linhas gerais, elas não deverão representar um grande obstáculo à continuidade da demanda no nosso setor nos anos subsequentes, sendo nesse momento a maior preocupação na capacidade de produzir, entregar os produtos demandados e recompor a base de estoques mais razoável do atendimento da demanda.

Dan Ioschpe é presidente do Sindipeças – Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores


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