Claudio Milan
Está cada vez mais claro – e o Seminário da Reposição 2021, bem como uma infinidade de reportagens anteriores do Novo Varejo, mostraram isso – que não existe mais fronteiras entre os universos físico e digital. “Hoje 75% dos movimentos estão direcionados ao mindset digital e disruptivo. E digital não se refere apenas a tecnologia. Tem um comportamento que precisa mudar uma série de ações dentro das companhias. E companhias grandes, para que não sejam engolidas pelas startups. Se elas não mudarem hoje, pode ter certeza que alguma startup que está nascendo dentro de uma garagem pode engolir o negócio. Para que isso não ocorra, é preciso ação já”, provocou Rodrigo Parisotto, Head TI e Produtos Digitais do MercadoCar, rede varejista de autopeças e acessórios paulista em sua apresentação no Seminário.
Para o executivo, trabalhar a satisfação do cliente é o centro de tudo no processo de transformação organizacional digital. “Quando você não ouve o seu cliente na ponta, talvez aquele modelo em que sempre acreditou possa estar com os dias contados”.
O chamado Data Driven Decision surge, então, como componente de transformação digital fundamental. “Precisamos estar antenados com os números: em que ponto nossa cadeia de valor precisa se transformar? Para isso, precisamos pegar todos os dados soltos dentro da companhia e criar nosso repositório de dados para começar a trabalhar esses números”, sugeriu.
O meio em que gravita esse processo é a tecnologia. Tudo ocorre dentro de alguma plataforma. “Nosso cliente é digital. E vem uma geração ainda mais digital aí. Dizem até que 85% das ocupações e cargos de hoje vão deixar de existir. E 65% ainda não existem. Tudo isso é a transformação dentro da companhia”.
Para que tudo funcione, é preciso remodelar a cultura da empresa. Algumas crenças que funcionaram no passado precisam abrir espaço para um novo mindset. “É aí que entra o mindset digital. Trabalhar na cocriação e na colaboração. A inovação seguramente é que vai manter a empresa por mais 50 ou 100 anos. E aí a gente fecha o business agility. Se decidirmos rapidamente, teremos muito mais sucesso nessas tomadas de decisões”, finalizou Rodrigo Parisotto.
