Lucas Torres – jornalismo@novomeio.com.br
Desde 2010, o Dia do Balconista de Autopeças – 26 de novembro – faz parte do calendário oficial do município de São Paulo, cidade que concentra a maior frota do Brasil. Mas a data foi criada bem antes, em 2001, pelo Novo Varejo e a Editora Novo Meio com o objetivo de homenagear e valorizar estes profissionais tão importantes no Aftermarket Automotivo.
Em 2010, com o apoio do Sincopeças-SP, levamos uma proposta à Câmara dos Vereadores de São Paulo e conseguimos tornar a data Lei Municipal. Sem dúvida, um merecido reconhecimento para a categoria. A iniciativa, felizmente, não ficou restrita ao Novo Varejo. A data foi abraçada pelo mercado como um todo – e até pela imprensa especializada do setor, aí sim um reconhecimento público à iniciativa da Novo Meio. A homenagem é para lá de justa! Afinal, este profissional é o elo que conecta os mais diversos produtos do mercado com seus consumidores – muitas vezes atuando com um consultor e conselheiro técnico. Neste ano, porém, a comemoração ganha contornos especiais. Isso porque nos últimos meses o valor fundamental do balconista para o Aftermarket Automotivo motivou dirigentes de entidades e formadores de opinião do setor a se articularem para criar uma norma regulatória das competências da profissão junto à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
O projeto coordenado pelo presidente do Sincopeças Brasil, Ranieri Leitão, e que tem a secretaria do diretor da Alvarenga Projetos Automotivos, Luiz Sergio Alvarenga, recebeu apoio significativo dentro do aftermarket. De varejistas a fabricantes de peças, passando pela imprensa especializada e pelas instituições de capacitação, os diversos players envolvidos com o dia a dia da reposição voltaram suas atenções para as tratativas que visaram – acima de tudo – a elevar o nível e profissionalizar ainda mais o comércio de peças automotivas no país. Muita coisa avançou de janeiro, período em que em que as tratativas foram iniciadas, até aqui. Dentro deste contexto, a mudança da nomenclatura tradicional para ‘vendedor de autopeças’ foi uma das que mais chamaram a atenção – a alteração foi feita para que a norma possa abranger todos os profissionais envolvidos na comercialização dos produtos além daqueles que atuam no balcão e também para expressar uma visão de mercado que espera que estes profissionais passem a cada vez mais agir de maneira proativa e não apenas ‘atendam aos pedidos dos clientes’.
A configuração da norma, porém, vai muito além deste ponto conceitual –balizadores de pontos como escolaridade, conhecimento técnico e experiência na profissão estão inseridos na norma. Mas como será feita a inserção desses conceitos traduzidos pelo documento da ABNT no cotidiano real do varejo de autopeças? Será que o segmento está preparado para adotar as recomendações da norma na hora de qualificar ou selecionar seus profissionais de venda? Para compreender com maior profundidade o terreno em que serão plantadas as novas diretrizes dos balconistas, o Novo Varejo realizou um levantamento junto a varejistas de diferentes portes e localidades do país. Durante este survey, convidamos os empresários do setor a compartilharem detalhes importantes sobre o perfil de seus profissionais – nos ajudando a desenhar a atual fotografia do segmento e enxergar as áreas que precisarão de maior esforço em uma fase mais avançada dos trabalhos a partir da norma ABNT e de sua implementação prática. Acompanhe nesta reportagem especial em homenagem ao Dia do Balconista de Autopeças a visão dos proprietários de lojas sobre os profissionais que são o cartão de vistas de suas empresas.
Principais tendências identificadas no survey
– Boa parte dos balconistas percorre uma trajetória dentro da empresa antes de assumir essa posição
– A grande maioria dos balconistas possui Ensino Médio Completo nas lojas entrevistadas
– Possuir conhecimento técnico não é pré-requisito para os balconistas das lojas entrevistadas
– Boa parte dos balconistas domina os catálogos eletrônicos