Inovação e foco no cliente -

Inovação e foco no cliente

Silvio Alencar, diretor da Dayco para a América do Sul, apresenta as novidades da marca e fala sobre as perspectivas do mercado brasileiro de reposição

A Dayco está com um novo produto no mercado: o kit com o agregado da bomba d’água. É mais uma inovação que a empresa apresenta no segmento em que atua. Inovar, segundo Silvio Alencar, diretor da Dayco para a América do Sul, é um dos diferenciais da marca, que cada vez tem também dedicado especial atenção ao cliente.

Novo VarejoComo a matriz enxerga hoje o mercado brasileiro e a instabilidade trazida pela crise?

Sylvio AlencarA Dayco completa 111 anos e tem a cultura de não pensar no curto prazo. Uma empresa como essa já enfrentou guerras e todo tipo de mudança que pode ocorrer na economia. Está presente em 21 países e conta com 50 instalações, na maioria fábricas. O grupo está acostumado a administrar adversidades. Nosso planejamento considera que essas situações devem ser administradas. O único efeito prático disso é que, muitas vezes, você pode antecipar ou postergar investimentos, adequar uma estrutura mais enxuta, mais ágil, ou fazer uma ampliação da estrutura para atender a um mercado crescente. Nós vemos primeiro o potencial, e o Brasil tem um potencial inquestionável. Todo esse processo de mudança política é doloroso, mas certamente vai caminhar para uma solução melhor do que era antes. É com esse espírito que fazemos o planejamento. A perspectiva é otimista e agora se espera que surjam sinais concretos da economia para orientar investimentos mais pesados, mas em momento nenhum nós deixamos de fazer a coisa andar, de investir no que é necessário para manter a atividade dentro do crescimento esperado.

NV Como está o mercado de reposição para a Dayco?

SANós esperávamos um crescimento da frota na casa dos 3,5% ao ano; por outro lado, temos também investimentos e ações de mercado que nos levam a buscar um crescimento maior do que esse, o que de fato tem acontecido em todos os níveis de atividade porque desenvolvemos ações que estão respondendo de acordo com o planejamento.

NV Quais são essas ações?

SAUma das que posso mencionar é o forte investimento em serviços. Entendemos como serviço a logística eficiente, a qualidade do produto e a própria estrutura de atendimento e suporte ao aplicador que é, via de regra, nosso consumidor final.

NVÉ possível recompor as margens no aftermarket?

SAEu acredito que sim, um dos fatores que afeta a rentabilidade é o pensamento falso de que se eu vender mais barato que meu concorrente eu vou ganhar mercado, como se isso não implicasse em uma contração daquele concorrente fazendo com que todo mundo jogue o preço para baixo. Mas muitas vezes é uma questão de gestão, as empresas, às vezes, se preocupam somente com os itens da curva A, o que resulta em rentabilidade menor porque são os itens de maior volume. É preciso trabalhar de maneira mais completa e se voltar para dentro do negócio e analisar quais ações têm resultado, qual despesa é realmente necessária, enfim, fazer uma analise completa da gestão otimizando a rentabilidade.

NVEm relação a produto, quais inovações a Dayco tem trazido ao Brasil?

SAA Dayco é uma empresa de vanguarda. Foi a inventora da correia de acessórios, a poly V; da correia elástica, que dispensa tensionador; foi a pioneira no tensionador automatizado; e agora inventou a correia que trabalha imersa dentro do óleo, como se fosse uma corrente, tecnologia muito premiada na Europa pela inovação e pelo compromisso com o meio ambiente porque reduz o peso, a emissão e tem uma durabilidade de 300 mil km. A Dayco senta com a montadora e participa do projeto do motor. Hoje nós não fornecemos somente ou a correia ou o tensor, fornecemos todo o sistema de transmissão dos veículos. No Brasil, fundamentalmente é a única empresa que produz o sistema todo, o tensor, as polias e as correias.

NV A crescente complexidade tecnológica exige mais treinamentos. Como o Dayco supre essa demanda?

SAEste é um fator chave para o negócio. Além dos 12 promotores indo pessoalmente às oficinas, nós temos o treinamento convencional, o site Garagem Dayco e os conteúdos para smartphones, como os diagramas com a montagem das pecas. E também uma infinidade de filmes no youtube com orientação sobre a instalação das correias. Alguns veículos dependem de ferramentas especiais para instalação, assim alguns produtos nossos vêm acompanhados com essas ferramentas, muitas vezes descartáveis, para auxiliar na instalação da correia.

NV O e-commerce é uma solução viável para a venda de autopeças no mercado de reposição?

SAO Brasil tem uma condição peculiar. Se você pegar o modelo europeu e o americano e juntar os dois dá o que tem no Brasil. Acredito que aqui o e-commerce vai conviver com uma fatia do mercado, a rede de lojas terá uma fatia, o distribuidor puro outra e assim por diante. A questão é dimensionar isso. As novas gerações são muito focadas na internet – e nós também. Com o passar do tempo vai crescer significativamente a participação do e-commerce, mas ele não vai dominar o mercado, mesmo sendo uma ferramenta poderosa.

NV Como você avalia o trabalho realizado pelo varejo de autopeças?

SAEu tenho observado que, ao menos nos grandes centros, o varejo vem se adequando aos novos tempos. É preciso ter uma loja capaz de receber também uma mulher, estar preparada para atender o dono do carro, porque muitas vezes o mecânico não está conseguindo bancar a compra das peças e o consumidor acaba fazendo isso. É importante que os balconistas estejam bem informados e aparelhados com conteúdo online para poder discutir e orientar o mecânico. O mercado exige uma melhor preparação da loja, um estoque mais balanceado, um atendimento rápido. Eu ainda não acredito, no Brasil, em uma especialização muito forte. Em São Paulo, por exemplo, é possível sobreviver vendendo só peça para carros franceses. Em outra cidade mais distante não dá, é preciso ter a maior diversidade possível, adequando a estrutura a cada mercado e às preferências regionais.


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