As vendas do comércio nacional ficaram estáveis entre os meses de junho e julho, na análise dos dados dessazonalizados realizada pela Boa Vista. Já na comparação com julho do ano passado, as vendas recuaram 4,5%.
Com a queda no resultado interanual, o recuo na variação em 12 meses se intensificou, passando de -0,8% para -1,5%.
A queda em comparação ao mês de julho de 2021 foi forte, mas, segundo a Boa Vista, a partir de agosto esse resultado tende a apontar para outra direção. Isso por causa do efeito da PEC dos Combustíveis e do Auxílio Brasil, que passou de R$ 400 para R$ 600. Esse aumento deve ser convertido em consumo.
“O efeito da PEC dos Combustíveis já apareceu nos dados de inflação e isso tende a favorecer o segmento, da mesma forma que o aumento do Auxílio-Brasil tende a ser destinado às categorias de itens mais básicos, como os alimentos, que continuam caros” diz Flávio Calife, economista da Boa Vista.
Segundo ele, a tendência de queda na taxa de desemprego até o final do ano, junto dessas medidas pontuais, são fatores que ajudam o consumidor a contornar o quadro de queda na renda real e de juros mais altos.
“Além do efeito base, isso também sustenta a ideia de que a curva de longo prazo do indicador vai cruzar a linha da estabilidade mais uma vez e encerrar o ano em alta”, diz Calife.