Monitor Mercantil
Os criminosos virtuais estão sempre em busca de mercados que possam apresentar vulnerabilidades para ciberataques de diversos tipos. O comércio, seja na forma de varejo ou mesmo no eletrônico, que segundo dados da Retail X (Reino Unido) movimentou mais de US$ 81 bilhões em apenas seis meses de 2022, são alvos constantes de vários tipos de ameaças virtuais que podem causar grandes danos a essas empresas e aos consumidores.
Em relatório publicado pela Apura Cyber Intelligence, empresa de especializada em segurança cibernética e apuração de ameaças, entre as táticas mais usadas por cibercriminosos no comércio eletrônico é o phishing, que visa a enganar os usuários para literalmente “pescar” e coletar informações pessoais e dados bancários. Em 2021, esse tipo de ataque cresceu cerca de 295%, muitas vezes através de falsos sites e anúncios de produtos vendidos na internet.
O varejo também é muito visado. O mesmo relatório da Apura mostra que essa área esteve entre as 10 mais atacadas no Brasil, na sexta colocação com 6,5% dos ataques registrados, empatando, por exemplo, com setores com tecnologia e prestação de serviços.
No 2022 Data Breach Investigation, lançado pela gigante Verizon, mostra os tipos de ataques mais comuns no varejo. Os ataques de engenharia social, que é quando existe alguma manobra para enganar o cliente e fazer com que ele forneça credenciais, continuou sendo a principal tática, divididos aproximadamente entre phishing (53%) e pretexting (47%), que é quando o golpista finge ser um colega, a polícia, o banco, autoridades fiscais, clero, especialistas de companhias de seguro para captar dados.
Em muitos casos, essas credenciais são posteriormente utilizadas para hackear servidores e carregar ransomware (47%). Uma das descobertas é que malwares que capturam dados de aplicativos é 7 vezes maior no varejo em relação a outras indústrias, pois muitas empresas desenvolvem seus aplicativos de compra própria, e os criminosos usam essas informações e realizam crimes de fraudes no e-commerce.
Já estudo realizado pela Grand View Research sobre a indústria de verificação de identidade mostra que, em 2021, o tamanho do mercado global de verificação de identidade foi avaliado em US$ 8,48 bilhões. Projeções indicam que esse mercado deve atingir US$ 18,6 bilhões em 2026 e cerca de US$ 33 bilhões em 2030, com crescimento anual superior a 16%. O segmento de grandes empresas vem liderando essa indústria, registrando uma participação de receita de 65,4% em 2021.
Com aumento de 16% ao ano, é previsto que pequenas e médias empresas também passem a investir mais na verificação do usuário até 2030. Em linhas gerais, o software de verificação de identidade fornece uma solução descomplicada, simples, de relativamente baixo custo, intuitiva e segura para atender às crescentes necessidades.
Estudo divulgado pela Sumsub revela que 80% das tentativas de fraude de identidade no Brasil ocorrem na etapa de verificação. Trata-se de uma etapa obrigatória para todas as empresas reguladas pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ao cruzar informações anônimas de 4,3 milhões de verificações realizadas no Brasil em 2022, foram examinadas mais de 50 mil tentativas de fraude em 19 setores – destacando o país como um dos que mais contribuem para a fraude online.