A edição 411 do NovoVarejo traz informações interessantes e oportunas sobre a dinâmica do setor automotivo brasileiro. O universo da mobilidade como um todo vem experimentando transformações profundas, que tendem a ganhar velocidade nos próximos anos. Duas delas, como temos debatido periodicamente em nossas reportagens, se destacam no componente revolucionário que trazem a nosso dia a dia: a conectividade veicular e a eletrificação da frota. Sobre a primeira, recentemente publicamos em nossas páginas uma entrevista com o executivo José Palazzi, profissional envolvido com o desenvolvimento de tecnologia para os sistemas de conexão dos automóveis. Quero aproveitar este espaço editorial para convidar cada um de vocês a assistirem a uma nova e esclarecedora entrevista que fizemos com Palazzi para o podcast Diálogo Automotivo, da a.tv, o canal de conteúdo em vídeo do nosso aftermarket.
A primeira parte da conversa já está disponível. Não deixe de ver, porque tudo o que se discutiu lá faz ou fará parte intensamente do dia a dia dos negócios no mercado de reposição. Mas voltando a este NovoVarejo – e ainda dentro da reflexão que estamos propondo aqui – chamo atenção para a reportagem que inaugura nossa cobertura do Seminário da Reposição Automotiva 2023, que será concluída na próxima edição.
Mas especificamente para os dados trazidos pelo palestrante Cláudio Sahad, presidente do Sincopeças. Sua exposição ratifica em números o que vem sendo dito nos últimos tempos sobre o caminho que a indústria brasileira deve seguir rumo à eletrificação de nossa frota. Sim, ela é irreversível, mas terá como base a propulsão híbrida. Sahad, embora sem tomar partido, mostrou as oportunidades que esta escolha trará para o país, na medida em que nos tornaremos um centro de excelência no desenvolvimento de novos motores flex, abastecendo a grande parcela do globo que permanecerá usando veículos com tal configuração.
À esta altura, parece claro que os carros 100% elétricos não serão a opção prioritária de todos os mercados mundiais. E aí temos uma ótima notícia para o aftermarket automotivo, já que a sobrevivência dos motores a combustão garantirá a permanência do consumo de muitos componentes que, com o carro elétrico, necessariamente desaparecem do mapa, como velas e cabos de ignição, filtros, aneis e pistões, juntas e retentores, entre tantos outros.
Nesta mesma linha de mudanças, nossa reportagem de capa aborda o crescimento da importância do mercado de reposição para as indústrias de autopeças, que vem assistindo à redução de consumo das montadoras, uma vez que a produção de veículos patina há três anos e não apresenta grandes perspectivas de reversão – temos uma capacidade instalada para mais de quatro milhões de unidades e hoje utilizamos pouco mais da metade. Monitorar o dia a dia do setor é nossa missão e, ao cumpri-la, vamos escrevendo a história de um mercado forte, resiliente e capaz de se adequar com rapidez e competência a cada novo desafio que enfrenta.