Um beliscão no seu pé. E é só o começo -

Um beliscão no seu pé. E é só o começo

O Brasil tende a caminhar para o automóvel híbrido no futuro. As opções vêm se diversificando. Segundo números da Secretaria Nacional de Trânsito, a frota de híbridos e elétricos no país cresceu nada menos que 787,5% entre 2019 e 2023.

Após um período de considerável expectativa no meio automotivo, a chinesa BYD lançou oficialmente no Brasil, em 28 de fevereiro, o aguardado Dolphin Mini elétrico. Em meio à especulação de que o carro custaria 99,8 mil reais, o preço final de 115,8 mil pode ter decepcionado.

Neste momento, o que as marcas buscam é tornar o carro movido exclusivamente a baterias mais acessível para os consumidores. Ainda que a BYD não tenha correspondido às previsões, de fato tem havido acomodação das tabelas para baixo. Por enquanto, o Renault Kwid E-Tech continua sendo o mais barato – na verdade, o menos caro – do mercado: 99,9 mil reais. Mas essa disputa vai ganhar novos contornos ao longo do ano. Votando ao Dolphin Mini, o plano de garantia prevê revisões a cada 20.000 km com preços de R$ 370 e R$ 1.000, alternadamente.Aí sim condições bastante atrativas para os clientes.

Independentemente desta movimentação, o Brasil tende a caminhar para o automóvel híbrido no futuro. As opções vêm se diversificando.Segundo números da Secretaria Nacional de Trânsito, a frota de híbridos e elétricos no país cresceu nada menos que 787,5% entre 2019 e 2023. Passamos de 32 mil para 291 mil veículos. Uma evolução expressiva, embora pouco significativa na medida em que o total corresponde a uma parcela modesta de nosso parque circulante. Mas o viés de alta está dado – embora o resultado de fevereiro não tenha sido bom e discute-se a existência ou não de uma bolha no setor.

Hora de ir para o próximo tópico. Em fevereiro, segundo a Fenabrave, as vendas diretas representaram 41,31% do total de veículos leves comercializados no mês. Este índice, naturalmente, contempla as locadoras e, também, a crescente modalidade dos carros por assinatura. Uma nota publicada na seção Radar da revista Veja informou que entre os meses de janeiro e novembro do ano passado, a Volkswagen Financial Services Brasil registrou crescimento de 246% no total de carros contratados no serviço de assinatura. A expansão do mercado como um todo no mesmo período, ainda segundo a nota, não foi tão expressiva, mas ficou em ótimos 30%. Viés, portanto, de alta.

O que estas reflexões acima mostram? Que a disrupção na indústria da mobilidade não é apenas teoria, vem se concretizando dia após dia. E tudo isso vai impactar o Aftermarket Automotivo. Aliás, já está impactando.

Publicamos na edição 423 do jornal Novo VarejoAutomotivo resultados de uma interessante pesquisa da J.D Power que constata a queda na confiabilidade dos veículos em função de fatores como eletrificação, digitalização e conectividade. Hoje, os proprietários já se queixam dos problemas trazidos pelos sistemas de infoentretenimento e assistência ao motorista. Temas que há poucos anos sequer existiam. Mas que começam a demandar manutenção. Será que estamos preparados para todas as consequências deste rolo compressor que já nos belisca pelos pés?


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