Mais da metade das empresas de varejo e distribuição de autopeças foram atingidas pelas enchentes no RS -

Mais da metade das empresas de varejo e distribuição de autopeças foram atingidas pelas enchentes no RS

Estudos inéditos da Fraga Inteligência Automotiva – parceira de conteúdo do Novo Varejo – quantificam perdas na reparação e no comércio de autopeças
Crédito: Shutterstock

Se os impactos da tragédia gaúcha foram enormes na reparação, na distribuição e no varejo eles também foram gigantescos. De acordo com o levantamento da Fraga Inteligência Automotiva, 497 dos 935 estabelecimentos dos segmentos no Rio Grande do Sul foram afetados pelos alagamentos – juntos, eles representem um faturamento agregado anual de R$ 2,11 bilhões. Além de terem tido essa receita comprometida, varejo e distribuição carregam com eles agora um problema tão ou mais dramático: a perda de estoques. Segundo Danilo Fraga, boa parte das peças que ficaram imersas na água se tornam irrecuperáveis causando um prejuízo estimado – apenas no âmbito dos estoques – na casa dos R$ 380 milhões. “Cada empresa teve, em média, um prejuízo de R$ 766 mil em perda de produtos estocados. Para além de tudo isso, é importante ressaltar o prejuízo que essas empresas terão se estimarmos os dias sem faturar enquanto atravessamos o período de reconstrução. Nesse cenário, estimamos um valor na casa de R$ 1,14 bilhão sendo R$ 666,63 milhões do varejo e R$ 476,35 da dis – tribuição”, expôs Danilo Fraga.

Um dos participantes da live, o diretor da Giros Distribuidora, Henrique Steffen, afirmou que sua empresa foi uma das afeta – das pela crise e, em razão da inundação na empresa ter atingido a altura de 1,2 metros, a perda nos estoques chegou a 30%

O pior de tudo é que não tivemos um respaldo do governo. Isso fez com que várias empresas já tenham até desistido de se reerguerem após a tragédia. Só prorrogação de impostos não vai solucionar o nosso caso”, desabafou Steffen. Na mesma linha, o diretor da distribuidora Auto Pratense, Rogério Colla, mostrou preocupação com os prejuízos advindos de problemas enfrentados por outras empresas. Segundo ele, além das questões internas, seu negócio está tendo que lidar com pedidos constantes de adiamento de faturas e boletos. “Já tivemos 205 clientes nos solicitando a prorrogação de débitos. Isso significa mais de 4 mil boletos”, compartilhou Colla, antes de complementar com uma visão mais ampla da con – juntura: “Não sabemos ainda a dimensão que a crise terá no nosso setor. Quem fala em R$ 380 milhões em mercadorias perdidas pode errar, mas errar para baixo. De onde virá a reposição de estoque? Não estamos recebendo mercadoria. Os fabricantes conseguirão suprir?”. Por fim, o diretor da Auto Pratense levantou um tema que deve preocupar todo o aftermarket no futuro próximo: o possível uso clandestino de peças que ficaram imersas durante as enchentes. Em alerta a todo mercado, Colla afirmou que esses produtos podem ir para desmanches ou vendedores paralelos de todo o Brasil, prejudicando, inclusive, a segurança veicular.


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