O mercado de comércio eletrônico no Brasil é composto hoje por cerca de 590 mil lojas online. Este número revela um crescimento de 31% na comparação com o ano de 2015. Os dados estão no levantamento Tendências do E-Commerce Brasileiro 2017, realizado pela BigData Corp a partir da captura de informações em mais de 20 milhões de endereços brasileiros na internet.
Que a modalidade de comércio no ambiente digital está em expansão ninguém discute. A novidade, revelada pelo estudo, é o curto período de vida útil dessas operações. Efêmeros, os sites de vendas duram, em média, apenas 185 dias. Porém, ao contrário do que pode parecer a princípio, o dado tem um viés favorável. “A vida útil dos sites de e-commerce no país tem crescido nos últimos anos, o que indica que o mercado online brasileiro está amadurecendo. Em 2015, a duração média era de apenas 94 dias, ou seja, perto da metade do tempo de vida de uma loja online hoje”, comenta Thoran Rodrigues, CEO da BigData Corp.

Na avaliação do especialista Thoran Rodrigues, a vida efêmera dos sites de e-commerce no país está relacionada à facilidade para se abrir um negócio na internet e ao empreendedorismo típico dos brasileiros. Os grandes e-commerces como Mercado Livre ou OLX já somam 17,3 milhões de vendedores avulsos, alguns se dedicando a vendas de oportunidades, cujos estoques acabam em poucas semanas, o que colabora para que a média de vida útil dos negócios online no Brasil seja mais baixa. “A verdade é que a barreira de entrada dos negócios na Internet é baixa, em comparação com a complexidade de se abrir um negócio tradicional. Isso estimula a entrada, mas também contribui para uma vida útil menor”, diz.
Ainda que a mortalidade venha se reduzindo ano após ano, o especialista avalia que o índice permanece alto, mas tende a cair com o amadurecimento das iniciativas. “Em 2017, quem abre o seu e-commerce tem maior preparação e o faz com um planejamento maior, construindo sites mais estruturados do que o que encontrávamos há apenas dois anos”, avalia o executivo. “No entanto”, ressalta Rodrigues, “a mortalidade das lojas virtuais no País ainda é alta, mesmo que venha caindo: em 2016 era de 20,31% ao ano e em 2017 a estimativa é que seja de 16,87%”.
Crise levou à queda nos índices de visitação
Outra constatação relevante do estudo divulgado pela BigData Corp é a trajetória de queda na média de visitas aos sites brasileiros de e-commerce. Em meio a um cenário de recessão, as 8,7 mil visitações mensais, registradas em 2015, reduziram-se para as atuais 7 mil. “Temos que relevar os pontos fora da curva. De um lado temos sites de marcas reconhecidas como a Americanas.com, com milhares de visitas por dia; de outro, um endereço em uma plataforma de e-commerce para vender brigadeiros caseiros, com poucas visitas mensais”, pondera Thoran Rodrigues.
Mas, no final das contas, o CEO da BigData Corp entende que a média brasileira de visitação por loja online ainda é baixa. “Se considerarmos que a conversão média de compras está na casa de 1% das visitas, estamos falando que a loja online no país faz perto de 70 vendas no mês. E com um tíquete médio de R$ 403,5 por transação. Com base no 34º Web Shoppers, publicado pelo E-Bit, relativo ao primeiro semestre de 2016, estamos falando de um faturamento online mensal de pouco mais que R$ 28 mil”, calcula.










