O carro conectado e o compartilhamento de veículos estão entre as macrotendências mais relevantes do setor automotivo neste momento. O assunto vem merecendo abordagens mensais no Novo Varejo, com reportagens que tratam dos impactos desta verdadeira revolução no mercado de manutenção veicular.
Mas não é só a reposição automotiva que olha as transformações com atenção e, até, certa preocupação. As seguradoras estimam que parte significativa dos US$ 200 bilhões movimentados anualmente pelo mercado global de seguros automotivos está em risco em razão das mudanças. É o que revela o estudo Motor Insurance 2.0, lançado pelo The Boston Consulting Group (BCG). Mais do que tratar do segmento em questão, a pesquisa ratifica uma série de expectativas quanto ao futuro do automóvel e também proporciona subsídios valiosos para os estrategistas de todas as empresas de nossa reposição independente. O levantamento também aponta como fatores de transformação a disponibilidade de dados, digitalização, alterações de legislação e cenários econômicos globais. Mas qual é, afinal, o alcance da ruptura? É claro que não há como afirmar com precisão, mas o BCG estima que o mercado de automóveis particulares – que move tantos setores da economia – pode encolher algo entre 35% e 67% até 2030 nos países mais desenvolvidos. A mobilidade seria, então, transferida para provedores deste serviço. Por este motivo, os prêmios de seguro veicular pagos por empresas, frotas ou prestadores subiriam dos atuais 17% para 49% em 2030 e até 67% em 2040.

Acompanhe a seguir algumas das principais conclusões do estudo do BCG e continue direcionando seu olhar para o futuro. As transformações podem não chegar neste momento, mas indiscutivelmente a revolução está em andamento e, quando ela bater à sua porta, nada mais será como antes.
Metade dos consumidores considera ter um carro autônomo
No Brasil os veículos autônomos ainda parecem uma realidade distante. Mas a tecnologia avança a passos largos no exterior. Já há unidades em circulação, a maioria em testes avançados. E a receptividade tem sido favorável. Segundo apurou o estudo Motor Insurance 2.0, 52% dos consumidores estariam dispostos a comprar um veículo que dispensa a intervenção do condutor. Para 40% deles, o principal motivador é a segurança – mas cabe destacar que outra parcela significativa – também de 40% – considera exatamente a segurança como principal razão para não ter um carro destes.
Uma das consequências diretas da tendência em curso no universo automotivo é o surgimento de novos players, boa parte deles vinda de outros setores. Diferentes modelos de mobilidade compartilhada estão emergindo e, efetivamente, ganhando as ruas. Muitos provedores das soluções têm origem no mundo digital e se tornarão parceiros ou concorrentes das grandes marcas que conhecemos. Entre eles estão gigantes como Google, Facebook, Apple e Amazon.
Montadoras investem pesado no compartilhamento de veículos
Se você não pode vencer o inimigo, junte-se a ele. O velho ditado tem sido levado ao pé da letra pelas montadoras. Atentas à necessidade de adequar seu modelo de negócios ao futuro que já se vislumbra no horizonte, as gigantes do setor automotivo estão estabelecendo parcerias para oferecer soluções em compartilhamento de veículos. De acordo com o estudo Motor Insurance 2.0, estes investimentos tendem a acelerar a adoção do compartilhamento de veículos e tem potencial para influir na expansão das frotas de veículos autônomos elétricos.












