O último Censo Demográfico 2022 do IBGE revelou que a população brasileira era de 203.080.756 habitantes em 1º de agosto daquele ano. As duas gerações mais recentes, segundo estimativas, representam hoje cerca 40% do total desta população: a Z (nascidos entre 1997 e 2012), aproximadamente 21,1 milhões de cidadãos, cerca de 10% da população; e os Millennials (nascidos entre 1981 e 1996), com 60 milhões de pessoas, correspondendo a cerca de 30%.
E vejam como esses dados mostram a redução do ritmo de crescimento populacional do país num mesmo intervalo de 15 anos.
Estas pessoas representam uma parcela imensa do mercado de consumo. Se os Millennials já são “velhos” conhecidos dos varejos, a turma da geração Z carrega consigo uma visão de mundo bastante particular e seus hábitos de consumo trazem grandes desafios para o comércio tradicional. Você provavelmente já ouviu dizer que esses públicos estão influenciando tendências de compra, preferências por canais de venda e valores relacionados à sustentabilidade. E isso é verdade.
É o que mostra com riqueza de detalhes a 14ª Pesquisa Global da Geração Z e dos Millennials da Deloitte que entrevistou mais de 23 mil pessoas em 44 países. Os resultados dão visibilidade aos jovens profissionais que estão rejeitando regras tradicionais e estruturas antiquadas em busca de satisfação na carreira — e, em última instância, da felicidade.
Hierarquias?
Quanto mais jovens os funcionários, mais os empresários tradicionais se surpreendem com os desafios de gestão. A pesquisa mostra que a Geração Z e a Millennials são ambiciosas. Mas, para elas, sucesso não significa necessariamente subir na hierarquia corporativa. Aprendizado e desenvolvimento são prioridades, e esses profissionais esperam que seus empregadores ofereçam essas oportunidades. Alguns abriram mão do ensino superior para buscar habilidades práticas por meio de formação técnica ou profissionalizante. E, à medida que a tecnologia transforma o mundo do trabalho, a Geração Z e os Millennials estão aprimorando seus conhecimentos e adotando novas ferramentas, como a inteligência artificial generativa.
O estudo diz que essas gerações buscam mais do que apenas um emprego. Ganhar dinheiro é importante, mas também é essencial encontrar um trabalho com propósito e bem-estar. Eles procuram carreiras que equilibrem esses fatores — uma “tríade” que pode ser difícil de encontrar. Têm altas expectativas em relação aos empregadores e, muitas vezes, mudam de emprego com frequência para alcançar suas ambições em um mundo onde o contrato social entre empresas e funcionários se enfraqueceu. Muitos sentem que seus gestores não estão atendendo às suas necessidades. Alguns acreditam que as empresas não fazem o suficiente para lidar com o estresse no ambiente de trabalho. E a maioria está sentindo as pressões do custo de vida.
As conclusões demonstram a necessidade de que organizações, líderes seniores e gestores criem ambientes onde os trabalhadores possam não apenas alcançar a tríade de trabalho significativo, segurança financeira e bem-estar, mas também conquistar o crescimento profissional que almejam. Ao apoiar esses pilares de forma consistente, as organizações podem fortalecer o contrato social e criar um ciclo de satisfação, engajamento e sucesso.










