VIES – Variações nos Índices e Estatísticas Junho de 2021 a 2025 -

VIES – Variações nos Índices e Estatísticas Junho de 2021 a 2025

A pesquisa VIES compara o desempenho das variáveis de abastecimento, preço, venda e compra no varejo de autopeças com o mesmo mês em anos anteriores. Nesta edição, junho de 2021 a 2025

BRASIL

Entre junho de 2021 e 2025, o varejo de autopeças no Brasil apresentou um cenário marcado por retrações no abastecimento, que sofreu quedas em todos os anos analisados. O pior desempenho ocorreu em 2022 (-11,30%), seguida de quedas também expressivas em 2021 (-9,28%) e 2024 (-7,92%). Contudo, 2025 apresentou cenário de melhora, apesar do resultado ainda negativo (-4,40%). Os preços, por sua vez, mantiveram variações positivas ao longo do período, mas com trajetória de desaceleração: de 7,29% em 2021 para 1,39% em 2025.

No que diz respeito ao desempenho comercial, tanto vendas quanto compras oscilaram com predomínio de desempenhos negativos. As vendas recuaram em quase todos os anos analisados, com a única exceção sendo 2024, quando houve leve crescimento de 0,76%. No entanto, em 2025 esse indicador voltou a cair (-1,54%). As compras seguiram uma tendência semelhante, com retrações em todos os anos, sendo os piores desempenhos observados em 2022 (-2,74%) e 2025 (-2,17%).

Quanto a análise ANOVA, as variáveis abastecimento e preço foram significativas a pelo menos 5% de significância (p-valor < 0,05), o que significa que apesar de as outras variáveis terem apresentado diferenças nas médias entre os anos, estas não foram consideradas significativas e pode-se dizer que o mês de junho, para esses anos, foi estável.

NORTE

O abastecimento teve quedas expressivas ao longo do período analisado, com destaque para 2021 (-14,50%) e 2023 (-10,67%), com redução nas quedas em 2022 (-3,77%) e em 2025 (-4,06%). Em relação aos preços, houve aumento contínuo durante todo o período, com pico positivo em 2022 (5%) e aumentos mais modestos nos anos seguintes, fechando junho de 2025 com alta de 2,67%.

O desempenho das vendas foi marcado por trajetória de recuperação, ainda que com oscilações. Após leve retração em 2021 (-0,56%), os anos de 2022 (0,50%) e 2023 (1,00%) registraram crescimento. Apesar de um revés em 2024 (-1,34%), 2025 apresentou o melhor desempenho período, com alta de 3,51%. Esse movimento pode indicar uma retomada do consumo na região. As compras, por outro lado, mantiveram variações predominantemente negativas, com o pior desempenho ocorrendo em 2023 (-3,72%) e fechando 2025 em -0,58%. Na ANOVA, nenhum dos indicadores foram significativos a pelo menos 5% de significância, o que indica que apesar de todas essas variações ao longo dos anos, o desempenho geral se manteve estável.

NORDESTE

A região apresentou sequência de quedas no abastecimento ao longo dos cinco anos analisados, com recuos mais acentuados em 2022 (-8,68%) e 2023 (-7,78%) – o ritmo de retração diminuiu em 2025 (-3,46%). Os preços, por sua vez, seguiram trajetória de alta durante todo o período, com elevação mais expressiva em 2022 (7,61%). A partir de 2023, observa-se desaceleração nas taxas de crescimento, encerrando em 0,88% em 2025.

O comportamento das vendas foi mais instável. Houve reduções consideráveis em 2021 (-4,17%) e 2022 (-4,03%), seguidas de melhora em 2023 (-0,70%) e crescimento em 2024 (2,05%). No entanto, o indicador voltou a cair em 2025 (-1,77%).

Quanto às compras, o setor apresentou variações bruscas: após alta de 3,75% em 2021, houve queda acentuada em 2022 (-6,38%), seguida de recuos mais suaves e uma breve recuperação em 2024 (0,81%). Em 2025, o indicador voltou a se retrair (-3,50%). De modo geral, o varejo de autopeças no Nordeste enfrentou desafios, com oscilações tanto na oferta quanto na demanda. Na análise ANOVA, nenhum dos indicadores foram significativos a pelo menos 5% de significância.

CENTRO-OESTE

Apresentou fortes quedas no abastecimento, especialmente nos anos de 2021 (-13,30%) e 2022 (-16,10%), que configuram os piores desempenhos do período. A partir de 2023, houve melhora relativa, mas ainda negativa, fechando com -2,54% em 2025. Quanto aos preços, observa-se um padrão de crescimento contínuo, porém irregular. O melhor desempenho foi observado em 2021 (9,38%), seguido por uma desaceleração em 2023 (1,94%) e novo aumento em 2024 (5,56%), encerrando com alta de 2,84% em 2025.

As vendas apresentaram desempenho negativo em todos os anos, com retrações mais acentuadas em 2022 (-4,35%) e 2025 (-4,72%). O comportamento das compras segue padrão similar com exceção de 2021 (0,72%), quando houve um sutil crescimento, seguido por quedas expressivas nos anos seguintes, culminando em -5,95% em 2025. Quanto a análise ANOVA, somente o indicador de abastecimento foi significativo a pelo menos 5% de significância (p-valor < 0,05).

SUDESTE

O abastecimento registrou quedas sucessivas ao longo de todo o período, com retrações expressivas em 2021 (-9,51%) e 2022 (-10,78%). A partir de 2023, observou-se redução no ritmo das quedas, ainda que os percentuais tenham se mantido negativos, o que sugere possível movimento de estabilização no fornecimento de peças. Paralelamente, os preços confirmaram trajetória ascendente em todos os anos analisados, mas com ritmo progressivamente menor: do aumento de 7,69% em 2021, o crescimento desacelerou para apenas 1,24% em 2025.

Tanto vendas quanto compras oscilaram com predomínio de resultados negativos. As vendas recuaram em quatro dos cinco anos, sendo os piores resultados em 2021 (-2,57%) e 2023 (-1,86%). Em 2024, houve leve recuperação (0,69%), mas o desempenho voltou a ser negativo em 2025 (-1,39%). As compras acompanharam esse movimento com retrações constantes, embora em trajetória de melhora no desempenho (de -4,67% em 2021 para -1,38% em 2025). Na análise de variância, a variável preço apresentou variação significativa, com um nível de significância de pelo menos 5%.

SUL

O abastecimento apresentou desempenho negativo em todos os anos analisados, com destaque para 2022 (-11,77%), o pior do período. Apesar da continuidade das quedas nos anos seguintes, houve desaceleração na intensidade das perdas, encerrando 2025 com -3,64%. Os preços mantiveram trajetória de alta, mas com desempenhos percentuais decrescentes: de 7,34% em 2021 para 1,20% em 2025.

As vendas oscilaram ao longo do período, com crescimento em 2021 (1,29%) e 2024 (2,32%), mas desempenho negativo nos demais anos, especialmente em 2023 (-2,76%) e 2025 (-1,58%). O desempenho das compras seguiu tendência semelhante, com leve alta em 2021 (0,14%) e crescimento mais expressivo em 2024 (4,21%), intercalados por quedas em 2022, 2023 e novamente em 2025. De forma geral, o varejo de autopeças no Sul enfrentou desafios, mas com momentos pontuais de recuperação, sobretudo em 2024, quando as quatro variáveis indicaram algum nível de melhora, ainda que não sustentado no ano seguinte. Na análise ANOVA, nenhum dos indicadores foram significativos a pelo menos 5% de significância.


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