BRASIL
O abastecimento de autopeças apresentou quedas expressivas em todos os anos analisados, embora com redução gradual da intensidade a partir de 2021 (-14,32%) até 2025 (-4,33%), sinalizando melhora relativa nas condições de oferta, ainda que em terreno negativo. Em paralelo, os preços vêm desacelerando de forma consistente, saindo de um crescimento de 7,27% em 2021 para apenas 1,65% em 2025.
As vendas oscilaram com resultados variados: queda em 2021 (-3,50%), recuperação em 2022 (1,36%), seguida de novas retrações nos anos seguintes, mas em menor intensidade, fechado com -1,88% em 2025. Já as compras mantiveram trajetória negativa em todo o período, principalmente entre 2023 e 2025, quando passaram de -1,82% para -4,07%.
Quanto a análise ANOVA, somente a variável compras não foi significativa, menos 5% de significância (p-valor < 0,05).

Análise de variância Brasil
| Variáveis | GL | Z | p-valor |
| Abastecimento | 4,18 | 37,310 | 0,000 |
| Preço | 4,18 | 11,077 | 0,000 |
| Vendas | 4,18 | 4,888 | 0,008 |
| Compras | 4,18 | 2,107 | 0,122 |
Fonte: After.Lab
NORTE
O abastecimento apresentou quedas intensas, especialmente em 2021 (-18,67%) e 2022 (-12,50%), com desaceleração gradual da retração até 2025 (-3,72%). Essa limitação da oferta foi acompanhada por fortes pressões de preços no início do período, com alta de 10,22% em 2021, que depois se reduziu de forma consistente até chegar a apenas 0,63% em 2025.
Já as vendas oscilaram, passando de forte queda em 2021 (-7,10%) para crescimento em 2022 (3,33%), mas voltaram a cair nos anos seguintes, encerrando 2025 em terreno negativo (-2,88%). As compras, por sua vez, iniciaram com resultado positivo em 2021 (3,54%), mas seguiram em trajetória descendente, chegando a -7,67% em 2024 antes de uma leve recuperação em 2025 (-3,84%).
Na ANOVA, as variáveis abastecimento e preço foram significativas a pelo menos 5% de significância (p-valor < 0,05). Para as demais variáveis, há indícios que apesar de todas essas variações ao longo dos anos, o desempenho geral se manteve estável.


NORDESTE
O abastecimento mostrou retração em todos os anos analisados, com maior intensidade em 2021 (-15,79%), com quedas mais moderadas nos anos seguintes, chegando a -3,40% em 2025. Os preços tiveram comportamento distinto, com forte alta em 2022 (10,89%), após já registrarem aumento de 7,43% em 2021, e depois desaceleraram para níveis menores a partir de 2023, estabilizando-se em torno de 2% até 2025.
As vendas permaneceram quase estáveis entre 2021 e 2022, mas sofreram quedas significativas em 2023 (-3,27%) e 2024 (-1,93%), recuperando-se levemente em 2025 (0,69%). Já as compras oscilaram em trajetória predominantemente negativa, com destaque para 2022 (-4,31%) e 2025 (-3,30%).
Na análise ANOVA, os indicadores de abastecimento e preço foram significativos a pelo menos 5% de significância (p-valor < 0,05).


CENTRO-OESTE
O abastecimento também apresentou resultados negativos em todos os anos, mas com intensidade variada. A queda mais acentuada ocorreu em 2021 (-13,11%), seguida por forte melhora em 2022 (-1,58%), embora tenha voltado a recuar em 2023 e 2024, antes de registrar retração mais moderada em 2025 (-2,11%). Já os preços mantiveram a desaceleração até 2024, partindo de 5,71% em 2021 para 1,82% em 2024, mas voltaram a subir em 2025 (2,91%), sugerindo recuperação do custo das peças na região.
As vendas se mantiveram estáveis até 2023, mas sofreram forte retração em 2024 (-5,65%), acompanhada por leve melhora em 2025 (-1,52%). As compras seguiram em queda durante todo o período, com destaque para 2024, quando registraram o pior desempenho (-6,58%).
Quanto a análise ANOVA, somente o indicador de abastecimento foi significativo a pelo menos 5% de significância (p-valor < 0,05).


SUDESTE
Quedas contínuas no abastecimento ao longo do período, iniciando com -13,06% em 2021 e chegando a -5,69% em 2025 – apesar de oscilações, como a intensificação da queda em 2024 (-8,88%). Os preços em trajetória de desaceleração, passando de 7,49% em 2021 para apenas 1,61% em 2025.
Vendas negativas na maior parte do período, com exceção de 2022 (1,90%), voltando a cair de forma consistente, alcançando -3,38% em 2025. As compras seguiram trajetória semelhante, começando em queda em 2021 (-2,96%) e se aprofundando até o final do período, com destaque para 2025 (-5,78%), o pior resultado da série.
Na análise de variância, todas as variáveis apresentaram variação significativa, com um nível de significância de pelo menos 5% (p-valor < 0,05).


SUL
O abastecimento apresentou quedas sucessivas em todo o período, com destaque para 2021 (-14,61%) e uma redução gradual até 2025 (-3,00%). Os preços oscilaram, partindo da alta de 6,25% em 2021, desacelerando em 2022 (2,68%), voltando a subir em 2023 (4,64%) e retomando a trajetória de queda até atingir 1,19% em 2025.
As vendas mostraram recuperação pontual em 2022 (1,21%) e 2023 (0,91%), mas voltaram a cair em 2024 (-2,06%) e ficaram praticamente estáveis em 2025 (-0,32%). Já as compras iniciaram em terreno positivo em 2021 (1,63%), mas entraram em trajetória negativa desde 2022, com quedas entre -3,14% e -1,63% até 2025.
Na análise ANOVA, o indicador de abastecimento foi significativo a pelo menos 5% de significância (p-valor < 0,05).


Destaques de abastecimento e preços – agosto/2025
Em agosto de 2025, os varejistas apontaram que o maior desabastecimento ocorreu em três linha: correias, componentes do sistema de freios e velas de ignição, cada um representando 4,96% das ocorrências apontadas. Por outro lado, o comportamento dos preços destacou diferentes itens, com o sistema de suspensão registrando o maior avanço (10,34%), seguido pelos componentes do sistema de freios (8,05%) e pelas velas de ignição (3,45%). Destaca-se, ainda, que os componentes para o sistema de freio e as velas de ignição aparecem em ambas as listas, o que reflete simultâneas restrições de oferta e elevação de preços.










