OBrasil se destaca em índice global de população confortável com o uso de IA, que foi criado pela EY a partir de uma amostra formada por 15.060 entrevistados provenientes de 15 países. As entrevistas foram realizadas entre dezembro de 2024 e fevereiro deste ano. Índia, China, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Coreia do Sul lideram o AI Sentiment Index nessa ordem. Na sequência, vem o Brasil, com 76 pontos dos 100 possíveis, ficando à frente de países como Alemanha, Suécia, Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. De forma geral, considerando todos os entrevistados pelo estudo, 82% já estão usando a IA para melhorar como vivem e trabalham, mas apenas 57% se sentem confortáveis com isso.
Essa diferença relevante entre as duas porcentagens demonstra, na avaliação do estudo, que há uma lacuna entre a utilização dessa tecnologia e se sentir confiante em relação a ela. “Isso é causado pelas preocupações sobre confiança, privacidade e controle dos dados ou das informações, além de algumas dúvidas sobre a efetividade das ferramentas de IA que estão disponíveis. Há uma oportunidade de criação de melhores ferramentas de IA, mas, ainda segundo a pesquisa, é igualmente relevante assegurar que as pessoas queiram usar essa tecnologia, vendo valor efetivo nela”, diz Andrei Graça, sócio-líder de inteligência artificial e dados da EY Brasil.
Ainda segundo o executivo, o que está claro no estudo é que a IA se tornou parte integral da nossa forma de viver e de trabalhar, com 82% dos respondentes dizendo que usaram IA de forma consciente nos últimos seis meses. No recorte das gerações, a Z e a Y ou Millennials aparecem empatadas com 75 pontos dos cem possíveis – acima da média mundial, que está em 68. Na avaliação da pesquisa, os chamados early adopters dão um norte sobre como será a IA. As pessoas não apenas vão aceitar as recomendações de IA e a automação das tarefas, mas também apreciar experiências de IA voltadas para o consumidor, como chatbots e até mesmo interações sociais.
Engajamento com IA
Os que se sentem mais confortáveis com a IA são significativamente mais engajados. Na média, eles usaram 15 aplicações diferentes de IA nos últimos seis meses, em comparação com as seis utilizadas por quem se sente neutro em relação à tecnologia e apenas três entre aqueles que continuam desconfortáveis. Esses dados reforçam um efeito já conhecido: aqueles que se sentem confortáveis com a IA tendem a explorar mais aplicações, aumentando gradualmente sua confiança na tecnologia e no uso dela.
O índice criado pela EY levou em consideração quatro aspectos. O primeiro relacionado a como os respondentes se sentem em relação à presença da IA no seu dia a dia. O segundo ao impacto que a IA está provocando no seu dia a dia. O terceiro ao impacto que a IA está provocando no país de origem do respondente. E, por fim, como quarto fator, o entusiasmo dos entrevistados sobre o futuro da IA. Cada um desses fatores recebeu o mesmo peso em um score ou pontuação de zero a cem. Quanto mais alto esse score ou pontuação, maior o grau de conforto com a IA. O índice foi dividido em três grupos: desconfortável (score de zero a 25); neutro (de 26 a 74) e confortável (de 75 a cem).










