Momento difícil para o varejo -

Momento difícil para o varejo

A conjuntura que o mercado enfrenta tem raiz na saúde financeira do consumidor, afetada pela falta de crédito e a dificuldade que os assalariados vêm enfrentado para acompanhar o custo de vida
Warehouse worker in red uniform checking goods standing with clipboard in the storage with metal shelves

Recente visita a um varejo de porte médio para grande na capital de São Paulo revelou um cenário um tanto atípico. Naquela loja, em que os clientes costumavam se acumular em frente ao balcão esperando a chamada por senha, não havia quase ninguém. O totem para retirada de senhas repousava esquecido próximo à entrada, mostrando-se totalmente desnecessário. Esta é uma situação real, aconteceu de fato. O movimento de queda nas vendas do varejo de autopeças, ao que tudo indica, veio para ficar até o final de 2025. Não se trata de um fenômeno recente. Desde maio a pesquisa MAPA vem apurando redução dos negócios semana após semana, com pequenos respiros pontuais.

A reportagem do Novo Varejo Automotivo já investigou as causas deste momento desafiador que se consolidou no segundo semestre do ano. A conjuntura que o mercado enfrenta tem raiz na saúde financeira do consumidor, afetada pela falta de crédito e a dificuldade que os assalariados vêm enfrentado para acompanhar o custo de vida. Embora em geral as oficinas permaneçam com movimento, o tíquete médio tem sido menor porque os proprietários dos veículos se limitam aos serviços verdadeiramente essenciais. Há quem prefira encostar o carro e recorrer ao Uber, ou mesmo ao transporte público.

 Ao cruzar a queda nas vendas com a redução da reposição nos estoques, apuramos outro dado para além do óbvio – naturalmente menos vendas exigem menos compras. Mas, também, é importante destacar que este movimento de certa forma confirma a modernização na gestão dos varejos na medida em que as lojas são capazes de ajustar em tempo real o perfeito equilíbrio entre movimento no balcão e readequação dos estoques, o que indica a adoção de sistemas muito mais eficientes que modelos empíricos do passado.

O impacto da desaceleração no Aftermarket Automotivo apurado pela pesquisa MAPA já é sentido também pelas indústrias de autopeças. De acordo com o mais recente relatório divulgado pelo Sindipeças, relativo a agosto e publicado nesta edição, o destaque negativo para os fabricantes de componentes automotivos foi exatamente o mercado de reposição, que vem apresentando resultados cada vez mais fracos. Desde junho, observa-se aceleração na queda da variação anual e perda de fôlego no crescimento acumulado do ano, chegando em agosto a -13,8% na variação interanual e apenas +2,2% no acumulado do ano, tendência observada tanto na linha leve quanto na pesada.

Os índices do Sindipeças se casam na medida exata com o desempenho negativo do varejo apurado pelo MAPA com reflexos, portanto, a partir de junho para as indústrias, o que ratifica o valor para os estrategistas da reposição do estudo semanal realizado pelo After.Lab. Este movimento de retração resultou em uma completa reportagem sobre o assunto em nossa edição 473. O texto é esclarecedor e vai te ajudar a entender o momento que o Aftermarket Automotivo atravessa. O link é este: . E como o assunto está em alta, e assim deve permanecer pelos próximos meses, queremos ouvir sua visão acerca do desempenho do mercado neste segundo semestre. Se puder contribuir, envie seu comentário para o e-mail jornalismo@ novomeio.com.br. Te esperamos.


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