Fecomercio SP estima que varejo de autopeças e acessórios cresça 5% em 2025 -

Fecomercio SP estima que varejo de autopeças e acessórios cresça 5% em 2025

Dados da FecomercioSP mostram como o País viveu semestres diferentes neste 2025.
Warehouse worker in red uniform checking goods standing with clipboard in the storage with metal shelves

Impulsionado pelo desempenho de supermercados e lojas de roupas, o varejo paulista deve crescer 5% em 2025 na comparação ao ano passado, afirma a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP)

Apesar de positivo, o número sinaliza desaceleração do ritmo de vendas, em consonância com o desempenho da economia brasileira, sobretudo neste segundo semestre. Em 2024, as receitas do setor cresceram 9,3%, alcançando o faturamento bruto mais alto da série histórica (R$ 1,42 trilhão) até então.

Para a Federação, essa projeção é resultado de uma conjuntura complexa, marcada por elementos positivos e, da mesma forma, por desafios relevantes com os quais o País deverá lidar no ano que se aproxima.

[TABELA 1]

Projeção de faturamento anual do varejo de São Paulo (2025)

Fonte: FecomercioSP

Dentre os aspectos positivos, destacam-se, sobretudo, um mercado de trabalho aquecido (o desemprego estava em 5,4% no trimestre encerrado em outubro, segundo o IBGE), que mantém as famílias consumindo e impacta a renda média (o Ipea aponta que rendimentos do trabalho cresceram 4% no terceiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2024). É a dinâmica que fará o Brasil cumprir as expectativas de crescimento do produto Interno Bruto (PIB) deste ano, entre 2% e 2,5%.

Além disso, a inflação começou uma curva de queda a partir do início do segundo semestre, embora ainda permaneça acima do teto da meta (4,5%), estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O IPCA acumulado dos últimos 12 meses até outubro ficou em 4,68%.

Outro fator de desestímulo às vendas, principalmente de bens duráveis, são os juros muito altos: A Selic está em 15% ao ano (a.a.), o maior nível dos últimos 20 anos, posicionando o Brasil na segunda posição no ranking de maiores taxas de juros reais (descontando a inflação) do mundo (9,74%), abaixo apenas da Turquia (17,8%). 

Ademais, as incertezas fiscais aumentam riscos do ambiente de negócios. O fato de não haver um plano de corte de gastos robusto, além dos frequentes questionamentos de membros do governo e aliados sobre a redução da taxa de juros, traz muita volatilidade aos mercados, pressionando o câmbio e mantendo a expectativa de inflação em alta e adiando o início do ciclo de queda dos juros. 

Soma-se a isso a desaceleração da atividade, principalmente da Indústria. Há a projeção de que o setor cresça apenas 1% em 2025, após expandir 3,1% no ano passado. 

Marcas da desaceleração

Os dados da FecomercioSP mostram como o País viveu semestres diferentes neste 2025. Nos primeiros três meses, o varejo paulista cresceu 9%, estimulado pelas lojas de roupas e, sobretudo, pelas vendas de automóveis. 

No trimestre seguinte, confirmando a fase positiva, o setor expandiu 7%, dessa vez com um salto dos supermercados [tabela 2] e a manutenção do vestuário.

No terceiro trimestre, porém, as lojas de móveis retraíram 7%, enquanto peças de veículos, que estavam em alta expressiva nos meses anteriores, caíram 1%. O desempenho do setor desacelerou para 2%, taxa que deve se manter, agora, entre outubro e dezembro, mantendo resultado anual abaixo do registrado no ano passado.

[TABELA 2]

Faturamento trimestral do varejo de São Paulo (2025)

Comparações anuais

Fonte: FecomercioSP

onte: FecomercioSP


Segmentos beneficiados pela renda

A elevação de 5% do varejo será puxada, principalmente, pela sustentação da demanda das famílias ao longo deste ano. A atividades que comercializam itens essenciais, como as farmácias e perfumarias (6%) e supermercados (5%), se destacaram positivamente. 

É intrigante como segmentos mais sensíveis à disponibilidade do crédito, como eletrodomésticos e eletrônicos, móveis e decoração e até mesmo materiais de construção obtiveram crescimentos mais modestos, quando não retraíram suas receitas de um ano para o outro. São efeitos mais evidentes dos juros altos.

Isso se vê, em parte, nos dados já consolidados pela Entidade para o intervalo entre janeiro e setembro, nos quais as lojas de vestuário e acessórios foram os que apresentaram maior crescimento (11%) no acumulado do ano, seguidas por autopeças, eletrônicos e supermercados, com elevações de 6% no período. 

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