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Por Lucas Torres ([email protected])
O varejo tem gradativamente deixado o status de coadjuvante da indústria – posição que ocupou historicamente – para se tornar foco principal tanto do Estado, quanto da iniciativa privada. Tal reposicionamento se dá primordialmente devido à da percepção de que o setor terciário, composto pelas atividades de comércio e prestação de serviços, ampliou sua relevância na economia brasileira durante as duas primeiras décadas do século.
De acordo com estudo do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) – com apoio de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) –, a representatividade do setor terciário no Produto Interno Bruto (PIB) passou de 65,8% para 73,3% de 2003 a 2016, enquanto o comércio, de forma isolada, subiu de 9,5% para 12,8% no mesmo período. A relevância do setor para nossa economia pode ainda ser observada no âmbito dos empregos gerados, visto que concentra cerca de 70% dos postos de carteira assinada.
A forte correlação entre desempenho do setor terciário e desenvolvimento econômico evidenciou a contradição da estrutura de formação e desenvolvimento nacional desde meados da década de 70. Enquanto cursos universitários e técnicos debruçavam-se sobre a formação de mão de obra especializada para atender a demanda da indústria, o varejo se via constantemente negligenciado, absorvendo, na maior parte do tempo, a mão de obra não-especializada que não encontrava espaço no parque industrial.
A pesquisa acessou o banco de dados da Startse juntamente com o histórico das startups da primeira edição, da ABS – Associação Brasileira de Startups, Liga Ventures, com Ranking 100 Open Startups e do Laboratório de Varejo da Universidade Positivo
A fim de dar ao setor terciário – e ao varejo primordialmente – espaço na formulação de políticas públicas coerentes com sua capacidade de influenciar os rumos econômicos do país, o MDIC criou em 2016 o Fórum de Competitividade do Varejo, reunindo periodicamente empresários do setor e membros do governo federal para a discussão de demandas e diretrizes.
Menos de dois anos depois da primeira reunião do Fórum, MDIC e sociedade civil lançaram o primeiro Laboratório de Inovação no Varejo, dedicado a preencher parte da lacuna da formação e da modernização dos varejos brasileiros por meio da interlocução de varejistas e startups dedicadas a oferecerem soluções tecnológicas inovadoras para o setor.
As startups, aliás, têm sido, no âmbito da iniciativa privada, as maiores impulsionadoras da modernização do varejo. Segundo dados do primeiro centro de inovação especializado em varejo do Brasil, o Oasislab, o número atual de startups focadas em tecnologias especificamente voltadas para o varejo já é de 194.
No estudo “Loja 4.0 – Panorama das Startups Brasileiras que estão transformando o Varejo – 2ª Edição 2019”, o Oasislab apontou que as startups com foco no varejo se distribuem dentro das seguintes funcionalidades: internet das coisas, realidade virtual e realidade aumentada, robótica, inteligência artificial, aplicações, engajamento e operações do consumidor.