**Claudio Moyses
A indústria automotiva global enfrenta desafios cada vez maiores para atender às expectativas dos consumidores em termos de desempenho, confiabilidade e segurança. Por esta razão, as montadoras e seus fornecedores estão investindo de forma constante em capacitação de seus profissionais, processos de produção, ferramentas de automação e sistemas de gestão da qualidade mais avançados para assegurar que seus produtos e serviços atendam aos mais altos padrões.
Além disso, iniciativas de responsabilidade social e sustentabilidade que buscam reduzir o impacto ambiental e garantir produtos seguros e confiáveis em todas as etapas do ciclo de vida também estão no radar do mercado internacional. Tudo isso num contexto de competitividade acirrada, onde a agilidade nos lançamentos e a gestão de custos são peças-chaves.
Olhando para o cenário nacional, a indústria automotiva brasileira, crucial na economia do país e uma das mais importantes do mundo, também enfrenta uma série de desafios. Entre eles, a tributação excessiva, infraestrutura precária, juros elevados, complexidade da legislação e dificuldades com as cadeias de suprimentos.
Apesar desses obstáculos, o mercado brasileiro também apresenta oportunidades, como a produção local de componentes importados afetados por interrupções na cadeia de suprimentos, a melhoria da estrutura logística e a descentralização da produção para aumentar a competitividade, além do uso de novas tecnologias. No entanto, para alcançar o sucesso sustentável, é essencial que a indústria mantenha o foco nas ferramentas da qualidade para obter resultados positivos.
Na área da qualidade, o Brasil tem evoluído significativamente nas últimas décadas e a competência dos profissionais é um fator importante para esse sucesso. Com a formação de engenheiros e técnicos altamente qualificados e ambientes de trabalho cada vez mais diversos e inclusivos, as empresas do setor têm sido capazes de desenvolver e produzir veículos com padrões de qualidade elevados, atendendo aos requisitos dos consumidores e dos mercados internacionais.
Entretanto, a gestão de riscos ainda é uma das tarefas mais desafiadoras enfrentadas pelo mercado brasileiro devido às particularidades do setor e do país. Os fornecedores de autopeças enfrentam o desafio de se adaptarem a uma abundância de clientes (montadoras), enquanto a introdução de tecnologias emergentes demanda gerenciamento dos riscos relacionados à segurança cibernética e à interoperabilidade.
Além disso, a complexidade da legislação brasileira impõe a necessidade de adaptações e flexibilidade significativas. Os elevados custos de produção no Brasil tornam o setor menos competitivo em comparação a outros países. É neste contexto que o IQA – Instituto da Qualidade Automotiva tem sido um importante diferencial e suporte para a indústria.
Criado em parceria entre o governo e entidades do setor, o IQA visa promover e apoiar a qualidade automotiva em empresas brasileiras. O Instituto também tem sido fundamental para a adequação dos negócios às regulamentações do segmento e para a prevenção de recalls, atualizado, inclusive, para apoio na Agenda ESG e Transformação Digital.
A competência dos profissionais locais, a preocupação com a sustentabilidade e o suporte do IQA são fatores essenciais para o sucesso do setor automotivo brasileiro. Com investimento contínuo em qualidade, tecnologia e inovação, o Brasil ampliará sua relevância no mercado automotivo global.
*Claudio Moyses é Diretor-Presidente do IQA – Instituto da Qualidade Automotiva