A cada dia o seu próprio destino -

A cada dia o seu próprio destino

O objeto dessa reflexão é, por fatos concretos, inexoráveis, que possam contribuir verdadeiramente para inspirar novas visões, e nesse tema temporal centrada nessa medição consecutiva dos dias, fazer perceber inócua a teimosia da ansiedade sobre os próximos fatos, que nunca se fazem realmente concretizados nos instantes requeridos pelas nossas angústias.

Em períodos de grande disponibilidade de tempo e diversas demandas reflexivas, tem este texto o propósito de sugerir considerações analíticas sobre a essência dos dias, sobre como, desde a sua exatidão temporal conclusiva e sua submissão às ordens externas de coisas, podemos caminhar em ponderações que nos ajudem a convencermo-nos a nós mesmos sobre essa linearidade de contraditórios.

A racionalização sobre a medida perfeitamente acabada nas 24 horas dos 7 dias semanais, calibrados em 365,25 dias/ano, distribuídos de forma igualmente exata em qualquer de suas frações a todos os que gozam o mesmo fôlego de vida, pode ser a premissa para algumas sugestões de juízos, digamos assim.

Imediatamente podemos ver que não há qualquer diferença desde o fundamento mais elementar da vitalidade humana, o que estabelece uma impecavelmente acabada sujeição a essa medida aos que convivem na sequência dos exatos instantes determinados na cronologia das coisas, sugerindo assim um princípio implacável de igualdade natural.

A premissa da uniformidade termina de súbito quando enxergamos realidades completamente distintas no uso dessa exatidão, no conteúdo resultado das diferentes conclusões que se obtém das biografias que desafiam nossos olhos, confirmando dessa vez uma tortuosidade de contradições.

Fugindo dos consagrados conselhos dos livretos de autoajuda o quanto conseguir essa amostra que pretende a produção de insights reais, obrigatório é observar que essa mensagem não tem qualquer intenção de encaminhar alguém para algum dos lados a que tendenciam as polaridades naturais.

O objeto dessa reflexão é, por fatos concretos, inexoráveis, que possam contribuir verdadeiramente para inspirar novas visões, e nesse tema temporal centrada nessa medição consecutiva dos dias, fazer perceber inócua a teimosia da ansiedade sobre os próximos fatos, que nunca se fazem realmente concretizados nos instantes requeridos pelas nossas angústias.

Parece conveniente, sobretudo nesses dias de muitas aflições e dúvidas, se ocupar com investigações e questionamentos que se façam puramente próprios para derrubar as poderosas muralhas psíquicas que condicionam mentes em um estado de sonolência e aflição diante das ansiedades, uma conjuntura emocional que sonega à consciência do presente único e se aplica em ensaiar hipóteses da posteridade intangível, aniquilando o único instante genuíno das vidas, o agora.

O desalento por um dia seguinte que venha destituído das amarras emocionais passadas e dos pânicos da comoção futura, parece só se submeter a um pensamento mais dedicado sobre o que está a ser feito no dia que é sempre anterior a esse, o hoje, que renasce a cada manhã, se renova e se recompõe para que arranjemos ou inventemos o que só nele pode ser verdadeiramente feito, determinando enfaticamente assim o fim daquela expectativa por um dia seguinte que nunca pode genuinamente chegar, desde o que está estabelecido para o estado temporal das coisas.

Pensando bem, os dias sempre parecem passar segundo seu próprio destino, mas não sem se mostrarem sujeitos a uma autoridade que deve ser demandada desde a consciência do paradoxo que se estabelece diante da sua simultânea efemeridade e perpetuidade.

Busque refletir sobre isso percebendo que os dias passam em suas horas velozes, mas logo estão de volta para repetir os seus ocasos, de modo a renovar continuamente sua oportunidade de rearranjar o que deveria ter sido feito, estabelecendo um fluxo exato para lhe entregar uma nova oportunidade de restaurar suas chances, a cada nova manhã.

Toda essa garantia acaba desperdiçada se não há a autoridade da sua consciência para a revalidação dos votos de cada acaso, determinada ou largada pela sua atitude, confirmando que somente no dia, e a cada dia, pode caber o incremento de suas tentativas nessa sequência fundamental de ordens temporais.

Pensando bem, não se preocupe com o amanhã, porque quando ele existir já será hoje, e do hoje você cuida agora, e só dele, e nada mais.

Ouça o podcast Pensando Bem nas plataformas digitais da Novo Meio.


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