A importância da boa gestão -

A importância da boa gestão

Por Ranieri Leitão*

Você sabia que, no Brasil, a maioria das empresas fecham com menos de um ano? Isso mesmo. Uma pesquisa divulgada em 2019 pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) revela essa realidade como resultado de uma má gestão dos recursos pelas empresas. Má gestão passa por diversos pontos, mas podemos evidenciar três dos mais importantes. Eles passam pela margem de lucro, qualificação da equipe e organização do estoque.

Sete por cento das empresas fecham por falta de lucro. E mais: quase 50% dos pequenos empresários sequer sabem se têm lucro ou prejuízo, segundo a pesquisa. A sua empresa sabe o lucro que tem? Se a sua resposta for não, cuidado. Conhecer os dados da empresa, mantendo uma margem de lucro saudável é imprescindível para que se tenha reservas e passe com mais tranquilidade por momentos de dificuldade, como este que estamos vivendo em meio à pandemia do novo coronavírus. Além disso, o conceito de lucratividade vai além da necessidade de manutenção da empresa. Ele está diretamente relacionado aos planos de onde você deseja chegar comercialmente. Um empreendedor que pensa em crescer com capitalização deve, obrigatoriamente, considerar o tamanho da sua margem de lucro. Não há como fugir disso.

Qualificar a equipe é, também, fundamental neste processo de gestão eficaz. O autor americano John Maxwell, especialista em liderança e gestão, diz que “as pessoas que alcançam seu potencial pensam em aperfeiçoamento”. E é verdade. Como gestor, é preciso entender isso e pensar na qualificação de suas equipes como um (bom) investimento e não como um custo. E posso justificar a afirmação. Quando qualifico o meu colaborador, eu aprimoro a sua capacidade técnica. A consequência disso é a melhoria do serviço que ele presta na minha empresa. Outro fator positivo é que o investimento em qualificação ajuda a manter os profissionais competentes por perto. Dessa forma, eu reduzo os meus custos com demissões e novas contratações. Na ponta do lápis, pode sair bem mais em conta.

No contexto de uma boa gestão, impossível não falar também dos estoques. A minha vivência à frente do Sincopeças Brasil e Ceará permite dizer que, hoje, há uma forte carência entre os empresários do setor de peças e serviços automotivos no olhar quanto à importância deste tópico. E isso explica, em muito, o motivo de algumas empresas não prosperarem.

O estoque representa um dos investimentos mais elevados da estrutura que compõe o capital de giro das empresas e tem, portanto, um papel fundamental no sucesso do negócio. É preciso estar atento às mercadorias para descobrir se haverá uma queda no giro do estoque e qual será o comportamento de compra dos clientes. Sensível a estas questões, é possível ao empresário, por exemplo, adaptar sua empresa aos novos hábitos de compras das pessoas, algo notório neste momento de transição que vivemos. Em suma, como costumamos dizer no jargão empresarial, o estoque precisa sempre “bater”. E isso só é possível com uma boa gestão, que deve passar pelo equilíbrio das compras, organização na armazenagem e entregas, controle das entradas e movimento das mercadorias. Além disso, é preciso estar atento ao prazo de pagamento dos fornecedores. Ele precisa estar compatível com os recebimentos dos clientes. Neste contexto, manter uma boa relação com os fornecedores é fundamental. Vale ressaltar, ainda, que a palavra – chave que deve pautar esse relacionamento chama-se: negociação, competência indispensável em qualquer tempo.

*Presidente do Sincopeças Brasil (Sincopeças/BR) e Presidente do Sistema Sincopeças/Assopeças/ Assomotos Ceará (SSA/CE)


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