Luiz Marins é
Antropólogo, consultor, escritor,
autor de 33 livros
A esperança intriga os homens desde sempre. Na mitologia grega temos que Pandora fora criada por Hefesto a mando de Zeus como forma de se vingar da humanidade após o titã Prometeu haver dado aos homens o segredo do fogo. Enviada à terra para se casar com Epimeteu, irmão de Prometeu, levava consigo uma caixa com a recomendação de que jamais fosse aberta, mas ela, sem conter a curiosidade, abre-a e com isso liberta de seu interior todos os males até então desconhecidos pelos homens (doenças, guerras, mentiras, ódios etc.).
Pandora então tenta fechar a caixa, mas consegue manter em seu interior apenas a ESPERANÇA. Assim, da Caixa de Pandora, de onde saíram todos os males e desgraças, o que sobrou para o mundo foi a ESPERANÇA. O autor italiano Enzo Bianchi, ao discorrer sobre a virtude da esperança, diz: “A esperança é o que pode dar sentido à espera, a torna eficaz e acelera sua realização, e nós, humanos,
carregamos em nosso interior a semente da esperança, com a qual fomos dotados desde o nosso nascimento. É verdade que na origem de todas as nossas virtudes está a confiança (a fé), mas a esperança sempre a acompanha e continua a ser a mais necessária em tempos de incerteza e dúvida, quando a nossa fé se enfraquece. Hoje a esperança parece ser a virtude mais difícil e muitos nem sequer conseguem formular a pergunta fundamental:
O que posso esperar? Não havendo capacidade de ouvir uma promessa, não conseguindo mais vislumbrar uma orientação, a esperança permanece confinada a um sentimento de sobrevivência.” Assim, em tempos turbulentos, sempre sobrará a esperança, e essa virtude e sentimento, exclusivos dos humanos, será sempre lembrada. Seja em nossa vida pessoal, profissional ou empresarial, apesar de todos os pesares na avaliação pessoal de cada um, é sempre necessário manter viva a esperança, que é sempre última que deve morrer
Pense nisso. Sucesso!