Por Lucas Torres
Dados publicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que, anualmente, 4,2 milhões de mortes prematuras ocorrem em razão da poluição do ar em todo o mundo, número que no Brasil, de acordo com o último levantamento do Ministério da Saúde, chegou a 44.228 em 2016. Além da perda de vidas, a má qualidade do ar produz severos impactos econômicos no âmbito da saúde pública. Recentemente, o ministro da pasta, Luiz Henrique Mandetta, projetou um gasto de R$ 14 bilhões do Sistema Único de Saúde entre os anos de 2008 e 2019 em decorrência do problema.
Em busca de soluções que possam amenizar esse cenário insustentável, diversos países têm divulgado medidas regulatórias que bloqueiem a utilização de combustíveis fósseis em automóveis, incentivando sua substituição gradual por modelos alternativos, entre os quais se destacam os motores elétricos.
O epicentro dessas ações legislativas tem sido a Europa, onde nações como a Holanda (2030), Noruega (2035), França (2040) e o Reino Unido (2040) já estabeleceram seus prazos para a proibição total da venda de carros movidos a gasolina ou diesel. Outro país a se comprometer recentemente com a agenda da mobilidade limpa – esse fora das fronteiras do continente conhecido como o ‘oásis do bem-estar social’, – foi a China, que assinou o compromisso de que 12% das vendas de carros novos já a partir deste ano se dividida entre elétricos e híbridos.
No Brasil, onde a pauta ambiental não pode ser chamada de prioritária na agenda do Governo Federal, ações para a diminuição do impacto do atual modelo de mobilidade começam a ganhar força. Para a surpresa de muitos, no último dia 12 de fevereiro, o Projeto de Lei do senador Ciro Nogueira (PP-PI) que estabelece 2030 como data limite para a venda de veículos de movidos a gasolina e diesel foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), seguindo para a Comissão do Meio Ambiente, antes de chegar ao plenário do Senado. O mesmo projeto estabelece 2040 como prazo final para que veículos movidos por motores a combustão sejam retirados de circulação. A conferir.
O crescimento da eletrificação em escala global foi projetado em números pela consultoria norte-americana Arthur D. Little, que estimou uma frota circulante de 26,2 milhões de automóveis elétricos no planeta já em 2025. A mesma consultoria indicou a redução de 65% nas emissões de gases em quilômetros rodados por passageiro a partir da substituição dos automóveis a combustão pelos veículos elétricos.