A vida em meio a bombas termobáricas e bombas de combustível -

A vida em meio a bombas termobáricas e bombas de combustível

Até o momento – como é possível constatar observando os congestionamentos diários nas grandes cidades – a inflação descontrolada na bomba não inibiu o uso do transporte individual. Mas essa é uma questão que, eventualmente, pode vir a trazer efeitos ao mercado de reposição

Claudio Milan [email protected]

O mês de março mal passou da metade, mas está tão agitado que quase já valeu pelo ano todo. A primeira quinzena trouxe como fatos positivos a aplicação prática da redução de IPI para uma infinidade de produtos – entre eles as autopeças – e a flexibilização das medidas de isolamento social, aquelas que vêm nos trazendo desconfortáveis restrições desde 2020. Embora muitos especialistas em saúde tenham questionado, por exemplo, o abandono da obrigatoriedade das máscaras em ambientes fechados, as medidas por si só decorrem do fato de que a pandemia vem perdendo força.

A se confirmar a tendência – recentemente surgiu mais uma variante, a Deltacron, portanto é melhor esperar antes de comemorar – teremos finalmente reconquistado parte de nossa liberdade. A perspectiva do tão aguardado período ‘pós-pandemia’ não por acaso é tema de nossa entrevista e da reportagem especial desta edição quinzenal – nunca é demais lembrar que o Novo Varejo Full Digital é a única publicação do aftermarket automotivo que chega duas vezes por mês até você. O objetivo da pauta foi investigar as tendências de consumo a partir do momento em que retomarmos a plena normalidade de nossa existência.

A questão é pertinente porque, como sabemos, o período de isolamento social promoveu uma extraordinária aceleração no processo de digitalização das empresas com consequente crescimento expressivo do comércio eletrônico. Que, segundo nossos entrevistados, vai continuar absolutamente relevante e indispensável para o varejo. Não deixe de ler! No entanto, o fato mais relevante dos últimos dias sem dúvida é a imperdoável invasão russa à Ucrânia e suas estúpidas consequências para a humanidade. É inacreditável assistir a líderes globais e analistas políticos especulando sobre um eventual risco de terceira guerra mundial turbinada por arsenais nucleares. Parte significativa da humanidade regride na velocidade da luz.

Não aprenderam nada e não esqueceram nada. Entre tantos impactos que uma crise desta magnitude gera está a tendência de alta nos preços do petróleo, que nós brasileiros já estamos sentido no bolso no momento em que abastecemos nossos carros. Até o momento – como é possível constatar observando os congestionamentos diários nas grandes cidades – a inflação descontrolada na bomba não inibiu o uso do transporte individual. Mas essa é uma questão que, eventualmente, pode vir a trazer efeitos ao mercado de reposição. Dependemos integralmente da circulação da frota para gerar nossas demandas de produtos e serviços. E temos ouvido na mídia que não será surpresa se o preço da gasolina ultrapassar os 10 reais – no Acre já há registros de postos vendendo a mais de 11. Em nossa posição de absoluta impotência para interferir nesta escalada, resta manter o estado de alerta e torcer mais do que nunca pela paz e pela possibilidade de reconquistar a vida que fomos obrigados a deixar para trás há exatos dois anos. Já passou da hora.


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