Acesso ao crédito continua difícil para setor automotivo -

Acesso ao crédito continua difícil para setor automotivo

O comércio de veículos, motos e peças é o segmento com maior potencial de empresas reportando dificuldades para a obtenção de crédito. É o que revelam as sondagens para a composição do Indicador de Facilidade de Acesso ao Crédito da Fundação Getúlio Vargas relativo ao mês de junho.

O comércio de veículos, motos e peças é o segmento com maior potencial de empresas reportando dificuldades para a obtenção de crédito. É o que revelam as sondagens para a composição do Indicador de Facilidade de Acesso ao Crédito da Fundação Getúlio Vargas relativo ao mês de junho.

Segundo o estudo, entre todos os segmentos pesquisados na prévia deste mês, apenas o de veículos, motos e peças apresentou crescimento em relação a maio, subindo de 30,4% para 38,8%.

Para se ter uma ideia do que representa este índice, o setor de tecidos, vestuário e calçados registrou, no mesmo período, queda de 13,6 pontos percentuais, recuando de 37,3% para 23,7%. Já os hiper e supermercados mostraram redução de 9,4 pontos percentuais e atingiram o menor índice de dificuldade para acessar o crédito no setor de comércio, apenas 7,9%.

Os resultados confirmam as queixas constantes dos empresários e gestores do varejo de autopeças e ratificam a importância do tradicional financiamento interno da cadeia de negócios do Aftermarket Automotivo, bem como ampliam a necessidade de buscar alternativas para o mercado, como, por exemplo, as fintechs ou as cooperativas de crédito, defendidas hoje por entidades de representação como o Sincopeças e o Sindirepa.

A pesquisadora Renata de Mello Franco, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, avalia que, de maneira geral, o mercado de crédito continua bastante restrito.

Segundo a especialista, apesar dos esforços recentes do governo para ampliar a disponibilidade de recursos para as empresas, na opinião dos empresários ouvidos para a prévia das sondagens no mês de junho, por enquanto não houve melhora em relação ao cenário anterior. O Indicador de Facilidade de Acesso ao Crédito está em 55,6 pontos neste momento. Renata explica que esse resultado decorre da diminuição do percentual de empresas afirmando facilidade de acesso ao crédito, de 10,8% para 7,7%, ainda que a parcela das empresas relatando dificuldade tenha diminuído de 36,8% para 33,8.

Indicador de Facilidade de Acesso ao Crédito iniciou o ano em alta, atingindo a marca de 95,3 pontos no mês de janeiro, acumulando desde então queda de 39,7 pontos, sendo 31,8 pontos a menos apenas entre os meses de março e abril. No comércio, o indicador registra neste momento 50,3 pontos, o menor nível de facilidade de acesso ao crédito entre todos os setores pesquisados – além do comércio, a sondagem também apura os números da construção, indústria e serviços.


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