O Índice de Confiança do Consumidor Paulista (ICCP), divulgado pela Associação Comercial de São Paulo, registrou 110 pontos em dezembro de 2023, queda de 1,8% em relação a novembro. O resultado interrompe uma sequência de quatro altas mensais seguidas. Na comparação com dezembro de 2022, houve elevação de 6,8%.
O ICCP varia de zero a 200 pontos, sendo que pontuações acima de 100 denotam otimismo do consumidor.
Na composição do índice, piorou a percepção do momento atual para as finanças pessoais e para o emprego. O consumidor paulista também está mais pessimista em relação às expectativas financeiras, com relação ao emprego e ainda a respeito da economia brasileira.
“Essa piora generalizada da confiança se refletiu na redução da disposição a comprar itens de maior valor, tais como carro e casa, e na disposição a investir”, afirma Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP.
No recorte por classes socioeconômicas, o levantamento mostra leve aumento da confiança das famílias residentes no Estado de São Paulo pertencentes às classes C e DE, mas uma importante diminuição para as da classe AB.
CAPITAL
Já o Índice de Confiança do Consumidor da Cidade de São Paulo (ICCSP) alcançou 99 pontos em dezembro, uma retração de 4,8% em relação a novembro e elevação de 5,3% na comparação com o igual mês de 2022.
Essa é a segunda redução mensal consecutiva do ICCSP, que voltou ao campo pessimista (abaixo de 100 pontos).
Tal como ocorreu na pesquisa estadual, as percepções com relação às situações atual e futura de emprego e renda mostraram piora, levando a maioria dos entrevistados a manifestar menos interesse em comprar bens de maior valor, além de investir.
Com relação à evolução da confiança dos consumidores da cidade de São Paulo distribuídos por classes socioeconômicas, houve um pequeno avanço para a classe DE, um importante recuo para a classe AB e estabilidade para a classe C.
“Os resultados do ICCP e do ICCSP de dezembro apresentaram reduções em termos mensais, com pioras relativas das percepções em relação às situações de renda e emprego atuais e futuras, interrompendo sequências de altas consecutivas”, pontua Ruiz de Gamboa. “Ainda não se pode interpretar esses resultados como uma mudança de tendência, mas refletem provavelmente a desaceleração da economia, num contexto de elevado endividamento das famílias e juros ainda muito elevados”.