Além da falta de componentes, indústria automotiva enfrenta inflação do aço -

Além da falta de componentes, indústria automotiva enfrenta inflação do aço

Afirmação é do presidente da Stellantis, Carlos Tavares,

Época Negócios

Além de falta de componentes, especialmente de chips fabricados na Ásia, a indústria automobilística está sendo afetada pela alta de preços de matérias-primas.

O preço do aço, material básico para a fabricação de veículos, subiu mais de 15% nos dois primeiros meses do ano e mais de 45% nos últimos 12 meses. O presidente da Stellantis, Carlos Tavares, afirmou que a montadora trabalha para reduzir custos e evitar repasse de preços ao consumidor final.

“Estamos tentando compensar esse aumento de preço do aço, com redução de outros custos, para que o reajuste não seja transferido aos consumidores finais. Mas pelo menos uma parte desse aumento terá que ser transferida”, disse o presidente da montadora, que reúne Fiat/Chryler, Jeep, Peugeot e Citroen e está no Brasil, pela primeira vez, depois da fusão mundial da FCA com a PSA em janeiro.

Tavares afirmou em entrevista que a situação dos chips é dífícil e tem levado a paralisações de alguns dias e trabalho nas unidades do grupo. Ele acredita que o problema deve durar todo o ano de 2021, contra uma estimativa que apontava que o fornecimento seria normalizado já no primeiro semestre deste ano.

Os chips vêm da Ásia, especialmente de Taiwan, e há um desequilíbrio no fornecimento para a indústria automobilística e para os fabricantes de computadores, telefones celulares, tablets, produtos que estão tendo maior procura desde o início da pandemia de Covid-19, ano passado, disse o executivo.

“A indústria automobilística foi mais lenta para sair da crise e tem um processo de produção mais complexo. Os nossos fornecedores, em setembro e outubro do ano passado, não sinalizaram que esta falta de componentes poderia se agravar. Poderíamos ter antecipado estoques. E temos uma situação de dependência de um número reduzido de fornecedores. Então, estamos trabalhando com algumas soluções alternativas, certificadas, dos componentes que faltam”, explicou Tavares.

Ele explicou que a montadora, que possui 14 marcas, produz cerca de 500 mil veículos por mês em suas diferentes plantas no mundo. Cada automóvel leva cerca de 4 mil peças. E 90% dos fornecedores dessas peças são únicos, o que trouxe dificuldades no suprimento.

“Esta é uma questão estratégica importante para nossa indústria e temos que tirar uma lição disso. As montadoras não têm como investir na produção de semicondutores em outras regiões do mundo. É um investimento muito alto, que se traduziria em custos para o consumidor. Esta é uma questão para os países e não está ao alcance das montadoras. Vamos apoiar países que estiverem interessados em produzir fora da Ásia”, disse o executivo.



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