Agência Estado
Ainda não deve ser este ano que o varejo nacional vai conseguir ultrapassar o resultado de vendas obtido em 2019, no período pré-pandemia de covid-19. No entanto, o desempenho fraco da Black Friday deve representar um fôlego extra nas vendas de fim de ano. Um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projetou um crescimento real (descontada a inflação) de 1,2% neste natal de 2022.
Caso a projeção seja confirmada, esse deve ser o primeiro Natal desde 2019 em que o setor terá um crescimento real, movimentando aproximadamente R$ 65 bilhões na data. Para especialistas ouvidos pelo Estadão, as companhias que não atingiram as metas de vendas durante a data de promoções têm agora uma chance extra de esvaziar os estoques e começar e começar 2023 sem mercadorias encalhadas nas prateleiras.
Poucas ofertas
Efeitos como Copa do Mundo e a falta de promoções na Black Friday podem animar o comércio nas próximas semanas. Especialista em varejo da Strong Business School (SBS), Ulysses Reis explica que, desde que a Black Friday foi introduzida no calendário do varejo nacional, os brasileiros passaram a antecipar as suas compras de natal no fim de novembro.
A ideia era aproveitar os descontos e fugir da inflação comum nos dias que antecedem as festas. No entanto, Reis afirma que, em 2022, a baixa disponibilidade de ofertas nos produtos fez com que muitos consumidores acabassem represando as compras. “A Black Friday deste ano foi muito fraca, com pouquíssimas ofertas, porque as grandes companhias não se prepararam (para ela)”, afirma.