Placas de trânsito e seus significados: Entenda todos os sinais

As placas de trânsito e seus significados

Herdeiras da pré-história, as placas de trânsito são fruto da necessidade do homem de se organizar socialmente a partir da utilização de símbolos reconhecidos pelos membros de uma comunidade
As placas de trânsito e seus significados. No exemplo, uma sinalização indicando PARE

Toda pessoa habilitada para dirigir qualquer tipo veículo motorizado no país necessita passar por uma verdadeira alfabetização paralela. Uma linguagem especializada que lhe permita se orientar enquanto guia seu veículo. A fim de reforçar esses ensinamentos fundamentais para a segurança de trânsito, esse post se dedicará a destrinchar as minúcias das placas de trânsito e seus significados.

Da pré-história à pós-modernidade: o surgimento das placas de trânsito e seus significados

Uma placa da Europa, mostrando para onde segue o fluxo de tráfego.

Desde a pré-história, homens e mulheres sentiram a necessidade de produzir ‘códigos’ que pudessem orientar a eles mesmos – e a outros indivíduos – sobre conhecimentos importantes para a sobrevivência e a organização social.

Nossos ancestrais criaram então seus alfabetos próprios a partir da reprodução de símbolos e imagens desenhadas nas paredes de cavernas.

Não sabemos ao certo, porém, a profundidade de alcance desses símbolos. Isto é, quantas pessoas – de quantos lugares – seriam capazes de compreender aquela linguagem reproduzida por meio de símbolos.

A civilização avançou. Ou melhor, se modificou. Afinal, antropólogos e historiadores sempre deixam muito claro que as mudanças no modo de vida do ser humano ao longo dos séculos são somente isso – mudanças, e que não existem critérios objetivos que possam ratificar essas alterações como ‘avanço’ ou ‘progresso’.

Enfim, como estávamos dizendo, os séculos se passaram e nossa espécie encontrou novas formas de codificar suas mensagens – criando alfabetos próprios como o da Grécia Antiga, do Império Romano e de todo o ainda pouco inexplorado ‘mundo asiático’, que aliás, até hoje preserva sua identidade em alfabetos estranhos ao mundo ocidental como o japonês.

Em suma, o que essa postura constante na história da humanidade revela é a necessidade constante de produzir e comunicar mensagens que possam criar orientações e normas que possam produzir uma certa ‘lógica de comportamento’ que crie um ambiente salutar para a preservação da espécie.

Avançando para o final do século XIX, quando passaram a surgir os primeiros automóveis (consensualmente, afirma-se que o primeiro automóvel moderno foi criado no ano de 1886 – na Alemanha), surgiram junto a eles a semente da necessidade de se organizar suas movimentações.

Quanto mais velozes ficavam e qual maior o volume da circulação dessas máquinas nas cidades, mais essa semente se transformava nessa árvore complexa que hoje se tornou o trânsito urbano – que ao mesmo tempo torna exponencialmente mais ágil a capacidade de cidadãos se locomoverem, apresenta perigos reais de acidentes fatais para motoristas e pedestres.

No Brasil, as placas de trânsito e seus significados começaram a surgir no início da década de 1930 – época em que os carros começaram a se avolumar nas ruas das grandes cidades, passando a competir por espaço com os charmosos ‘bondes’ que observamos nos filmes antigos.

Fator curioso é que as placas de trânsito e seus significados surgiram no nosso país antes mesmo do país possuir um departamento específico para a regulação da circulação dos carros por aqui.

Era, talvez, a ação de nossa tendência ancestral de recorrer aos sinais para alertarmos uns aos outros sobre possíveis perigos e como se comportar diante deles.

Só em 1938, no final da década em que surgiram as placas de trânsito, que o Brasil criou o Departamento de Serviço de Trânsito (DST).

Três anos depois, em 1941, o país criou pelo Código Nacional de Trânsito – documento dentro do qual suas predecessoras, as placas, foram incorporadas e se tornaram elemento central. No mesmo ano, a proeminência dos automóveis no país impulsionou a criação de dois outros órgãos robustos: o CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito) e o DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem).

O que a história do surgimento das placas de trânsito e seus significados nos mostra, portanto, é que elas são uma resposta da sociedade e, mais do que isso – da espécie – às novíssimas demandas surgidas pela massificação da utilização do automóvel.

O entendimento dessa relação de ‘causa e efeito’ entre as placas e o trânsito em si nos permite compreender o por que do conhecimento profundo sobre ela ser indispensável e fundamental a todos aqueles que se dispõem a se locomover por meio da condução de veículos motorizados.

O processo de alfabetização do aspirante a motorista

Placas de trânsito e seus significados diversos. No caso dessa, adverte os motoristas que ali existe uma travessia de pedestres. Foto de Brasília, DF.

Fundamental para a segurança do condutor, dos outros motoristas e de todos aqueles que circulam nas imediações da via pública, o processo de habilitação de um cidadão vai muito além das aulas práticas nas quais o aluno aprende a operar a máquina.

Por conta disso, para conquistar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) – documento que permite que o brasileiro possa trafegar em seu veículo em todo o território brasileiro, o cidadão necessita cumprir 45 horas obrigatórias de aula teórica.

Dentro desse escopo de aulas, que abrange técnicas de primeiro-socorros, mecânica básica e noções de meio ambiente – o conhecimento das placas de trânsito e seus significados recebe foco especial.

Independente do CFC em que realizar as suas aulas, o aspirante a condutor recebe em seu manual de estudos que destaca com detalhes o significado de todas as placas de sinalização e a descrição de como ele deve se portar diante delas.

Terminadas as 45 aulas obrigatórias, o aluno terá de provar seus conhecimentos adquiridos em um teste de múltipla escolha promovido pelo Detran – respondendo perguntas que solicitam, por exemplo, que ele selecione a alternativa que descreva o significado da imagem de uma placa inserida na prova.

Somente ao ser aprovado nesse exame é que o candidato poderá passar para a próxima fase do processo: as aulas práticas.

Conhecendo as placas de trânsito e seus significados

As placas de trânsito e seus significados, como no caso dessa, a travessia de bovinas naquela região da estrada.

Embora todos os aspirantes a motoristas de veículos tenham de passar por um curso de 45 horas de aula teórica sobre questões fundamentais do trânsito – dentre os quais se destacam os significados das placas, bem como provarem seus conhecimentos em prova teórica, o conhecimento adquirido durante essas ‘alfabetizações’ nem sempre é fixado em definitivo na cabeça desses cidadãos depois de habilitados.

É o que mostrou o último levantamento da Associação Nacional dos Detrans (AND) que, em 2015, apontou que o Brasil possui mais de 60,7 milhões de condutores e nem todos eles estão cientes dos significados das placas de trânsito.

Decidimos portanto fazer uma revisão desse conhecimento indispensável para a segurança e as boas práticas no trânsito diário.

Antes de tudo, é preciso destacar que o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) divide as placas de trânsito em três macro-categorias separadas.

São elas: as placas de regulamentação, advertência e indicação. Naveguemos, portanto, por todas elas e seus detalhes:

1 – As Placas de Regulamentação

A placa indicando que é proibido estacionar.

A ‘macro-categoria’ que abrange as placas de regulamentação são, de maneira geral, as mais conhecidas entre os motoristas de trânsito. Isso, claro, tem uma razão de ser.

São elas as responsáveis por alertar obrigações, proibições, condições ou restrições no uso das vias por parte dos motoristas – questões que, se negligenciadas ou desrespeitadas pelos motoristas, tende a acarretar em multa.

Como de costume, o que machuca o bolso aguça a memória.

Essas placas de regulamentação são de fácil reconhecimento, pois têm por característica comum a coloração vermelha nas bordas e um fundo branco. Seus ‘símbolos’ – sejam eles desenhos, números ou letras – responsáveis por transmitir sua mensagem são pretos.

Em sua grande maioria, as placas de regulamentação são redondas – com exceção das placas ‘Pare’, de formato octogonal, e a de ‘Dê preferência’, que toma a forma de um triângulo invertido.

Mesmo sendo claras quanto a sua ‘construção’ e fáceis de lembrar pelas penalidades que acarretam, essa macro-categoria de placas de trânsito também podem confundir quem não as estudou corretamente.

Exemplos disso são as sinalizações que se referem à permissão ou proibição de determinadas áreas – que possuem a letra ‘E’ e são acompanhadas ou não de outros elementos.

“Enquanto o ‘E’ sozinho indica que aquele local é permitido estacionar, o ‘E’ com uma faixa vermelha cortando-o proíbe estacionar. Já o ‘E’ cortado com um x vermelho aponta que não é permitido estacionar e nem parar no ponto em questão”, afirma o portal Blogodorium.

Ao todo, a categoria ‘placas de regulamentação’ contém 31 placas. São elas:

– Dê a Preferência

– Parada Obrigatória

– Velocidade Máxima Permitida

– Sentido Obrigatório

– Passagem Obrigatória

– Siga em Frente

– Vire à Esquerda

– Vire à Direita

– Siga em Frente ou à Esquerda

– Siga em Frente ou à Direita

– Sentido Proibido

– Proibido Virar à Esquerda

– Proibido Virar à Direita

– Proibido Retornar

– Proibido Mudar de Faixa de Trânsito

– Carga Máxima Permitida

– Altura Máxima Permitida

– Largura Máxima Permitida

– Peso Máximo Permitido por Eixo

– Comprimento Máximo Permitido

– Estacionamento Regulamentado

– Alfândega

– Uso Obrigatório de Correntes

– Conserve-se à Direita

– Veículos Lentos Usem Faixa da Direita

– Mão Dupla

– Pedestre Ande pela Esquerda

– Pedestre Ande pela Direita

– Proibido Estacionar

– Proibido Parar e Estacionar

– Proibido Ultrapassar


2 – As Placas de Trânsito Advertência

Uma placa de advertência indicando que existe uma curva à direita.

Na sequência de nossa viagem sobre as placas de trânsito e seus significados, chegamos à macro-categoria das ‘placas de advertência’ – as quais, como o nome já diz, são utilizadas para alertar os motoristas a respeito de situações específicas.

Tais situações podem se referir, por exemplo, a condições perigosas na estrada, indicar um semáforo ou uma lombada à frente, ou ainda à possibilidade de presença de animais selvagens na pista.

As plalcas de advertência podem ainda auxiliar pessoas que possam não conhecer as nuances do caminho ao avisar este condutor sobre o caráter sinuoso da pista, um cruzamento de vias ou uma curva acentuada.

Em sua composição física, essa macro-categoria têm por característica ter seu fundo colorido de amarelo e seus símbolos de comunicação (números, letras e desenhos) possuírem a cor preta.

Em sua grande maioria, as placas de advertência possuem um formato quadrado – posicionado na diagonal, o que nos dá a impressão ótica da figura geométrica de um losango.

À esse formato majoritário dessas placas, no entanto, se somam exceções como: as placas que indicam sentido único ou duplo sentido – que tem por condição geométrica a figura de um retângulo; e a placa que sinaliza a chamada ‘Cruz de Santo André’, que possui um formato peculiar – que se assemelha a um ‘X’.

A macro-categoria das sinalizações de advertência possui 60 placas diferentes. São elas:

– Estreitamento de Pista ao Centro

– Estreitamento de Pista à Esquerda

– Estreitamento de Pista à Direita

– Ponte Estreita

– Ponte Móvel

– Obras

– Mão Dupla Adiante

– Sentido Único

– Sentido Duplo

– Área com Desmoronamento

– Pista Escorregadia

– Projeção de Cascalho

– Trânsito de Ciclista

– Trânsito de Tratores ou Máquina Agrícola

– Trânsito de Pedestre

– Área Escolar

– Passagem Sinalizada de Escolares

– Crianças

– Animais

– Animais Selvagens

– Altura Limitada

– Largura Limitada

– Passagem de Nível sem Barreira

– Passagem de Nível com Barreira

– Início da Pista Dupla

– Pista Dividida

– Aeroporto

– Vento Lateral

– Rua Sem Saída

– Cruz de Santo André

– Curva Acentuada à Esquerda

– Curva Acentuada à Direita

– Curva à Esquerda

– Curva à Direita

– Pista Sinuosa à Esquerda

– Pista Sinuosa à Direita

– Curva Acentuada em “S” à Esquerda

– Curva Acentuada em “S” à Direita

– Curva em “S” à Esquerda

– Curva em “S” à Direita

– Cruzamento de Vias

– Via Lateral à Esquerda

– Via Lateral à Direita

– Intersecção em “T”

– Bifurcação em “Y”

– Entroncamento Oblíquo à Esquerda

– Entroncamento Oblíquo à Direita

– Junções Sucessivas Contrárias Primeira à Esquerda

– Junções Sucessivas Contrárias Primeira à Direita

– Intersecção em Circulo

– Confluência à Esquerda

– Confluência à Direita

– Semáforo à Frente

– Parada Obrigatória à Frente

– Bonde

– Pista Irregular

– Saliência ou Lombada

– Depressão

– Declive Acentuado

– Aclive Acentuado

3- As Placas de Indicação

As placas indicando destinos turísticos em Campina Grande, na Paraíba.

A última ‘macro-categoria’ de nossa viagem sobre as placas de trânsito e seus significados diz respeito às placas de indicação – também chamadas de placas de localização, e são utilizadas para auxiliar o condutor ao reconhecimento de onde ele está, bem como informá-lo sobre aonde ele pode chegar ao seguir por determinada via.

De acordo com as definições do Detran, as placas de indicação podem ser divididas entre aquelas que identificam rodovias, cidades e as zonas de interesse de tráfego.

Essas placas são comumente encontradas na pista como indicativo de qual direção se encontra tal cidade ou por qual quilômetro da ‘BR’ o condutor está passando.

Essas placas de indicação podem ser definidas ainda como sinalizações que indicam a distância até que o motorista chegue a um determinado local.

Aqueles que ainda viajam sem fazer uso de aplicativos como ‘Waze’ ou ‘Google Maps’ – que atuam como verdadeiros ‘co-pilotos digitais’, costumam a se guiar, por exemplo, pela chamada ‘altura da rodovia’.

“A entrada da cidade fica no quilômetro 12. É só seguir as plaquinhas azuis do lado direito da pista”, diria alguém indicando ao motorista a saída que ele deve se dirigir para chegar a determinado município.

Ainda dentro desse grande escopo das placas de indicação, porém, existem outras sub-categorias dentre as quais estão contidas:

3.1 Placas Educativas – não se limitam aos condutores, também sendo destinadas à conscientização e educação do comportamento dos pedestres dentro do trânsito.

As sinalizações contidas nessa sub-categoria são:

– Use Cinto de Segurança

– Obedeça a Sinalização

– Só Ultrapasse com Segurança

– Pare Fora da Pista

– Ultrapasse Somente Pela Esquerda

– Longo Trecho em Declive

– Luz Baixa ao Cruzar Veículos

– Não Ultrapasse com Faixa Contínua

– Sob Neblina use Luz Baixa

– Sob Neblina Reduza Velocidade

– Verifique os Freios

3.2 Placas de Atrativos Turísticos – são responsáveis por indicar os pontos de turismo da cidade ou de lugares próximos do ponto em questão. Mais do que informar o nome do lugar, essas sinalizações também trazem um símbolo referente aquele atrativo.

As placas contidas nessa sub-categoria são:

– Placa Diagrama

– Placa de Identificação de Atrativo Turístico

– Placa Indicativa de Distância

– Placa Indicativa de Sentido

– Placa Indicativa de Sentido Posicionamento na Pista

3.3 Placas de Serviços Auxiliares – outra sub-categoria dentro do escopo das Placas Indicativas, essas sinalizações apontam o caminho para determinados lugares voltados à prestação de serviços.

– Dentro desse item estão contidas as placas de:

– Serviço Mecânico

– Abastecimento

– Serviço Sanitário

– Restaurante

– Área de Campismo

– Aeroporto

– Estacionamento de Trailer

– Área de Estacionamento

– Hotel

– Serviço Telefônico

– Transporte sobre Água

– Ponto de Parada

– Passagem Protegida para Pedestre

– Pronto Socorro

– Conheça outras placas de trânsito complementares

Além das macro-categorias principais, o mundo das placas de trânsito e seus significados possuem outras sinalizações de extrema importância para a orientação do comportamento dos condutores na via.

Dentre esses grupos complementares estão as:

Placas de sinalização de obras – estas não são sinalizações fixas e só são colocadas em locais em que existe uma obra em andamento no momento e – em termos de caracterização física – todas têm seu fundo alaranjado com seus símbolos colocados na cor preta. A maioria possuem a forma geométrica de um losango, tendo como exceção aquelas que indicam ‘desvio’ – que são retangulares.

Confira as placas que compõem o âmbito da ‘sinalização de obras’:

– Depressão

– Projeção de Cascalho

– Área com Desmoronamento

– Pista Irregular

– Mão Dupla Adiante

– Caminhões na Pista

– Lombada

– Pista Escorregadia

– Estreitamento de Pista à Direita

– Estreitamento de Pista ao Centro

– Início de Pista Dividida

– Altura Limitada

– Parada Obrigatória à Frente

– Largura Limitada

– Obras

– Estreitamento de Pista à Esquerda

– Desvio à Esquerda a 200 metros

– Desvio à Direita

– Desvio à Direita a 200 metros

– Desvio à Esquerda

Sinalização horizontal – Diferente das anteriores, essa sinalização não é necessariamente uma placa – mas uma indicação posta na própria pista. Em sua descrição sobre essa categoria, o Detran destaca que ela é constituída por faixas de duas diferentes cores: as brancas, que divide a via em fluxos de mesmo sentido; e as amarelas, que divide a via em dois fluxos opostos.

Essas faixas, dependendo da forma com que são desenhadas na via dão indicações importantes aos motoristas – tais como:

Faixa simples e contínua: Não é permitida a ultrapassagem

Faixa simples e tracejada: Permitida a passagem

Faixa dupla contínua: Não permite ultrapassagem

Faixa dupla contínua/seccionada: Permite ultrapassagem somente de um lado.


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