Assédio no varejo: caminhos para construir uma cultura ética -

Assédio no varejo: caminhos para construir uma cultura ética

Em artigo, a gerente da Protiviti, Juliana Godinho, falou sobre a importância do trabalho preventivo para construir ambientes mais éticos e evitar casos de assédio no varejo

As pressões diárias e inerentes do segmento de varejo já são mais do que conhecidas. A concorrência é acirrada, conquistar novos clientes e manter os já cativos é desafiador. Na maioria das vezes, as metas são arrojadas agressivas e renovam-se mês a mês. 

Infelizmente esse ambiente desafiador pode acabar se tornando um espaço fértil para a ocorrência do assédio, resultando em cenários de desmotivação, afastamentos por adoecimento psíquico como burnout, crises de ansiedade e depressão, aumento do turnover e um possível aumento de erros ocasionados pela estafa mental. 

Além dos impactos diretos aos profissionais, como um comportamento agressivo de um líder “desesperado” para cumprir metas, humilhando e ameaçando equipes, situações de assédio no varejo também geram grandes consequências de imagem, percorrendo as redes sociais na velocidade da luz e, muitas vezes, com pré-julgamentos que nem sempre refletem a realidade, já que os consumidores normalmente não analisam ou acompanham os detalhes de um caso de assédio que vai à mídia. 

O cancelamento por parte dos consumidores acontece de forma quase imediata assim que uma situação ética com a qual eles não concordam chega ao conhecimento deles. Em uma pesquisa realizada pelo LinkedIn em 2020, mais de 85% dos respondentes alegaram que deixariam de consumir um produto se não concordassem com o posicionamento ético da marca. 

Ou seja, todo o esforço que a empresa colocou para conquistar e cativar consumidores, em questão de dias ou horas, pode ser destruído por uma postagem que mostre, ou apenas sugira, uma ação antiética como uma discriminação por raça, gênero e afins.  O que fazer para fugir dessas armadilhas?

Quando falamos de assédio no varejo, o melhor caminho sempre será o de prevenção, pois a apuração de um caso que já tenha ocorrido pode não ser suficiente para reverter uma imagem negativa ou uma equipe desgastada com uma situação de assédio. 

Muitos casos que chegam ao Canal de Denúncia claramente poderiam ter sido evitados se tivesse ocorrido um trabalho adequado de desenvolvimento dos novos líderes. Muitas vezes, os líderes e supervisores de lojas aprendem e reproduzem uma gestão agressiva sob a bandeira da “resiliência”, criando um ciclo vicioso e uma cultura informal de “aceitação ao assédio”. 

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