Assistência ou Dependência? -

Assistência ou Dependência?

O chamado à reflexão dessa intervenção vai para as múltiplas iniciativas assistencialistas do governo para sustentar minimamente famílias, trabalhadores e pequenos e médios empresários.
O chamado à reflexão dessa intervenção vai para as múltiplas iniciativas assistencialistas do governo para sustentar minimamente famílias, trabalhadores e pequenos e médios empresários.

O chamado à reflexão dessa intervenção vai para as múltiplas iniciativas assistencialistas do governo para sustentar minimamente famílias, trabalhadores e pequenos e médios empresários.

As ações vêm de um amplo plano de emergência pelos efeitos devastadores da maior crise econômica que os que testemunham essa conjuntura já viveram, no entanto, essas reflexões não devem ficar restritas ao estado de urgência desses dias.

O assistencialismo é de fato providencial, inadiável, para a ordem de coisas desses tempos, mas a sua essência, se refletida, não pode deixar de ser percebida como danosa para as pessoas e a sociedade.

Uma investigação simples sobre seus desdobramentos sociais leva a confirmação dos graves danos colaterais às famílias assistidas, fenômeno mais evidente com o avanço do tempo da dependência a essa governança assistencialista.

Vejam que os programas contra a fome remediam uma doença social que insiste em roubar a dignidade, e muitas vezes até a vida, distanciando as comunidades de soluções dignas, mantendo-as no centro de suas carências.

Assistimos nos dias de delírios por essa enfermidade uma miscigenação de privações que contribuem para confundir o entendimento da raiz do caos social, que mistura o crônico dos dias com o casual das horas, ou seja, o que está perenemente constituído pela pobreza social endêmica e a desgraça surgida desde essa doença. Os governos viram todos esses em um mesmo balaio, o pior deles, o do assistencialismo. Assim os dessas últimas urgências seguem o destino dependente daqueles das primeiras, perpetuamente condicionados à essa ajuda.

Claro, que não há o que ser feito imediatamente, mas obvia é a oportunidade de se refletir sobre uma necessária investigação desse desastre social vindo do assistencialismo, o estado crítico, letárgico, dado aos mais humildes, os que para sempre estarão, por essas políticas, condenados a depender.

Pensar sobre a utopia altruísta pode ser um caminho para se confirmar um estado de dominação de milhões de pais, mães e filhos condenados à sorte da assistência, confinados ao azar da ignorância, da falta de educação e formação para usarem suas próprias forças de trabalho para viverem verdadeiramente livres.

A natureza humana parece manifestar uma acomodação resignada diante de mesas que lhe são oferecidas sem seus próprios esforços, adaptando-se àquele básico que lhe sustente afastado de esforços maiores, encerrando dias condenados aos programas sociais carregados de charlatanices políticas e dominação mental.

Os dias dessa urgência social, sob as inadiáveis intervenções dos governos, podem, enfim, nos ajudar a atentar com mais dedicação sobre esse tema. Mas a que serve as prorrogações das dívidas se elas continuarão às portas, ou os empréstimos com juros subsidiados para quem não pode pagar nem o principal, ou os favores financeiros para matar a fome por uns dias?

Bolsa Atleta, Bolsa Estiagem, Bolsa Família, Bolsa Verde, Bom Prato, Brasil Carinhoso, Brasil sem Miséria. Só alguns dos programas assistenciais do governo que promoveram nada mais do que uma sobrevivência dependente, excludente e deprimente.

Aquela velha e simplória máxima pode ajudar, ensinar a pescar à entregar os peixes. Mas isso parece não interessar, investir verdadeiramente em educação e formação, incentivar ao trabalho com as próprias mãos, formar famílias reunidas pelos valores mais dignos dados aos homens, o próprio sustento.

Desviemo-nos, sobretudo nesses dias dos discursos da hipocrisia, dos contaminados aportes com fins sociais, de cunhos políticos, filantropistas, predatórios, que causam esse último dano, um profundo estado de dependência.

Pensando bem, ajudar alguém é ensiná-la antes, incentivá-la durante e vê-la livre depois.

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