Auditorias independentes e transparência são fundamentais para PMEs não repetirem caos da Americanas -

Auditorias independentes e transparência são fundamentais para PMEs não repetirem caos da Americanas

“Definir se as auditorias têm total liberdade é fundamental, levando em consideração que a contratação acontece pelas próprias empresas interessadas em mostrar ao mercado um resultado saudável”

A repercussão nacional da crise da Americanas S.A., justificada pelo fato de a empresa ser o 5º varejo de maior faturamento do país, ultrapassando a marca dos R$ 32 bi anuais, pode fazer parecer que as incongruências encontradas em seu balanço contábil representam uma completa anomalia quando o assunto é gestão empresarial. Fabio Garcez, do NW Group, no entanto, destaca que tais situações também podem ser encontradas nas Pequenas e Médias Empresas (PMEs), ainda que estas não façam tamanho barulho midiático. “Quanto às empresas menores, temos um cenário ainda mais obscuro, pois elas não são obrigadas a auditar nem publicar seus balanços e muitas vezes operam em ramos que ainda não têm regulação”, relatou o especialista contábil. Para ele, esta obscuridade, embora possa dar uma sensação de liberdade para os gestores das pequenas e médias empresas, acaba motivando uma falta de controle corriqueira entre custos e receitas, cenário que, muitas vezes, resulta no motivo central da curta vida destes negócios varejistas. “Vale lembrar que essas empresas ainda precisam lidar com a dificuldade de obtenção de crédito no mercado financeiro, negociação com fornecedores além de se manterem competitivas frente às empresas maiores muito mais capitalizadas e com capacidade de investimento”, contextualizou Garcez.

Já quando o assunto são as empresas mais estruturadas, o especialista aponta para a adoção de uma fiscalização independente como sendo um elemento indispensável no objetivo de identificar incongruências antes que elas tomem proporções catastróficas. Neste sentido, é importante lembrar que o rombo da Americanas S.A. ocorreu a despeito do grupo contar com uma das auditorias mais respeitadas do planeta na figura da PwC. Para Garcez, porém, ter com uma auditoria de ‘grife’ conta muito pouco se a relação entre empresa e auditor não tiver o elemento da independência.

“Acredito que o ponto principal que deverá ser levado em consideração nas empresas que são obrigadas a contratar auditorias externas é o grau de independência que terão para realizar seu trabalho. Definir se as auditorias têm total liberdade é fundamental, levando em consideração que a contratação acontece pelas próprias empresas interessadas em mostrar ao mercado um resultado saudável”, analisou Garcez, concluindo que este elemento deve ser acompanhado de outras três boas práticas fundamentais. “Além desta independência indispensável, outros pontos importantes são: procedimentos adequados e amplamente divulgados na cultura da empresa; processos focados na mitigação de riscos e boas práticas contábeis e tributárias; e comunicação clara dos resultados às partes interessadas”, concluiu o especialista.


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