Autonor 2025 marca avanço do mercado nordestino e integração do Aftermarket Automotivo -

Autonor 2025 marca avanço do mercado nordestino e integração do Aftermarket Automotivo

Realizada entre os dias 17 e 20 de setembro, feira reuniu mais de 55 mil pessoas e superou os R$ 100 milhões em negócios

Entre os dias 17 e 20 de setembro, o Centro de Convenções Pernambuco recebeu mais uma edição da Autonor – Feira de Tecnologia Automotiva do Nordeste. Consolidando-se como a principal feira do Aftermarket Automotivo em uma das regiões que mais cresce no país, o evento, que já reúne mais de 25 anos de história, superou praticamente todas as marcas da edição anterior, realizada em 2023.

Segundo a organização, a feira recebeu 55 mil pessoas e ultrapassou a marca de R$ 105 milhões em negócios gerados – com recordes de vendas e contratos realizados.

Para além dos números, a importância da Autonor 2025 se refletiu no interesse nacional pela iniciativa. Logo na abertura, o presidente do Sincopeças Brasil, Ranieri Leitão, e o presidente do Sincopeças-RS, Marco Antônio Vieira Machado, destacaram essa característica.

“Embora a Autonor traga particularidades do mercado regional – como questões tributárias características dos estados de Norte e Nordeste – ela é, sobretudo, um espaço de integração de um mercado cujas principais demandas são unificadas”, afirmou Machado.

Entre essas demandas que hoje estão presentes no mercado de reposição brasileiro como um todo está a qualificação dos gestores das empresas frente a um avanço tecnológico cada vez mais rápido. Neste sentido,

o Senac Pernambuco se fez presente com ações voltadas à atualização profissional e à difusão de conhecimento por meio de palestras promovidas pela Faculdade Senac: “O Futuro das Vendas de Autopeças: Tendências e Desafios”; “Novas Demandas do Consumidor: Estratégias de Personalização e Pós-Venda Inteligente”; e “Internet das Coisas na Prática: Soluções Tecnológicas para Pequenas e Médias Empresas”.

Anfitriões destacam nacionalização da Autonor e ressaltam a força do aftermarket nordestino

Em entrevistas exclusivas à nossa reportagem, os presidentes do Sincopeças-PE e Sindirepa-PE, respectivamente José Carlos de Santana e Pedro Paulo de Medeiros Moraes, reforçaram o sentimento de nacionalização da Autonor.

Salientando que um dos objetivos da feira segue sendo trazer as novidades e boas práticas do setor ao público do Norte e Nordeste que não teve condições de comparecer à Automec no primeiro semestre, Santana relatou que essa característica de ‘mercado unificado’ se reflete no calendário da feira que, entre seus vários eventos, foi palco de um encontro das lideranças do Sincopeças Brasil para discutir as principais pautas do segmento. “Todas as lideranças estiveram presentes. Aquelas que não puderam vir ao Recife presencialmente, participaram por meio de videoconferência”, afirmou Santana.

Líder da principal entidade representativa dos reparadores pernambucanos, Pedro Paulo de Medeiros Moraes chamou a atenção para o fato desse trabalho articulado das lideranças das entidades estar presente em todo o aftermarket, transcendendo qualquer limitação dos elos da cadeia. “Como vocês sabem, hoje temos a Aliança Aftermarket, uma organização que integra não apenas todo o país, mas todos os elos da cadeia. Isso, claro, reverbera na maneira como todos nós nos organizamos. Falando especificamente sobre a reparação, temos presentes nesta Autonor não só o presidente do Sindirepa Nacional, Antonio Fiola, como também aquele que será o seu sucesso a partir do ano que vem, o Alexandre Moll”, reforçou Moraes

Para além da integração política, Moraes afirma que o crescimento da relevância do mercado de reposição nordestino também desempenha papel importante na consolidação da Autonor como um dos principais eventos do calendário nacional. Segundo ele, o gap de peças e de tecnologia que antigamente existia entre a região e locais como o Sul e o Sudeste praticamente já não existe. “Falando sobre Recife, por exemplo, podemos dizer que hoje somos uma capital privilegiada. Temos mais de 60 grandes distribuidores que atendem toda a nossa região – incluindo estados como Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte”, destacou.

Marcas reforçam a importância estratégica da Autonor

Na mesma linha das lideranças, marcas que são expoentes do Aftermarket Automotivo brasileiro também ressaltaram a importância da Autonor como eixo estratégico de suas ações bem como da reposição automotiva nacional como um todo.

Para a Mobensani, aliás, essa percepção não é nova. Afinal, a empresa participa da Autonor desde 1999 e, nesta edição, foi uma das patrocinadoras oficiais. Segundo seu Gerente Nacional de Vendas, Júnior Santana, esses investimentos se devem, entre outros fatores, ao fato de a feira ser decisiva para aproximar a marca de quem está na ponta do mercado. “A Autonor é uma feira que fala diretamente com o aplicador, com o varejista e com o dono da autopeças. É o nosso público. Aqui a gente tem a oportunidade de estar próximo de quem realmente decide”, pontuou Santana.

Segundo o executivo da Mobensani, essa conexão com a base da cadeia ajuda a empresa a consolidar a liderança que mantém no Nordeste, ao mesmo tempo em que amplia presença em outras regiões. Neste sentido, ele explica que o crescimento está atrelado tanto à renovação da frota quanto à estratégia de manter equipes técnicas em capitais como Fortaleza e São Paulo, além de visitas frequentes da gerência e diretoria. “Na Automec a gente fala mais de exportação e relacionamento. Já a Autonor, assim como outras feiras regionais, traz uma ação muito mais direcionada: aqui a gente fala diretamente com o reparador e o lojista – ou seja, com o chamado ‘chão de fábrica’ do aftermarket”, completou.

Essa presença massiva daqueles que operacionalizam a reposição automotiva na ponta foi também um ponto destacado pela DRiV na figura de seu Supervisor, Juliano Caretta. “Aqui a gente fala com quem aplica a peça, com o balconista, com o televendas. É esse público que forma opinião, que leva o feedback das dores para a fábrica e que também orienta o consumidor final”, explicou Caretta, antes de complementar: “Portanto, nosso objetivo é trazer uma comunicação assertiva e apresentar os lançamentos para esse público, além, claro, de reforçar nossa marca junto em um mercado que tem a terceira maior frota do país”.

Estreante na feira, a Eaton escolheu a Autonor para dar um passo importante em sua estratégia de aproximação com o mercado. O Gerente de Vendas para o Aftermarket, Fernando Piton, explicou que o objetivo foi colocar a marca cada vez mais perto do cliente. “Essa é a nossa primeira participação na Autonor e a gente veio com a proposta de trazer o nosso portfólio, mas principalmente de ouvir o cliente, entender as necessidades e estreitar relacionamento”, pontuou.

No estande, a Eaton apresentou novas embreagens e produtos de sua linha e-mobility, voltada para a eletrificação. Além disso, reforçou o programa Jornada Eaton, lançado na Automec, que tem foco em treinamento, capacitação e na construção de uma relação de confiança com o reparador. “Embora a estratégia seja para a América do Sul como um todo, a gente sabe que existe uma carência maior no Norte e Nordeste por causa da distância da indústria. Por isso, fizemos questão de trazer equipe técnica e comercial para atender o público local”, disse. Os números justificam o movimento. Segundo ele, Norte e Nordeste respondem hoje por cerca de 20% do faturamento da Eaton no Brasil, com crescimento de dois dígitos sustentado nos últimos cinco anos. “É um mercado que tem muito espaço para crescer e que vem mostrando cada vez mais força”, finalizou Piton.

Lojas de autopeças nordestinas enfrentam os mesmos desafios do varejo nacional

A presença em peso de quem faz o dia a dia na ponta do Aftermarket Automotivo permite à Autonor evidenciar os desafios enfrentados pelos lojistas das regiões Norte e Nordeste – desafios estes que, segundo a Gerente de Franquias da Rede Âncora, Rúbia Gomes, diferem muito pouco do restante do país. “A gente sempre fala que o urubu é preto em tudo que é lugar. Então, as dores que o pessoal lá do Sul, do Sudeste e das demais outras regiões têm, acabam existindo aqui também. O varejo tem muitos desafios, então ele precisa se relacionar bem com os clientes e aplicadores, apresentar uma boa fachada e, principalmente, precisa ter bons fornecedores”, afirmou.

A fala da gestora sintetiza uma percepção compartilhada em diferentes estandes da feira: se antes o Nordeste carregava a imagem de um mercado distante e com carências específicas, hoje ele se integra plenamente ao movimento nacional. Os problemas são semelhantes, assim como as oportunidades…

E foi de olho nas oportunidades que a Rede Âncora, que conta com mais de 100 lojas na região, decidiu usar a feira como vitrine para reforçar sua estratégia de crescimento e consolidar o relacionamento com o público local. “O Nordeste já representa cerca de 10% do nosso portfólio e é uma região em que queremos expandir ainda mais. A feira tem esse papel estratégico de mostrar que a Âncora está presente, de prospectar novos franqueados e de aproximar a relação com quem já faz parte da rede”, finalizou.


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