Por Lucas Torres
Poucas pessoas dentro de um varejo de autopeças possuem uma visão tão 360o das diversas variáveis que contribuem para o sucesso ou o fracasso do negócio quanto o profissional que atua diariamente no balcão.
Ao receber instruções e recomendações de seus superiores, o balconista tem contato com a ‘visão macro’ da empresa e as diretrizes que ela deseja seguir.
No manuseio diário dos produtos que seu varejo comercializa, esse profissional percebe as transformações tecnológicas mais sutis que estão ingressando e se consolidando no mercado.
Ele também consegue absorver as necessidades e entender o humor do consumidor de autopeças ao, muitas vezes, criar uma relação mais profunda do que a do simples ‘compra-e-venda’, tendo o privilégio de ouvir versões e interpretações de alguns dos principais fatos do cotidiano sob a perspectiva de um público diverso.
Por último, consegue ainda, a partir da observação dos diferentes momentos do poder de compra desse consumidor, ter uma ideia sobre os impactos da conjuntura econômica nos resultados de sua loja.
Com o intuito de trazer esse conhecimento tácito para sua primeira edição do ano, o Novo Varejo foi ouvir dos balconistas da empresa Autopeças Rodrigues – uma das pioneiras da capital paulista a unir o varejo tradicional com o serviço aplicação de peças – sobre suas percepções acerca do ano de 2019 e as expectativas para 2020.
Veja o que disseram à nossa reportagem os balconistas Ezequiel Leitão, Leonardo Luperini e Wagner Vieira.
Quais foram os principais desafios de 2019 no campo das autopeças?
Ezequiel Leitão – Os maiores desafios eu considero a crise que o nosso país está vivendo. Muitas pessoas estão deixando de mexer em seus veículos porque não estão em uma situação financeira boa.
Leonardo Luperini – Poder superar a instabilidade financeira que o país vive e continuar com investimentos.
Wagner Vieira – Com certeza foi a variedade de veículos lançados, onde não temos só que vender peças, mas também entender os problemas de cada carro.
Na condição de loja que, além da venda de peças, também atua na instalação, de que maneira a Rodrigues contribui para sua formação técnica?
Ezequiel Leitão – A Auto Peças Rodrigues contribui muito para a minha formação. Eu entrei na empresa como estoquista e hoje atuo na área das vendas. Não entrei sabendo nada sobre o mercado automotivo, trabalhava com venda de chocolate. E hoje, graças à Rodrigues, tenho grande conhecimento nessa área.
Leonardo Luperini – Poder estar mais perto do processo de instalação e diagnóstico das peças melhora ainda mais nosso atendimento, podendo explicar de forma mais clara o que o cliente precisa.
Wagner Vieira – Tem ótima contribuição, pois não só facilita na venda, mas também ensina a instalação e o funcionamento do produto.
De que maneira a tecnologia e as redes sociais têm modificado sua atuação como balconista?
Ezequiel Leitão – É como eu sempre falo para a equipe, quanto mais informações temos, melhor fica para o desenvolvimento do nosso trabalho. Eu, particularmente, uso muito a tecnologia para tudo. Acredito que a tendência é só melhorar.
Leonardo Luperini – A tecnologia e as redes sociais deixam o trabalho mais dinâmico, podendo atender vários clientes ao mesmo tempo e também divulgar nosso trabalho para mais possíveis clientes.
Wagner Vieira – A tecnologia está ajudando, e muito, pois essas ferramentas facilitam e agilizam um bom atendimento.
O que você espera do mercado de autopeças em 2020?
Ezequiel Leitão – Eu espero e acredito que nesse ano as coisas vão evoluir mais ainda na área que atuamos. Para o nosso país está vindo o sistema de carros híbridos. É muito cedo ainda, mas acredito que temos que estar preparados.
Leonardo Luperini – A expectativa é que o mercado tenha uma leve melhora, mesmo com a instabilidade financeira e o pouco investimento do país, podemos ser otimistas quanto ao crescimento nas vendas para 2020.
Wagner Vieira – Espero que seja muito aquecido para que continuemos com o nosso crescimento não só como empresa, mas também como profissional.
Economistas têm dito que o cenário do país tem apresentado melhora e que isso já está impactando o comércio. Na prática, você já sente essa melhora ou ela ainda não chegou ao nosso setor?
Ezequiel Leitão – Acredito que essa melhora está vindo, sim, ao nosso setor. Foi um começo de 2019 muito difícil, mas acredito que no final o saldo foi bom.
Imagino que 2020 será um ano muito bom para área automotiva.
Leonardo Luperini – Acredito que ainda não tenha chegado ao nosso setor, mesmo com alguma melhora a população opta por ser cautelosa nos gastos, preferindo, com isso, peças de baixo preço. Ou então gastando apenas o necessário para que se possa continuar andando com o veículo, ao invés de resolver todo o problema de uma vez.
Wagner Vieira – Com certeza já sentimos uma melhora positiva, pois o nosso mercado está com crescimento, ao contrário outros segmentos.