Lucas Torres
Com o salto de participação das vendas via comércio eletrônico no varejo brasileiro e mundial – na China, por exemplo, vendas remotas ultrapassaram as vendas no ambiente físico –, é natural que analistas mais apocalípticos tendam a apontar para a profissão de balconista como uma das mais próximas a serem engolidas pela revolução digital.
Mesmo antes da consolidação da pandemia em âmbito global, aliás, pesquisa divulgada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em dezembro de 2019 já apontava a função de ‘Vendedor de Comércio Varejista’ como a terceira mais propensa a ser substituída pela automação – pressionando os mais de 2 milhões de trabalhadores atuantes no setor em nosso território.
Essa visão pessimista, no entanto, é colocada em cheque quando as prioridades dos consumidores são ouvidas, tal como ocorreu na última pesquisa ‘Global Consumer Insights Survey’, da PwC, que apontou a presença de vendedores capazes de atuar como ‘consultores técnicos dos produtos’ como o atributo mais importante a ser aprimorado pelas lojas brasileiras, na opinião dos consumidores.
Este cenário indica que, mesmo no ambiente digital, os consumidores querem um melhor atendimento humano, e não sua substituição por máquinas (talvez) mais ágeis, como presume parte dos analistas.
A percepção do desejo do cliente na prática diária tem sido o principal fator tranquilizador dos profissionais na área quando questionados sobre a capacidade da profissão sobreviver em meio ao boom do e-commerce.
Exemplo disso é a serenidade e a segurança exibidas por Bruno Reginatto quando questionado sobre o futuro dos balconistas em um varejo mais digital.
“Creio que o cliente tradicional, que gosta do atendimento presencial, ou o padrão de cada loja, seguirá com essa parceria ativa, e os novos chegarão até nós através de lojas online, mas que precisam de um bom balconista, com conhecimento técnico para esclarecer qualquer dúvida que o cliente possa ter na hora de efetuar sua compra”, assegurou o profissional da BL Autopeças.
