As principais capitais brasileiras, bem como algumas cidades interioranas de grande porte, têm experimentado uma vasta expansão das ofertas de mobilidade alternativa por meio de bicicletas e patinetes.
A Yellow, um dos principais players nesse cenário, iniciou suas atividades no país em agosto de 2018, começando pela capital de São Paulo, e hoje já está presente em dez cidades brasileiras com planos agressivos de expansão para a América Latina.
A reportagem do Novo Varejo conversou com o diretor de Relações Públicas da empresa, Ricardo Kauffman, sobre sua percepção na mudança de comportamento do cidadão brasileiro em relação à mobilidade, bem como em relação a indicadores atuais da operação da Yellow no país e no continente americano, nesse caso por meio da parceria com a mexicana Grin.
Vocês acreditam que a boa adesão do cidadão às opções de mobilidade da empresa indicam uma mudança cultural profunda no conceito de mobilidade que pode, em algum tempo, vir a se traduzir também para o âmbito dos automóveis – em um cenário em que os carros serão vistos como algo para ‘se usar’ e não para ‘se ter’?
Sim, com certeza. Temos acompanhado alguns comportamentos sociais que também têm impulsionado o uso das bikes e dos patinetes, como a cultura urbana, em que conhecer e viver a cidade passa a interessar muito mais às pessoas, assim como a busca por uma vida mais saudável, sustentável e ativa. Há hoje ainda uma nova relação de status, o que tem feito os jovens dispensarem o sonho do carro próprio e apostar nos modais alternativos.
A Yellow percebe alguma diferença no comportamento do cidadão/consumidor das capitais para as cidades do interior?
A demanda pelo serviço oferecido pela Yellow é maior em cidades que enfrentam a problemática do trânsito, em que a mobilidade urbana esteja comprometida, sejam elas capitais ou não. Infraestrutura que facilite a operação, como ciclovias, também é um diferencial importante para o sucesso do serviço de compartilhamento de bikes e patinetes em determinada cidade, assim como a topografia plana e o alto índice de habitantes para que o compartilhamento se justifique.
Quais indicadores podem exemplificar a expansão da Yellow nas cidades brasileiros nos últimos meses?
A Yellow começou em agosto de 2018 e em quatro meses de operação, inicialmente em São Paulo, já provocou mais de 1 milhão de corridas; mais de 5 milhões de quilômetros percorridos; mais de 101 milhões de calorias queimadas e mais de 1.000 toneladas de CO² a menos poluindo o meio ambiente. Estamos presentes hoje em dez cidades brasileiras e com plano de expansão agressivo para a América Latina. Vale lembrar, no entanto, que juntas, as companhias Yellow e Grin contam atualmente com mais de 135 mil patinetes e bikes em sete países, já realizaram 2,7 milhões de viagens em apenas seis meses e contam com 1,1 mil funcionários. O plano de curto prazo é mais do que dobrar a frota, além de ampliar ainda mais as ofertas e expandir para outros pontos da América Latina nos próximos meses.