Bom ambiente mantém saúde do balconista e aumenta produtividade -

Bom ambiente mantém saúde do balconista e aumenta produtividade

De acordo com especialista, cultura de humanização e a compreensão das subjetividades não se opõem à busca pelo lucro

Lucas Torres

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Às vésperas do Dia do Balconista de Autopeças, o Novo Varejo foi em busca de especialistas que pudessem lançar luz sobre pontos subjetivos capazes de exercer influência direta sobre a linha tênue que separa o bom e o mal desempenho de um profissional de vendas – para além de seu treinamento técnico.

Nesse contexto, nossa reportagem se deparou com o trabalho da doutora em Psicologia pela universidade argentina John F. Kennedy, Martha Ebert, profissional e acadêmica que tem dedicado sua carreira à análise das questões fundamentais que envolvem a saúde das pessoas no ambiente de trabalho e as diferentes maneiras com que essas questões exercem influência direta no desempenho da empresa.

De acordo com a especialista, a humanização das relações de trabalho é a chave para a harmonização tanto da preservação do equilíbrio do trabalhador quanto da criação de um ambiente propício para o sucesso dos negócios em geral.

 

CONJUNTURA

Antes de iniciar uma análise sobre questões internas da empresa que possam criar, ou não, essa cultura de humanização, Martha enfatiza que o cenário atual brasileiro já é, por si só, desafiador – pelo fato de a taxa de desocupação ainda se encontrar em padrões temerários ao atingir cerca de 13 milhões de desempregados. “O medo do trabalhador empregado é uma das consequências do desemprego, constituindo uma porta aberta ao sofrimento, pois fragiliza o trabalhador e o torna vulnerável”.

A especialista destaca que a conjuntura tem impacto direto nos profissionais de vendas, caso dos balconistas. “No caso específico dos vendedores, não bater as metas de vendas é fator de preocupação”. Tal cenário pode até causar o adoecimento do profissional. “O fato é que os trabalhadores acabam não tendo como saber se os resultados negativos se devem à sua competência ou à crise econômica, gerando angústia e sofrimento, que tomam a forma de medo de ser incompetente ou de não estar à altura da função exercida”, analisa a psicóloga.


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