Somente 10% dos consumidores brasileiros pretendem adquirir um carro totalmente elétrico, de acordo com a nova edição do estudo Mobility Consumer Index (MCI), produzido pela EY. Essa é uma das menores intenções de compra do mundo, empatada com Japão e México, estando à frente apenas da República Tcheca. Globalmente, essa intenção é de 24%. Foram entrevistadas no total 19 mil pessoas de 28 países.
Ainda em relação à amostra global, há mais consumidores interessados em comprar um carro elétrico: 58% em comparação com os 55% da edição anterior. No entanto, esse aumento de três pontos percentuais demonstra, na avaliação do estudo, que a demanda está se estabilizando. Entre 2020 e 2023, o crescimento da demanda foi de 25 pontos percentuais, saindo de 30% para 55% de interessados nessa aquisição.
Há vários fatores, segundo o levantamento, que têm contribuído para deixar o consumidor receoso com os carros totalmente elétricos, como a falta de modelos acessíveis financeiramente, o tempo de duração da bateria, a baixa disponibilidade de estações de carregamento e a preocupação com altos custos de manutenção e valor de revenda.
A ausência de estações de carregamento como principal entrave para a compra foi citada por 27% dos consumidores. Na sequência, com 26%, a preocupação com o preço elevado para substituir a bateria por algum motivo como o fim da sua vida útil. O Brasil ainda tem uma particularidade relacionada ao preço do carro. Embora esteja em queda, por causa, entre outros fatores, da chegada de mais concorrentes ao mercado, ele continua elevado considerando o poder de compra da população, o que limita a popularização dos elétricos no país.
Combustível caro
Por outro lado, o alto preço do combustível, com 37% das respostas, continua, a exemplo das edições anteriores do estudo, motivando a compra do veículo totalmente elétrico. Na sequência, com 34% das respostas, a preocupação com o meio ambiente demonstra que o consumidor está atento às mudanças climáticas, que têm como um dos vilões o dióxido de carbono emitido pelos escapamentos dos veículos a combustão.
A substituição dos veículos a combustão pelos elétricos representa uma das principais medidas contra o aquecimento global. Isso porque os combustíveis fósseis dão lugar às baterias, o que deve permitir à indústria automotiva zerar suas emissões de carbono, atendendo assim aos acordos globais do clima assinados nos últimos anos.
No mundo, o setor de transporte responde por 14% das emissões de gases do efeito estufa. Somente na cidade de São Paulo, os carros representam mais de 72% das emissões, sendo mais poluentes dos que os ônibus, de acordo com estudo do IEMA (Instituto de Energia e Meio Ambiente)
