Cada vez mais protagonistas, mulheres discutem temas relevantes para o aftermarket -

Cada vez mais protagonistas, mulheres discutem temas relevantes para o aftermarket

Lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive no mercado de reposição automotiva. Em uma era em que a igualdade de gênero se tornou uma espécie de mantra entre as mulheres, o Novo Varejo mais uma vez foi buscar nos quatro elos da cadeia exemplos de representantes femininas que possuem o papel de protagonistas no universo das autopeças.

As convidadas discutiram as dificuldades ainda enfrentadas por elas nesse que é um ramo tradicionalmente masculino, bem como alguns dos temas mais importantes para o aftermarket na atualidade como e-commerce, cadência de mão de obra qualificada, conjuntura de mercado, acirramento da competitividade, entre outros. Veja a seguir o que elas têm a dizer.

 Quais as principais dificuldades de atuação em um mercado predominantemente masculino?

Patrícia Bilisário

Acredito que parte das grandes dificuldades de atuação neste mercado, foi superada nos últimos dez anos. O preconceito, sem dúvida, foi a maior delas. Mas hoje é notável a crescente participação das mulheres na reposição. Se antes atuavam majoritariamente como promotoras, hoje estão em todas as áreas – algumas põem até a mão na graxa.

Luciana Steffen

O mercado de trabalho, independente do segmento, é masculino, muito mais ainda quando se trata da cadeia automotiva. Porém as mudanças estão vindo e ganha destaque quem se dedicar ao trabalho com o mesmo objetivo comum, o sucesso do negócio.

Gabriela Pavanelli

Dificuldades existem em todos os mercados e segmentos para as mulheres, porém nós sempre somos selecionadas nas funções ainda consideradas “femininas”, em que o salário é sempre menor. Uma mulher sempre enfrenta dificuldades nos mercados predominantemente masculinos, por exemplo, quando lidera uma equipe masculina. Mas elas são em geral mais detalhistas e cuidadosas.

Dirce Boer

Há 25 anos, quando a DMC iniciou suas atividades, os paradigmas a serem quebrados eram muitos. Um deles era a contratação de promotoras mulheres, pois o mercado era dominado por profissionais do sexo masculino, que não acreditavam na capacidade das mulheres entenderem o universo da manutenção automotivo e aplicações das peças, além de considerarem que as promotoras jamais iriam se sujeitar a visitar oficinas mecânicas. Foi através da profissionalização das promotoras, com uma rigorosa orientação sobre a perfeita forma de abordagem, a correta postura diante dos clientes e um treinamento intensivo feito pelas fábricas que ocorreu uma ótima absorção do mercado, no sentido de receber muito bem e valorizar estas profissionais para promover as marcas e serviços dos fabricantes presentes no aftermarket automotivo.

Renata Campos

Sinceramente não consigo notar diferenças. Claro que por uma questão histórica, a presença masculina ainda é predominante, mas cada vez mais notável a presença feminina. Na Schaeffler, temos cursos técnicos de aprendizagem para jovens e nos últimos anos vimos um crescimento muito expressivo de meninas inscritas. Hoje, o número de meninas nos cursos de mecânica corresponde a metade da turma e o feedback que temos é que não há diferença de desempenho, pelo contrário, elas estão se destacando.

 Quais são os paradigmas já quebrados e os que ainda precisam ser vencidos no seu cotidiano?

 Luciana Steffen

O principal é quando vou visitar o mercado de autopeças, oficinas mecânicas ou até distribuidores e eles se deparam com algo diferente do que estão acostumados no dia-a-dia. A questão é não se ater aos paradigmas, mas superá-los. Com profissionalismo e jogo de cintura mostramos que também podemos ser aceitas e contribuir para o sucesso do negócio ao mostrar nossa visão analítica. Nós mulheres contribuímos com muita organização e planejamento estratégico para atingir o sucesso do negócio, afinal somos multitarefas e esse é um diferencial num mercado cada vez mais dinâmico.

Gabriela Pavanelli

Já houve muitos paradigmas quebrados como, por exemplo, uma engenheira trabalhando com vários colegas homens, ou mulheres importantes que comandam grandes empresas e conseguem levá-las ao topo. Hoje muitas empresas e instituições incentivam as mulheres para o mercado de trabalho. Porém, ainda existem paradigmas a superar, como o menor salário. Infelizmente, as mulheres ainda não são valorizadas como deveriam.

Patrícia Bilisário

Apesar das conquistas dos últimos anos, infelizmente ainda temos que lidar com o velho preconceito de que a mulher não entende de carro; o que dizer de peças de reposição? Além disso, precisamos driblar a rotina, o tempo ou a falta dele, pois nós, mulheres, continuamos senhoras de nossos lares com muito orgulho. Contudo, somos também senhoras de nossos destinos.

Renata Campos

Não vejo isso como uma questão apenas de gênero, há outros paradigmas. Mas é uma questão de tempo para que o número de mulheres no setor automotivo aumente. Estamos vivendo a era da globalização e da digitalização. O exemplo das meninas interessadas em cursos de mecânica é evidência de uma geração que está vindo com nova mentalidade e as empresas certamente vão se adequar a isso.

 O comércio eletrônico é uma solução viável para o mercado de autopeças?

Nathalia Amorim

É mais uma solução que ajudará a complementar e aprimorar o comércio de autopeças. Ao entrar neste canal, as lojas tradicionais terão acesso às novas tecnologias, ferramentas de venda e divulgação. É importantíssimo que o e-commerce ofereça ao cliente ferramentas que possibilitem tirar dúvidas técnicas, seja através de chat, e-mail, telefone ou até mesmo mensagem por celular (WhatsApp). E todas as informações devem ser muito bem detalhadas: tamanho, peso, imagens, desenhos técnicos aplicação. Também se faz necessária uma boa logística. Ao mesmo tempo em que pode se tornar mais fácil encontrar determinada peça na internet, ter que esperar muito pela entrega acaba fazendo com que a venda não se concretize. Apesar de ainda não estar tão presente em nosso segmento, o comércio eletrônico é uma realidade que vem acumulando números positivos de crescimento.

Fabiana Vale Ribeiro

Em algumas situações pode ser viável. Quando uma mercadoria é difícil de encontrar, quando a pessoa que pesquisa sabe exatamente o que quer e, sobretudo, quando não é uma emergência. Pessoas que procuram peças para veículos que não podem ficar parados ou que não têm um grau técnico suficiente para saber exatamente o que e como pesquisar não conseguirão usar este tipo de comércio.

Patricia Cotti

O comércio eletrônico é uma solução viável para o mercado de autopeças e já faz diferença. O Canal da Peça, por exemplo, conseguiu unir os fornecedores aos prestadores de serviços e consumidores finais justamente por ter essa funcionalidade, agregar o perfil técnico do produto e sua funcionalidade, diminuindo a compra errada e aumentando a satisfação do usuário. O comércio eletrônico brasileiro está maduro e em muitos centros urbanos é possível encontrar uma entrega muito rápida.

Waulene Magri

O mercado em geral precisa estar atento ao e-commerce, ele exige muita dedicação e empenho, especialmente no segmento de autopeças, que necessita de um cuidado muito especial, pois cada produto tem sua particularidade. É fundamental estar atento ao perfil técnico de cada produto e, principalmente, à logística, para não correr de incorrer na indesejada “venda reversa”.

 Que oportunidades e ameaças o comércio eletrônico representa para o varejo tradicional de autopeças?

Nathalia Amorim

Não acredito que o comércio eletrônico apresente uma ameaça, ele veio para agregar à venda. Há diversos segmentos crescendo no volume de vendas tanto de suas lojas físicas, quanto virtuais. Sempre haverá o consumidor que faz questão de “pegar”, ver a peça, assim como os que privilegiam a praticidade da compra online. Para as lojas que se aprimorarem, um universo de oportunidades se abre. Mas é fundamental oferecer um bom serviço.

Fabiana Vale Ribeiro

Traz muitas oportunidades quanto à amplitude de mercado, nos fazendo visíveis e também nossos produtos para clientes em potencial antes inacessíveis. Mas ameaça também. Dentro do mercado já conquistado, os clientes com pouca informação técnica na maioria das vezes não sabem fazer uma comparação correta das mercadorias anunciadas no comércio eletrônico com as que apresentamos no balcão. No balcão já classificamos o que o cliente necessita.

Patricia Cotti

O comércio eletrônico complementa o varejo tradicional. Os varejistas estão usando o melhor das duas plataformas para otimizar estoques e atender de forma eficiente os consumidores, oferecendo pronta entrega para aqueles produtos de maior giro, sem perder a venda dos produtos com baixo giro por meio da plataforma online. O financiamento e a gestão do estoque são otimizados e o know-how é centralizado. Todos ganham.

Waulene Magri

Consigo enxergar muitas oportunidades, principalmente girar o estoque parado. Mas há ameaças, se não encararmos o e-commerce como uma filial e trabalharmos devidamente, no futuro teremos sérios problemas. Quem pretende ter um comercio eletrônico precisará abrir outra empresa e trabalhar com muito emprenho e dedicação.

Qual sua avaliação sobre a qualidade do trabalho realizado pelo varejo de autopeças brasileiro?

Fernanda Giacon

O varejo assume importância crescente no panorama empresarial brasileiro. No mercado de reposição não é diferente, elo indispensável na cadeia automotiva. Graças a investimentos no posicionamento do negócio, gestão eficiente dos dados e busca crescente de alto desempenho, o varejo de autopeças tem demonstrado que é fundamental para a movimentação positiva do mercado e na garantia de que o produto chegará ao consumidor/aplicador de forma eficiente. A ZF trabalha para dar suporte aos desafios de seus parceiros no mercado de reposição.

Helena Fraga

O varejo tem crescido e se modernizado no Brasil. No setor de autopeças também se vê uma melhora na qualidade de atendimento e na organização das empresas. Ano a ano percebem-se as mudanças no setor, o que impulsiona os lojistas a procurarem novos formatos de loja e mais qualidade no atendimento.

Alexandra Peres

Apesar dos desafios impostos nos últimos anos pela recessão da economia, o comércio varejista de autopeças vem não somente crescendo quantitativamente, como se sobressaindo qualitativamente. As condições de competitividade, gestões e estratégias utilizadas pelas lojas de autopeças vêm se diferenciando positivamente, o que evidencia uma nova organização na cadeia de valores. Os lojistas vêm aperfeiçoando técnicas de venda e oferecendo maior dinâmica na entre preço, qualidade e satisfação do cliente.

 Que adequações as lojas precisam implementar para continuar exercendo um papel relevante em um mercado em que a cadeia comercial se flexibiliza e o consumidor está mais exigente?

Fernanda Giacon

A modernização de processos internos e atendimento certamente irá colaborar para que o varejista esteja sempre caminhando no ritmo acelerado do mercado e atendendo as necessidades do consumidor, que está cada vez mais exigente em termos de qualidade, atendimento e custo-benefício. Existe uma conexão direta entre qualidade dos produtos e serviços, satisfação do consumidor e rentabilidade da empresa. Por esse motivo, disponibilizar produtos de qualidade, gerenciar estoques com precisão e focar nas necessidades do cliente continuam sendo premissas indispensáveis para toda a cadeia.

Helena Fraga

Hoje o cliente pesquisa, sabe o que quer e é mais exigente! Nos próximos anos isso se acentuará. As lojas terão que estar cada vez mais antenadas às novas tecnologias. Hoje para vender precisa ter site, fanpage, watsapp e todos os recursos que a sociedade disponibiliza e usa, pois o cliente tem menos tempo, mais informação e quer ser atendido com rapidez. Cada vez mais o setor vive o momento do varejo de futuro. As lojas físicas precisam ter o conforto que os clientes exigem e o máximo de eficiência.

E com o aumento do número de mulheres no mercado automotivo as exigências ficam ainda maiores.

Alexandra Peres

O mercado hoje impõe novas referências: consumidores exigentes, evolução constante da frota, preços competitivos e padrões elevados de qualidade. Tudo isso demanda um sistema moderno de gestão de clientes e do próprio negócio. As lojas que ainda não realizam uma administração baseadas em análises contínuas e somente se baseiam no processo intuitivo não conseguirão assegurar continuidade e sucesso ao negócio. O investimento em tecnologia se faz necessário – CRM, atendimento online, e-commerce e mídias sociais –, assim como um conjunto de processos com a cultura voltada ao cliente.

Quais serão os próximos impactos da evolução digital na cadeia de comercialização de autopeças?

 Juliana Sanchez

O universo digital já está fazendo toda diferença para o mercado de reposição. O e-commerce é uma realidade. Sabemos que o consumidor final realiza buscas para entender mais sobre preços, qualidade das peças e os processos de manutenção em si. As ferramentas online têm obtido sucesso com os clientes e devem ser encaradas como uma nova gama de oportunidades para a comercialização de peças. Todas as empresas precisam ter um plano digital e, no médio prazo, se beneficiar das informações obtidas para que façam a diferença em seus planos estratégicos, como comportamento de compra, análises de investimento e fortalecimento da base de dados. E as ferramentas devem ser usadas de forma correta, preservando os elos da cadeia e abrindo portas para novas oportunidades.

Márcia Bonfim

O mercado digital é um caminho em franca expansão. Nele se realizarão consultas de peças, compras e conteúdo que contribuirá no dia a dia na comercialização de peças. No entanto haverá clientes para todos os tipos de canais e a relação com as pessoas não será extinta. Os consumidores são diferentes e suas necessidades também, uns preferem a tecnologia, outros o relacionamento. Ambos têm que andar juntos.

Daniela Mitsueda

O ambiente digital permite que você identifique o momento da geração da demanda, seja através de busca de informações sobre manutenção, reparo e instalação até a compra do componente. O impacto destas novas tecnologias reflete nos processos e formatos pelos quais a cadeia de aftermarket opera hoje, sejam peças ou serviços, bem como no relacionamento com os clientes. Os processos tornam-se mais eficientes, a disponibilidade do item, a redução de estoque físico e melhoria da eficiência logística. Contudo, você não consegue usar o que não consegue encontrar, assim ter a peça certa, no momento certo, é o desafio para atender a demanda.

Heloísa Monzani

A evolução digital começou há alguns anos e já transforma processos de toda a cadeia. Falando do que entendo – informação e processos –, a TecDoc, hoje o grupo TecAlliance, começou há 23 anos, em formato “digital pré-histórico”, com o CD-Rom, a padronização de dados de peças vinculada aos modelos de veículos para facilitar a seleção de peças. Depois veio a ferramenta para os processos de compras entre fabricantes e seus clientes, TecCom, o nosso EDI e RMI, informações técnicas de manutenção, tempos, peças etc. Esta transformação, que é uma realidade na Europa, já chegou ao Brasil e a nossa era digital entra em novo compasso, mais rápida, com utilização de tecnologia online- cloud, APPs e este ritmo facilita, agiliza e profissionaliza os processos em toda a cadeia de autopeças.

 As macrotendências do compartilhamento de veículos e do carro conectado têm qual potencial para impactar o mercado de reposição nos próximos anos?

 Juliana Sanchez

O mercado de reposição precisará estar preparado para acompanhar a evolução das tecnologias e as novas tendências, principalmente quando falamos do momento do reparo. Essas tecnologias avançadas oferecem dados que colaboram com o trabalho dos mecânicos e contribuem para um serviço assertivo e eficiente. Treinamentos sempre são fundamentais e quando pensamos no impacto das novas tecnologias, eles se tornam uma obrigatoriedade para a sustentabilidade do setor.

Márcia Bonfim

É uma tendência, porém não acredito que irá impactar no curto prazo e, com isso, diminuir drasticamente a quantidade de veículos circulantes. A cultura do brasileiro ainda é de ter um veiculo.

Daniela Mitsueda

A geração Y importa-se cada vez menos em possuir coisas. São alvos móveis, por isso, cada vez mais a marca tem que estar alinhada a valores, significado e relevância. Porém, sempre irá existir a necessidade de se locomover, seja através da posse ou do compartilhamento e ambos necessariamente precisarão de manutenção. Não só as pessoas, mas os veículos também caminham a passos largos para uma crescente integração digital. Essas tendências mundiais devem, sem dúvida, causar transformações no mercado de reposição, só não sabe ao certo o tempo que levará para acontecer, mas esse é um desafio que o setor enfrentará. É preciso acompanhar as novas tecnologias que despontam na indústria automobilística.

Heloísa Monzani

Terão um impacto muito grande na reposição, hoje a tecnologia está disponível em grande parte dos veículos europeus através de OBD e do “extended vehicle” e em um mercado maduro e regulado como o europeu discute-se o impacto e a quem cabe ter estas informações, além de como podem ser lidas/entendidas. Se o carro conectado e suas valiosas informações estiverem disponíveis para o mercado de reposição, vai impactar positivamente na forma como poderemos prestar serviço e trazer o cliente final. O projeto Caruso, que apresentaremos na Automec, trata especificamente do carro conectado e como viabilizaremos esta nova realidade!

 As transformações do mercado têm motivado indústrias a expandir portfólio com produtos que não são core em seus negócios. Que impactos essa estratégia pode trazer para o aftermarket?

 Cláudia Bezerra

É notória a expansão do portfólio das fábricas como oferta ao mercado, porém sabemos que em alguns casos a seleção de produtos não foi feita com o critério necessário, havendo problema na hora da comercialização e aplicação. A qualidade do produto, aliada a um preço justo, será o ponto determinante, evitando estoques sem giro tanto na fábrica como no distribuidor.

Alceni Liston

Essa estratégia é boa, pois normalmente são marcas já conhecidas, portanto será mais fácil convencer o cliente a levar uma peça cuja marca ele conhece, mesmo que nunca tenha adquirido essa peça antes. Para o varejo é um produto a mais a ser vendido.

Rita Oliveira

O segmento industrial brasileiro tem enfrentado vários desafios que colocam em cheque sua produtividade e competitividade, fazendo com que algumas industrias aumentem o portfólio. A fábrica terá que se preparar bem para os desafios do pós-venda, do contrário poderá ter impactos negativos por falta de conhecimento desses produtos, que poderão ocasionar devoluções por erro de aplicação que podem abalar a imagem dessa indústria.

Daniely Campani

Para expandir portfólio e minimizar custos, conceituados fabricantes estão embalando produtos importados ou produtos fabricados por empresas parceiras. Isso impacta diretamente na qualidade da marca. Um exemplo real: compramos uma peça com a total confiança de um dos mais importantes fabricantes de peças de suspensão do mercado para aplicar em um veículo que estava em nossa oficina e, passados cerca de 45 dias, o veículo retornou pior do que estava antes da substituição. Verificamos que a peça que havíamos trocado estava quebrada. Ao analisar o item, surpreendentemente encontramos um pequena estampa de outro fabricante que nunca atendeu nossa exigência de qualidade. Impactos: prejuízo de mão de obra, retrabalho, credibilidade ameaçada e, o pior de todos, a insatisfação do cliente.

Qual seria o modelo ideal para que varejo e oficina possam atender à crescente diversidade de modelos na frota sem abrir mão da atuação generalista?

Cláudia Bezerra

O mercado é diverso, essa particularidade funciona como um ponto fraco devido à sua complexidade. Porém, podemos também ver como uma grande oportunidade já que não é fácil ter/copiar tecnologia, conhecimento e estoque para tantos modelos de carros. O momento é para a busca constante de conhecimento e informações, proporcionando ao mecânico a competência necessária para a correta manutenção dos carros. A indústria e os distribuidores podem contribuir fortemente com o varejo e oficinas quanto ao repasse de treinamentos.

Alceni Liston

As lojas de autopeças deverão prestar mais atenção aos estoques, pois precisarão ter mais variedade e menos quantidade, comprando um pouco de cada item. O comprador terá que ter o estoque ajustado, através da media de vendas, cuidando do estoque crítico. Precisará estar antenado aos lançamentos das montadoras. Já as mecânicas não devem manter estoque e sim se abastecer no varejo.

Rita Oliveira

Cada vez mais a eletrônica embarcada vai exigir conhecimento dos mecânicos. Para atender essa frota diversificada o mecânico precisará se qualificar. As indústrias de equipamentos, ferramentas e diagnóstico estão preparadas, vêm investindo muito em treinamentos. Quanto ao varejo, os distribuidores estão se transformando em “atacarejos”, com diversificação de produtos para atender diretamente oficinas mecânicas e autocentros.

Daniely Campani

Um bom começo seria as montadoras reconhecerem as oficinas independentes como um grande parceiro e não como uma ameaça às concessionárias. Disponibilizar informações técnicas e garantir disponibilidade de peças para a reposição com um preço diferenciado reforçaria essa parceria. Querendo ou não, estamos entre os responsáveis por fortalecer uma marca no mercado, somos fonte de consulta dos clientes na aquisição de um novo carro.

Quais foram até o momento os impactos da crise econômica para o mercado de reposição?

 Talita Cardoso

Houve uma reação muito positiva na linha leve, pois à medida que as vendas de carros 0 km diminuíram, a manutenção aumentou. O que já não ocorre para a linha pesada devido à crise econômica ter diminuído significativamente o transporte de cargas no país.

Debora Coronado

Vivemos momentos de muita apreensão, principalmente nos últimos dois anos. Assistimos a empresas demitindo, encolhendo e fechando. A escassez do crédito afastou o dono do carro, que já não era assíduo, da manutenção preventiva. Por outro lado e pelo mesmo motivo, as manutenções por quebra aumentaram, já que o sonho do carro novo ficou mais distante. Crises ajudam empresas e pessoas a se reinventarem – o uso de tecnologia, de novos canais para fazer o produto chegar ao cliente, novas maneiras de se comunicar e de estabelecer a relação com clientes têm ajudado.

Cláudia Samos

Como atendemos diversos segmentos do setor econômico sentimos a crise através de nossos clientes, que também sofrem com este impacto. Os serviços são feitos aprovando apenas o necessário.

Qual é a sua expectativa para a retomada da economia?

Talita Cardoso

A expectativa é de retomada da economia, como mostram indicadores como inflação, projeções de crescimento do PIB, juros em queda e mesmo a volta de investimentos no país, o que sinaliza um cenário mais favorável para 2017. A linha pesada também demonstra melhora, pois os frotistas estão colocando seus veículos novamente para rodar diante desta melhora de cenário.

Debora Coronado

Sim, os sinais de melhoria já são visíveis em nosso dia a dia. A perspectiva é de ascensão, pois o mercado de reparos vem ganhando destaque e tende a se manter aquecido. O setor automotivo tem o mais longo processo de produção e uma interação muito forte, portanto a retomada do nosso setor vai ajudar consideravelmente na recuperação do país.

Cláudia Samos

Este ano acredito na retomada do crescimento, através de novas políticas de incentivo à economia, como a liberação das contas inativas do FGTS. Isto por si só já traz esperança para o pagamento de dividas e injeção de recursos no mercado. Estamos na expectativa desta recuperação, sem deixar de investir em treinamento dos funcionários, aquisição de equipamentos mais modernos e aprimoramento de sistemas para agilizar todo o processo de trabalho.

 

 A complexidade tecnológica dos automóveis e a falta de uma legislação para o compartilhamento das informações técnicas podem assegurar às montadoras mais espaço na manutenção veicular?

Débora Prezotto

Há mercado para todos. A reparação independente passou a ser valorizada por algumas montadoras, que entenderam a importância de quem está no dia a dia da oficina e tem a confiança do cliente. O compartilhamento de informações, ainda que não conte com uma legislação concreta, de maneira tímida já começa a se tornar uma fonte de relacionamento. É uma maneira de fomentar ainda mais o aftermarket. Quanto mais informação disponível, mais acertos na reparação e maior confiança no produto aplicado no veículo e no serviço realizado pelo reparador independente ou pela montadora.

Keli Osako

O mercado independente se atualiza ao mesmo tempo em que os automóveis são lançados. As informações sobre esses modelos não estão restritas às montadoras, as empresas que fabricam peças originais compartilham todas as informações dos veículos entre si. As montadoras têm se aproximado do mercado independente, pois, após o término da garantia do veículo, é esse mercado que atende o consumidor. As empresas presentes no mercado de reposição não veem essa aproximação das montadoras como uma ameaça, mas sim como mais uma opção para o consumidor final.

Bruna Almeida

Acreditamos que possa comprometer um pouco o mercado de reposição, mas nada muito significativo em médio/longo prazo. A venda de veículos usados aumentou significativamente devido à situação político-econômica do país. A nossa frota ainda tende a envelhecer um pouco. Isto vem contrabalanceando as mudanças tecnológicas e termina favorecendo o mercado independente. As montadoras, melhor equipadas e detentoras da tecnologia necessária, com certeza irão no futuro ser uma ameaça mais latente. Porém, até lá nosso mercado também irá evoluir para ter condições de competir em igualdade.

 O aftermarket já havia assistido à chegada de uma grande rede de varejo de autopeças e, recentemente, um fundo de investimentos desembarcou na distribuição. Quais as consequências dessa movimentação?

 Débora Prezotto

Com uma frota com mais de 35 milhões de veículos, o Brasil é um expoente nesse setor. É natural que novas empresas invistam aqui de maneira mais agressiva. O mercado ganha força e uma concorrência saudável. É um momento em que o varejo tradicional precisa se reinventar e se adaptar ao que vem de fora, abrindo mais portas de investimento e oportunidades para empresas de autopeças como a Taranto. Minha expectativa é que essa movimentação gere crescimento para todo o mercado.

Keli Osako

Não há consequências além de uma competitividade saudável no mercado. Num mundo globalizado, isso se torna natural no ambiente dos negócios. A meu ver, são apenas investimentos, pois a aquisição de uma empresa por outra é sinônimo de sucesso e muito provavelmente o know-how estabelecido acaba sendo mantido para continuidade e desenvolvimento dessa empresa. O segredo do sucesso é estar bem posicionado no seu segmento, ter metas claras, entendimento e excelente relacionamento com o cliente.

Bruna Almeida

Como atuamos na região norte/nordeste, ainda não sentimos a chegada desses grandes grupos. Porém, observamos que os distribuidores do sul/sudeste/centro oeste tinham uma expectativa maior em relação ao impacto desta chegada, que até o momento ainda não influenciou significantemente na concorrência. Acreditamos que o modelo de negócio dessas grandes redes funciona melhor em mercados estrangeiros, de países mais desenvolvidos. Nossa realidade, com falta de agilidade nas negociações e burocracia no atendimento ao credito do cliente, cria certa distância e o sentimento de pouca valorização destes clientes, o que prejudica um pouco a atuação deles. No nosso mercado ainda é muito valorizado o atendimento mais personalizado e dinâmico.

Quais as principais razões para a dificuldade de encontrar profissionais devidamente preparados no mercado de reposição e em que elo há maior carência?

 Mônica Cassaro

O mercado automotivo é muito dinâmico; a adoção de novas tecnologias, diversificação da frota e grande variedade de peças demandam atualização em todos os elos da cadeia. A falta de mão de obra qualificada é um dos principais gargalos, não somente nas oficinas, mas também no varejo e na rede distribuidora. Nas oficinas mecânicas, porém, o quadro se agrava, pois os profissionais precisam ter conhecimento técnico dos componentes do carro, seu funcionamento, sistemas de diagnóstico e falhas. A cada dia o mercado passa a receber e demandar por conteúdos tecnológicos de alta complexidade, e infelizmente o acesso a este tipo de conteúdo ainda é restrito. Entendemos que é tarefa das fabricantes viabilizar o acesso a informações em constante atualização. A Magneti Marelli Cofap mantém um calendário anual de treinamentos; atualmente nosso acervo é composto de 90 temas destinados tradicionalmente para os profissionais reparadores, revendedores e distribuidores de autopeças. No ano passado, cerca de cinco mil treinamentos capacitaram mais de 85 mil profissionais. Para 2017, o objetivo é aumentar esse número de treinamentos em 20%.

Luciane Tuma

O mercado de reposição vem crescendo muito nos últimos anos, justamente pela profissionalização do setor, mas ainda é possível evoluir mais e a indústria tem papel fundamental nesse processo. Na NGK acreditamos que o distribuidor, varejista e reparador são uma extensão do nosso trabalho; por isso, desenvolvemos diversos treinamentos para esses públicos em todo o Brasil. Em 57 anos de história no Brasil, já capacitamos mais de 350 mil profissionais. Os profissionais estão se conscientizando da importância da capacitação e procurado, cada vez mais, se aprimorar.

Christiane Verne

É primordial que as pessoas que atuam nos diferentes elos da cadeia acompanhem a evolução do setor. Nas oficinas, um grande desafio é encontrar sucessores, já que a profissão de mecânico, passada de pai para filho, atualmente não é atrativa para os jovens. É importante que os mecânicos tradicionais se modernizem e atualizem. Quando falamos do varejo, a preocupação é munir os balconistas e funcionários de mais conhecimento técnico sobre os produtos. A ampliação de portfólio é constante e os profissionais precisam estar preparados para lidar com a diversidade de peças. Em relação aos distribuidores é preciso atenção ao alto turn over de funcionários nas televendas, área fundamental para que as vendas percorram por toda a cadeia. É necessário prover conteúdo técnico às equipes, para que não haja perda de conhecimento mesmo com as trocas de profissionais. Para todos esses pontos citados, a Bosch apresenta soluções que visam profissionalizar ainda mais o mercado. São iniciativas de conteúdo, como catálogos impressos e digitais, sites, redes sociais, bem como os treinamentos no Centro de Treinamento Técnico Automotivo, na planta de Campinas, ampla equipe de promotores Bosch que percorrem o país, um hotline técnico especializado, além do InterAção, um programa de vantagens, relacionamento e informação exclusivo para os varejos de autopeças.

Talita Forte

A dificuldade de encontrar profissionais preparados deve-se à carência do próprio mercado quanto à oferta de cursos específicos. Identifico principalmente uma carência nos mecânicos, pois recebemos diariamente ligações solicitando informações sobre nossos produtos e muitos dos que nos procuram relatam a dificuldade em utilizar os meios eletrônicos para fazer as pesquisas.

Marly Mello

As dificuldades são enormes, no meu segmento ainda é muito necessária a cumplicidade das conversas, “olho no olho”. O cliente quer que o “viajante”passe na sua loja. Visitar e conhecer um pouco de cada cliente está ficando coisa do passado com a nova tecnologia. Sou adepta a tudo que facilite nosso dia, porém vendedores e compradores têm que estar em sintonia, ter um ótimo relacionamento e isso hoje está cada vez mais distante. Corpo de vendas é o “calcanhar de Aquiles” nos negócios. Estou falando da Diasmar, empresa com 27 anos de vida, sólida, que teria tudo para crescer, dobrar as vendas, porém onde está o “homem da rua”, aquele que sai feliz para visitar seus clientes e amigos? Mais fácil tentar por via tecnológica.

Roseli Gardim

É difícil encontrar, é preciso treinar, o que não é fácil no ramo de autopeças. Nossos funcionários são treinados aqui mesmo. Muito em razão do treinamento que fazemos, um ex-motoboy agora é meu melhor balconista, está há oito anos comigo.

Como motivar os profissionais do mercado a buscar de forma ativa o aprimoramento?

 Mônica Cassaro

Acreditamos que o forte apelo de nossas marcas Magneti Marelli e Cofap seja um fator de grande motivação entre as pessoas ao buscar por nossos cursos e treinamentos. Para nós é mandatório estar sempre na vanguarda do mercado, ou seja, além de oferecer um amplo portfólio de produtos, também precisamos ser capazes de oferecer rapidamente a capacitação que o mercado precisa. Estamos cientes dessa responsabilidade e buscamos sempre estabelecer uma agenda, definindo um amplo plano de atividades que envolva todos os elos da cadeia em prol de um projeto comum. Sem mão de obra capacitada, a reparação não consegue se desenvolver para acompanhar a evolução do mercado.

Luciane Tuma

Buscando novas soluções e formas de fornecer conteúdo ao mercado. A NGK possui no site uma plataforma de treinamentos online que permite ao profissional assistir a vídeo-aulas e até imprimir um certificado ao final do curso. É essencial atuar de forma próxima aos clientes para que eles se sintam motivados a buscar mais conhecimento. Essa postura de parceria faz com que o mercado de reposição confie não somente em nossos produtos, que são reconhecidos pela sua excelência, mas também em nossos treinamentos como forma de desenvolver conhecimentos.

Christiane Verne

Para ser competitivo no mercado automotivo é necessário estar atento às novidades e rumos das demandas e inovações. O profissional, em todos os níveis da cadeia, deve sair da zona de conforto e se atualizar com frequência, tanto comercial como tecnicamente. Muitas vezes, essa iniciativa acontece de forma espontânea, no entanto, outros precisam de um estímulo de seus gestores para obter novas competências e gerar resultados. Os desafios que o próprio setor impõe também impulsionam a busca por especialização e mais conhecimentos. A Bosch tem como objetivo ser a parceira do aplicador em diversos aspectos.

Talita Forte

Muitas vezes apenas com pequenas atitudes os profissionais se sentirão motivados, sendo através de incentivos, por meio de reuniões para falar dos bons resultados, elogiar o trabalho que esta sendo executado, propor pequenos desafios com recompensas. Enfim cada profissional deve ser tratado se maneira individual, pois cada um tem seus anseios e expectativas.

Marly Mello

O funcionário sempre deve saber qual é a dinâmica da empresa em que trabalha. É preciso, pacientemente ao contratar, explicar como a empresa trabalha, quais são as etapas a seguir, o que significa, quais são as vantagens de segui-las e quais são os prejuízos se alguma etapa falhar. Temos que estar dispostos a ouvir, mesmos os erros, pois só assim poderemos corrigi-los. Fora da empresa, que sejam bem instruídos com informações corretas para que não haja mal entendido. Devemos ficar sempre à disposição, com canais abertos a qualquer hora para esclarecimentos e, é claro, recompensá-los pelo bom trabalho.

Roseli Gardim

O ponto principal é o salário, não há como negar. Geralmente o funcionário que é bem remunerado trabalha bem também. Não é uma questão de ganhar bem ou mal, tem que estar no padrão. Tem também a questão da amizade entre os funcionários, o bom ambiente, e um sentimento de possuir líderes sempre abertos ao diálogo.

 

Quais são os principais desafios do mercado de reposição hoje?

Jane de Castro

O mercado de reparação no Brasil é constituído em sua maioria (80%) por oficinas independentes. Um cenário totalmente diferente dos países europeus. Raramente o consumidor brasileiro faz manutenções preventivas. Este comportamento impacta no volume de negócios em nosso setor, sendo assim o nosso desafio maior hoje é ser excelente no pós-venda, tendo uma participação forte junto ao cliente final e reparadores, fazendo com que assim a gente consiga com essa aproximação, a fidelização e o aumento dos números.

Magali Carvalho

A economia retraída gerou em todos os setores um receio maior quanto a investimentos por parte das empresas e dos consumidores. As vendas de 0 km caíram e com isto a reposição ganhou notoriedade, porém, sem crescimento exorbitante. Este ano, percebo um pouco mais de otimismo no setor, o grande desafio é fazer bem feito com cada vez menos recursos, aplicando conceitos lean, evitando desperdícios e entendendo realmente a necessidade dos clientes, mantendo-os satisfeitos, com produtos de qualidade, lançamentos constantes e suporte no pós venda.

Cibele Cozer

O principal desafio da reposição é entender suas necessidades. Por esse motivo, a Tenneco atua de forma muito próxima dos clientes, antecipando as demandas e garantindo que produtos de qualidade cheguem até o mercado. O aftermarket é composto por um público plural – distribuidores, varejistas, reparadores e donos do carro – e, por isso, requer soluções dinâmicas que possam atender com excelência esses diversos perfis de consumidores.

Simone de Azevedo

O principal desafio, por incrível que pareça, ainda é a informação. Em um mundo de tão fácil acesso à comunicação, tão “antenado”, as fábricas que trabalham com a reposição ainda necessitam de um trabalho mais cadenciado e acessível na divulgação da qualidade dos produtos e acesso (PDVs) a estes produtos/marcas através do respaldo das fábricas com informações rápidas e precisas. Acredito que a segurança e o desenvolvimento da reposição sejam mais eficientes e consistentes.

 Ana Paula Cassorla

O maior desafio no momento não apenas da reposição mas para qualquer segmento é lidar com a insegurança política e econômica. O panorama generalizado de insegurança do empresariado acaba gerando dúvidas e as empresas muitas vezes paralisam ou retardam investimentos que poderiam trazer melhorias e desenvolvimento. Além desta situação causada pela crise econômica e política, temos vários outros desafios, como manter as empresas preparadas para atender o mercado considerando as tendências e mudanças que o mercado está passando. As indústrias de autopeças que atendem as montadoras sentem profundamente a crise. O mercado de reposição precisa de fabricantes fortes, saudáveis e o que estamos vendo é uma indústria fragilizada e preocupada com o futuro.

 Quais impactos a crise política pode trazer ao mercado até o final de 2018, quando se encerra o atual governo?

 Jane de Castro

A crise continua, mas com uma perspectiva melhor devido ao estancamento parcial da corrupção generalizada que se instalou no país. Um início de melhora no campo econômico é o que se espera para o segundo semestre de 2017, se estendendo ao final de 2018, mas não há garantia de que haverá recuperação total da economia até o final de 2020. Nada é rápido quando se pensa que estamos em recuperação de quase duas décadas de corrupção em todo o panorama político e social, por isso esperamos pouco crescimento no mercado, mas uma estabilização nos ânimos corporativos e sociais.

 Magali Carvalho

Embora eu creia que o pior já tenha passado, ainda temos um longo caminho pela frente, com incertezas e o peso da falta de credibilidade criada. Acredito que a confiança aos poucos pode voltar e, com isso, o setor de autopeças retome um crescimento sustentável.

Simone de Azevedo

Os impactos são imprevisíveis em um país onde a insegurança jurídica é motriz, inclusive de todo um sistema de governo. Já faz tempo que na Mobensani nossos projetos são construídos em cima de uma análise de mercado através da experiência do consumidor e, portanto, estes projetos não passam pelo crivo de uma análise política diretamente. Eu acredito que ainda teremos muitos fatos importantes na política que vão nos alarmar e continuar nos deixando perplexos. Então, em meados de 2018, com tanto “chacoalho” vamos entrar em um momento de mais serenidade e compromisso com o crescimento do Brasil e não com o “aumento” do Brasil através de interesses particulares e benefícios de uns e outros.

Ana Paula Cassorla

Estamos passando por uma profunda crise política. O remédio para sairmos desta situação passa pelo governo conseguir implementar as reformas que trariam impacto na economia do país. As empresas, os investidores precisam enxergar sinais de recuperação econômica. A redução significativa de gastos públicos que refletiria em melhoras na economia só acontecerá quando o governo tiver força para implementar as reformas política, da Previdência e fiscal. Mas o que estamos assistindo é um governo muito fragilizado, com sérias denúncias de corrupção que não está conseguindo a estabilidade necessária para conseguir realizar muitas mudanças. Nosso governo passa por uma forte falta de credibilidade, de apoio popular e não me parece que terá articulação política para avançar neste sentido. Sem as reformas necessárias a recuperação econômica será ainda mais lenta.

 


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