Claudio Milan
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Em 1830 Robert Anderson inventou o primeiro carro elétrico. Mas, como sabemos, o veículo movido por motores a combustão acabou se tornando preponderante – as baterias eram ineficientes e a energia escassa.
Com o tempo, no entanto, a tecnologia evoluiu muito – é verdade que demorou… “Em 2012 a Tesla lançou o modelo S com enorme sucesso. E em 2021 já temos o Renault ZOE rodando e respondendo por 50% das vendas de elétricos na Europa” contou Gerson Prado em sua apresentação no Seminário da Reposição Automotiva 2021.
Essa evolução foi resultado da invenção e viabilização comercial da bateria de lítio. “O custo por kW/hora das baterias caiu de 1.000 dólares em 2010 para 100 em 2021. Além disso, existe grande pressão global pelo veículo não poluente”, acrescentou Prado.
Somados estes fatores à autonomia que já supera os 300 a 400 quilômetros por carga e aos incentivos governamentais pelo mundo, o cenário está desenhado para a expansão sem volta do carro elétrico. “Ele vai realmente tomar todas as diretrizes de todas as montadoras. Em 2030, o carro elétrico representará 32% de todas as vendas de veículos no mundo. A China puxa hoje 49% de todos os desenvolvimentos de veículos elétricos no mundo”.
De acordo com os números da Nexus apresentados por Gerson Prado, a capacidade instalada hoje de geração de energia elétrica é suficiente para a expansão dos carros elétricos – considerando também as energias renováveis, como a eólica.
Com isso, o desenvolvimento de novos motores a combustão interna vem sendo gradativamente encerrado pelas montadoras. “Esses motores serão banidos. Tudo o que as montadoras estão desenvolvendo agora é para o motor do carro elétrico”, disse Gerson.
E para todo o trade do Aftermarket Automotivo a disruptura será imensa. Um exemplo da revolução é a drástica redução do número total de partes móveis: de acordo com a apresentação da Nexus, enquanto um carro movido por motor a combustão reúne o total de 20 mil partes móveis, no caso do elétrico o número desaba para apenas 20 destes componentes. “Hoje 40% do custo está na bateria, mas esse custo vai cair nos próximos anos”, lembrou Gerson Prado.