A troca de carros com motores a combustão pelos elétricos enfrenta um novo problema: os motoristas não querem comprar veículos elétricos usados, o que atrapalha o mercado de veículos novos. No mercado de segunda mão, avaliado em US$ 1,2 bilhão, os preços dos carros elétricos estão caindo mais rapidamente do que os de veículos com motor a combustão. Os compradores evitam comprá-los devido à falta de subsídios, ao desejo de esperar por uma tecnologia mais moderna e às deficiências na infraestrutura de carregamento.
Uma guerra de preços desencadeada pela Tesla e pelos modelos chineses mais competitivos deprimiu ainda mais os valores dos automóveis novos e usados, ameaçando os lucros de rivais como a Volkswagen e a Stellantis.
Dado que a maioria dos veículos novos na Europa é vendida por meio de leasing, os fabricantes de automóveis e as concessionárias que financiam essas transações tentam recuperar as perdas com a queda acentuada de preços aumentando os custos dos empréstimos.
Impactos no mercado europeu
Esse movimento afeta a procura em alguns mercados europeus que estavam na vanguarda da troca de carros movidos a combustíveis fósseis. Alguns dos maiores compradores de carros novos, incluindo empresas de aluguel, estão reduzindo a participação de veículos elétricos porque perderam dinheiro nas revendas. É o caso da Sixt, que retirou modelos Tesla da sua frota.
“Quando um carro perde 1% do seu valor, tenho 1% menos lucro”, disse Christian Dahlheim, que dirige o braço de serviços financeiros da VW. Os problemas com os carros elétricos de segunda mão, disse ele, têm o potencial de destruir bilhões de euros em lucros para a indústria em geral.