O comercio eletrônico de peças e acessórios automotivos no Brasil, sem sombra de dúvidas pode ser considerado um sucesso.
Atualmente os canais digitais de vendas já somam entre 5 e 8 % do total de receitas geradas no aftermarket e devem movimentar até 8 bilhões de
reais no ano de 2022. Isso sem levar em consideração o que é transacionado nas plataformas B2B dos grandes distribuidores e varejos do país.
Ainda que a frota brasileira esteja crescendo constantemente, nota-se que o mercado local ainda possui
grande potencial de desenvolvimento no longo prazo, principalmente quando comparado a de países
de primeiro mundo. Atualmente a relação de habitantes por veículos no Brasil é de 4,73 (pessoas para
cada carro leve em circulação) sendo que em estados como Maranhão e Pará essa taxa supera os 10
habitantes para cada veículo em circulação. Como se
observa no gráfico:
Ainda que existam infindáveis potencialidades no mercado
nacional, o preço atual das unidades e o custo de mantê-las pesa
significativamente na decisão do consumidor, que busca opções
mais econômicas e acessíveis para adquirir seu automóvel.
Os dados apresentados no gráfico apontam que nos
últimos três anos, o valor médio dos veículos leves zero km sofreu
uma valorização de 51%, que pode ser explicada pela volatilidade
cambial, juros elevados e a falta de insumos (matéria-prima e
componentes). Tal fenômeno também é observado pelo preço
médio dos veículos em circulação no Brasil
Com os preços em ascensão ao decorrer dos anos, o consumidor
passou a buscar opções mais econômicas que lhe permitissem,
ainda, conquistar seu veículo próprio. Desta forma, a demanda
por carros usados teve um aumento de 18,15% no ano de 2021
segundo a Fenabrave, uma vez que esses modelos têm custo
reduzido se comparados aos de zero km, tornando-se uma
possibilidade atrativa aos que buscam comprar um carro.
Essa nova realidade altera os hábitos de manutenção no
mercado brasileiro e impacta na idade média da frota, uma
vez que o número de veículos usados em circulação está em
constante crescimento e, agora, mais valorizados. Veja no
gráfico à esquerda a evolução real e prevista da idade média da
Frota Brasileira.
Este conjunto de varáveis nos permite afirmar que o
mercado de reposição será impactado positivamente,
principalmente pelo fato de que uma frota mais velha e
de maior valor agregado resulta em uma maior procura
por manutenções veiculares.
O ponto de atenção para os tomadores de decisão do
segmento permanece sendo o custo do combustível e
sua consequente redução do uso dos veículos.