CEO da VW defende uso do etanol nos veículos híbridos da marca -

CEO da VW defende uso do etanol nos veículos híbridos da marca

Pablo Di Si acredita que solução é a melhor para os mercados emergentes.

Auto Indústria

Pablo Di Si, CEO da Volkswagen na América Latina apresentou recentemente ao conselho da empresa sua visão de que os motores híbridos a etanol têm tudo para ser alternativa mais limpa e economicamente muito mais viável para boa parte dos mercados emergentes do que os puramente elétricos. Seja pelo aspecto econômico ou mesmo pelo tipo e oferta de energia que esses mercados disporiam para o abastecimento de uma grande frota elétrica.

A argumentação foi bem aceita e ele conseguiu o aval para a constituição, aqui, do Centro de Pesquisa & Desenvolvimento do Grupo Volkswagen voltado a energias alternativas e biocombustíveis.

Os recursos necessários, cronograma e a estrutura, que ocupará áreas nas fábricas de São Bernardo do Campo e São Carlos, SP, ainda passam por avaliação e devem ser divulgados na próxima visita ao País do CEO global Herbert Diess, inicialmente prevista para ocorrer até setembro.

Mundialmente, os planos da Volkswagen parecem ir em outro sentido. O grupo está disposto a ser líder em carros elétricos já até 2025 e chegar a 2030 com metade de suas vendas nos principais mercados com a tecnologia — e a quase 100% já dez anos depois. A planilha de lançamentos  indica 130 veículos elétricos e híbridos até o fim desta década, cujos projetos consumirão algo como € 46 bilhões dos € 73 bilhões do ciclo de investimento anunciado de 2021 a 2026.

O problema futuro — ou a oportunidade, na visão de Di Si — é justamente esse: com produtos voltados quase que integralmente aos mercados europeus, chinês e norte-americano, de maiores volume e poder aquisitivo, as operações localizadas nas demais regiões podem ter suas relevâncias reduzidas dentro do grupo.

Di Si não vê incongruência entre esse esforço regional e as diretrizes tecnológicas globais da montadora. Diz que a oferta de motores a mais limpos só a combustão ou híbridos flex para vários países é uma “estratégia complementar” aos planos de descarbonização do grupo, que objetiva ter a grande maioria de sua frota de veículos eletrificada até 2035 e se tornar neutro em emissões antes da metade deste século.


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