O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que empresas chinesas irão investir mais R$ 27 bilhões no Brasil. Os aportes serão feitos por companhias de diversos segmentos, como o de delivery, caso da plataforma Meituan, de energia limpa, carros elétricos, mineração, entre outros.
Lula está em viagem oficial a Pequim, onde participou do Fórum Empresarial Brasil-China, com investidores chineses e brasileiros. O fluxo comercial entre os dois países é de cerca de US$ 160 bilhões, informou a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Entre os investimentos chineses estão previstos:
– R$ 6 bilhões da montadora chinesa Great Wall Motors (GWM) para expansão de suas operações no Brasil;
– R$ 5 bilhões da Meituan, plataforma chinesa de delivery;
– R$ 3 bilhões da estatal chinesa de energia nuclear CGN para construir um hub de energia renovável no Piauí;
– R$ 5 bilhões da Envision para construir um parque industrial zero emissões de carbono para a produção de Combustível Sustentável de Aviação, hidrogênio verde e amônia verde;
– R$ 3,2 bilhões da rede de fast food Mixue;
– R$ 2,4 bilhões da mineradora Baiyin Nonferrous;
– R$ 650 milhões da Longsys para ampliar a capacidade produtiva de fábricas de semicondutores em São Paulo e Amazonas.
Parcerias entre empresas
Também foram fechadas parcerias entre empresas chinesas e brasileiras. Na área da saúde, a Eurofarma assinou acordo com a Sinovac para a criação do Instituto Brasil-China para Inovação em Biotecnologia e Doenças Infecciosas e Degenerativas, que deve pesquisar vacinas.
Ainda na Saúde, a Fiocruz e a farmacêutica chinesa Biomm irão investir na produção local de insulina.
No total, na área da Saúde foram fechados oito acordos prevendo transferência de tecnologia na produção de medicamentos, insumos farmacêuticos ativos, vacinas e equipamentos médicos.
Outra parceria entre empresas envolve a Raízen Energia e a chinesa SAFPAC, para o fornecimento de bioetanol.
Já a REAG Capital Holding e CITIC Construction irão atuar em conjunto em um programa de conversão de pastagens degradadas em sistemas de produção agrícola e florestal sustentável no Brasil.
A ABES e o ZGC preparam parcerias envolvendo inteligência artificial e infraestrutura de dados.
Commodities
Em seu discurso aos empresários, Lula disse que as exportações de commodities são positivas para o Brasil, mas observou que esse tipo de limitação decorre da falta de investimentos em educação.
“É preciso entender quanto de tecnologia tem hoje em um grão de soja. E quanto de engenharia genética tem em um quilo de carne ou de frango, porco ou em um saco de milho”, argumentou. “Temos que exportar agronegócio e utilizar esse dinheiro que entra para investir em educação, para podermos ser competitivos com a China na produção de carro elétrico, na produção de baterias, na construção de inteligência artificial. Ninguém vai dar isso de graça para nós brasileiros”, disse.
