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O setor automotivo espera aumentar o volume de vendas de automóveis entre 5% e 10% neste ano, na comparação com o ano anterior, com as medidas anunciadas pelo governo federal para baratear o preço dos carros populares. A estimativa foi apresentada pelo presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no RS (Sincovid-RS), Paulo Ricardo Siqueira, em entrevista ao Redação no Ar desta segunda-feira (12).
O governo fez o anúncio do subsídio para carros de até R$ 120 mil com até 10,79% no dia 25 de maio, no Dia da Indústria. Porém, o programa foi repaginado para incluir o transporte coletivo e de cargas no dia 5 de junho, quando foi detalhado. No total, as renúncias fiscais chegam a R$ 1,5 bilhão — R$ 500 bilhões somente para o mercado automotivo.
Os consumidores serão beneficiados com descontos que giram entre R$ 2 mil a R$ 8 mil. Conforme ele, o programa abrange um universo de cerca de 100 mil veículos. Considerando que a produção mensal é aproximadamente 160 mil pelas montadoras, o volume de unidades agraciado se esgotaria em menos de 30 dias, estima o presidente do sindicato — bem antes dos 3 e 4 meses como o governo estimou.
“Quem tem interesse em adquirir um veículo novo com esses benefícios, que realmente se dirija às lojas com rapidez, porque a procura está muito grande e é possível que se esgote num prazo muito antes do que o governo prevê”, ressalta.
Siqueira destaca que o setor vê como um fato positivo o esforço e o interesse do governo no sentido de promover uma movimentação do mercado automotivo, alavancando as vendas. “Com as medias que o governo anunciou, em que pese de forma mais comedida do que se esperava, elas atendem a esse propósito”, comenta.
Além do subsídio, as montadoras e concessionárias estão fazendo promoções que podem, em alguns casos, aumentar esse beneficio em até R$ 10 mil. Segundo Siqueira, o desconto escalonado para carros de até R$ 120 mil mostra que o mercado automotivo ficou mais elitizado — o preço médio do automóvel novo está em cerca de R$ 100 mil.
Responsabilidade fiscal
O programa de estímulo encontra limitação severa no volume de dinheiro disponibilizado, pondera Paulo Siqueira. De acordo com ele, o governo agiu com senso de responsabilidade fiscal na medida. O presidente do sindicato de concessionárias do RS lembra que, para custear o subsídio para carros, caminhões e ônibus, o governo federal adiantou a retomada da tributação do diesel.
Fatores dos preços elevados
No entendimento do dirigente sindical, a pandemia de coronavírus e a guerra na Ucrânia estão entre os principais fatores que levaram a um aumento considerável nos valores dos carros novos. Paulo Siqueira ressalta que é um mercado sensível, que teve as cadeias produtivas afetadas significativamente. “Isso afeta produção e venda”, confirma.
Ele também lembra da evolução da tecnologia embarcada, seja por legislação ou por exigência do mercado consumidor, para justificar os preços elevados.
