Algoritmos não são capazes de simular a capacidade de criar relação afetiva junto ao consumidor, uma marca dos balconistas de autopeças
A evolução tecnológica e as novas ferramentas digitais têm modificado de forma profunda as relações sociais e mercadológicas em todo o planeta. Ao mesmo tempo em que as novidades abrem infinitas possibilidades para os consumidores e os próprios comerciantes, cria-se, também, um cenário repleto de incertezas sobre a continuidade de uma série de profissões hoje na mira da tecnologia.
É fato que as novas ferramentas vêm otimizando progressivamente os processos empresariais, aumentando a produtividade dos empreendimentos nos mais diferentes setores. Mas também é verdade – e já há exemplos concretos a comprovar – que a tecnologia instaura a possibilidade de se tornar algo capaz de substituir a força de trabalho do ser humano em diversas áreas, sobretudo nas ditas operacionais. Os mais experientes se lembrarão das agências bancárias no tempo em que não havia terminais eletrônicos. O número de caixas era grande; hoje, há agências que nem sequer contam mais como esse tipo de atendimento.
No mês passado, o Novo Varejo publicou duas reportagens sobre inteligência artificial a serviço do comércio. Em uma delas – “Redução do Custo Tecnológico Promete Popularizar inteligência artificial no varejo, edição 283, página 18 –, o sócio da BlueLab e especialista em automação de atendimento, Mateus Azevedo, decretou que o desenvolvimento das inovações da Tecnologia da Informação e a extinção de postos de trabalho caminham de maneira diretamente proporcional. A BlueLab, inclusive, tem como uma de suas especialidades a implementação do uso de bots de voz e chat em empresas do setor varejista, substituindo, por exemplo, operadores de telemarketing e profissionais de ouvidoria.
Mas como ficam nessa equação os profissionais de venda dos varejos físicos? A princípio não há com o que se preocupar. A visão do cenário de massificação da substituição da mão de obra inteligente por tecnologia desenhado por Mateus Azevedo não é compartilhada por alguns dos maiores varejistas do país.