Concentração dos veículos em frotas abre novas oportunidades -

Concentração dos veículos em frotas abre novas oportunidades

Transporte por aplicativos, veículos por assinatura e locadoras de automóveis levando a um fenômeno de concentração em frotas
Por Claudio Milan

Os novos conceitos de mobilidade estão entre os fatores de disrupção que irão pesar sobre o mercado de reposição nos próximos anos. A relação entre uso x propriedade do veículo trará mudanças significativas, até em razão da velocidade com que as tendências vêm se consolidando. “Não é à toa que já temos 45% das vendas de veículos novos no Brasil nas mãos de frotistas e locadoras”, pontuou Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças. Segundo o executivo, a frota circulante do país caminha para a casa dos 60 milhões de unidades, o que representa uma indiscutível oportunidade de novos negócios para todo o setor automotivo, apesar das transformações em curso. “Vamos ter uma multimodalidade em relação ao que estávamos acostumados. Vai mudar para a indústria a forma de produzir e a forma de se comunicar com o restante da cadeia, o que a gente chama de manufatura 4.0 ou digitalização ou inteligência artificial. E ao invés de falarmos muito em conteúdo e manufatura locais, que formam uma proteção, vamos falar mais na integração do Brasil ao mundo”.

O presidente do Sicap, Alcides Acerbi Neto, também chamou a atenção para o que se pode extrair desse processo de concentração. “Algumas oportunidades têm aparecido. Se fala muito de concentração de frotas em Uber, por exemplo. Isso está acontecendo hoje. Mas esses carros rodam muito mais, vão precisar de manutenção”.

E necessidade de manutenção também acaba levando ao debate sobre a inspeção técnica veicular, obrigatória desde o surgimento do Novo Código de Trânsito Brasileiro, mas até hoje uma lei que não saiu do papel. Segundo Dan Ioschpe, o programa é uma das prioridades para 2020. “Esse é um objetivo fortíssimo das nossas entidades na esfera nacional, mesmo que com requerimentos mais leves no início. Poderia ocorrer da forma mais simples do ponto de vista econômico e operacional para o usuário, mas que a gente pudesse começar a ter uma garantia de que haverá redução de emissões, de acidentes e uma melhoria do uso sócio econômico dos produtos que a gente disponibiliza. Seguimos trabalhando fortemente nesse tema, que é chave para nós. Estamos em Brasília constantemente tratando desse assunto, porque entendemos que é um tema nacional, mas havendo oportunidade em algum estado vamos fazer todo o esforço para que isso ocorra”.

Rodrigo Carneiro, presidente da Andap, lembrou que o governador de São Paulo, João Doria, cogitou a possibilidade da implantação da inspeção técnica veicular durante a abertura da Fenatran, um dia antes do Seminário.


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