Sabemos que 2020 ‘não está para peixe’ – como se diz no dialeto dos caiçaras de boa parte das regiões do território nacional. Apesar disso, dedicamos esse post para os raros brasileiros que terão condição de comprar um veículo zero quilômetro nos próximos meses ao listarmos os melhores carros custo-benefício 2020.
Para cada uma das categorias de automóvel dos ‘populares’ – de entrada, os utilitários destinados a servir empresas e trabalhadores autônomos ou os mais luxuosos destinados a uma classe com maior poder de investimento, existe uma série de opções a serem avaliadas pelo consumidor na hora da compra.
Nesse contexto, um dos principais critérios se refere ao chamado ‘custo-benefício’. Mas será que sabemos, ao certo, o que esse termo realmente significa?
A fim de fugir do senso comum a respeito do verdadeiro sentido dessas duas palavras que unidas por um hífen conferem ‘valor especial a uma mercadoria’, consultamos aquilo que o responsável por criar espécie de fórmula geral do custo-benefício tem a dizer sobre o tema.
Para Philip Kotler, a fórmula do custo-benefício separa produtos que entregam apenas preço daqueles que entregam valor
Uma das principais referências do marketing mundial, o estadunidense Philip Kotler tem insistentemente disseminado a ideia de que o outrora abstrato termo ‘custo-benefício’ nada mais é do que dois fatores que se somam para gerar o que o marketing chama hoje de ‘valor’.
Até aí tudo bem, mas o que necessariamente significa essa palavra valor no contexto colocado pelo especialista?
Segundo Kotler, valor é tudo aquilo que satisfaz de alguma maneira algumas das principais necessidades do ser humano – as quais, segundo ele, são as necessidades: fisiológicas (aquilo que diz respeito à sobrevivência como a fome e a sede), segurança, afeto (para ele, o humano precisa se sentir amado por amigos, pela família, o cônjuge), auto-estima (sentir-se bem posicionado diante do ambiente externo) e no topo auto–realização (ter supridas todas as necessidades citadas acima).
Dentro desse contexto podemos dizer que empresas como a Jequiti, do Grupo Silvio Santos, se dedicam a entrar o valor ‘auto-estima’ a um preço acessível a seu público-alvo – aquilo que os marketeiros definem como ‘a Classe C’, utilizando o critério de poder de consumo como principal parâmetro para tal.
É justo dizer, portanto, que a marca de cosméticos Jequiti entrega – sim – custo-benefício. Pois entrega valor de maneira acessível para seu público.
O custo-benefício no mundo automotivo
Agora que já sabemos de maneira mais detalhada o que significa o termo ‘custo-benefício’, é preciso saber como ele se encaixa no mundo dos automóveis para, aí sim, podermos ranquear os melhores carros custo-benefício 2020.
Historicamente, o mercado automotivo é permeado pelo atendimento de duas necessidades específicas das cinco listadas na fórmula de Kotler, além – é claro, da locomoção propriamente dita: a da segurança e a da auto-estima.
No âmbito da segurança, além de termos o mais óbvio dos significados do termo – a estabilidade do veículo e seu sistema de prevenção de acidentes, temos também a conotação de durabilidade.
Quanto o proprietário pode estar seguro de que o motor daquele automóvel durará o tempo esperado para um bem de tamanho investimento. E seus outros componentes? Quanto é que eles durarão? Terei facilidade e um preço justo no inevitável momento da manutenção, seja por prevenção ou para correção de problemas?
Por tudo isso que abrange a ‘necessidade humana’ por segurança quando relacionada ao automóvel, este é um elemento que constantemente tem peso grande na hora de avaliar o quanto de ‘valor’ aquele carro entrega.
Não sejamos, porém, hipócritas de adotar uma visão puritana e simplesmente técnica na hora de olhar para a simbologia do carro na sociedade atual.
Basta observarmos os comerciais de automóveis e os clipes das músicas populares para perceber rapidamente que ele é em grande parte um artigo de ‘status’ para nossa cultura e, portanto, está intimamente relacionado com a necessidade da ‘auto-estima’.
Um carro durável e seguro, de baixo preço – mas que será visto como ‘feio’, ou como ultrapassado por não possuir determinado conjunto de tecnologias, pelo grupo social do cidadão que está prestes a comprá-lo, certamente pesará negativamente em seu momento de decisão, podendo, inclusive, dissuadi-lo da ideia da compra.
Temos a partir de então uma definição bastante sólida daquilo que é um automóvel de custo-benefício: ele tem de ser acessível financeiramente a seu público alvo, entregar segurança/durabilidade e também atender aos padrões estéticos e até mesmo de profundidade de componentes de sua categoria.
Estamos preparados, agora, para nomear os automóveis que se encaixam no termo.
Volkswagen Up! Lidera os melhores carros custo-benefício 2020 na categoria dos subcompactos
Custo: 49.590
Nem de longe o mais barato de sua categoria – sendo cerca de 15 mil reais mais caro do que o mais barato competidor entre os subcompactos, o Renault Kwid, o Up! se destaca pelo valor que entrega a seus proprietários, por isso ele é listado entre os melhores carros custo-benefício 2020.
Fazendo jus à reputação de excelência em engenharia da montadora alemã Volkswagen, o UP! entrega um motor eficiente e quase-divertido em um conjunto aspirado que entrega até 82 cavalos de potência.
Além disso, como bom ‘Volks’, ele possui um dos custos de manutenção mais baratos do mercado e conta com a vantagem do fato de grandes partes dos mecânicos brasileiros terem familiaridade com as principais características dos veículos da marca.
O Up! é ainda econômico – rendendo até 14.5 quilômetros por litro na estrada e cerca de 13 quilômetros por litro na cidade.
Não chegando a ser um HB20, da coreana Hyundai – que conta com tremendo aparato tecnológico para um subcompacto, o popular da Volkswagen supera a tradição ‘econômica’ da marca no quesito, em seus carros de entrada, saindo de fábrica com itens como ar-condicionado, direção elétrica, trio elétrico, som com Bluetooth e USB, suporte para celular, chave tipo canivete com telecomando e computador de bordo.
Entre os ‘hatches’, Chevrolet leva a melhor com o Onix LTZ 1.0 turbo
Custo: 60.990
Uma espécie de sucessor do Corsa, um dos modelos mais populares da história automobilística do Brasil, o modelo Onyx – da americana Chevrolet, tem animado consumidores e especialistas.
A profundidade de sua tecnologia e equipamentos simplesmente não é fácil de achar na categoria hatch, sobretudo entre os mais baratos – como ele.
O Onyx LTZ 2020 traz controles de estabilidade e tração e seis airbags – além de um moderno assistente de partida em rampas, ferramenta utilíssima para a boa parte dos motoristas que se sentem desconfortáveis em arrancar na ladeira com um carro a poucos metros de distância de sua traseira.
Outros itens de destaque do modelo são sua central MyLink com wi-fi, o carregador de celular por indução, rodas de liga leve aro 15″, faróis de neblina e chave presencial.
A Chevrolet encontrou ainda uma forma de encaixar dentro do valor de R$ 60 mil por unidade uma certa dose de luxo – a partir de um volante todo revestido de couro.
Na categoria sedãs compactos, mais um Volkswagen: dessa vez o Virtus Comfortline 200 TSI
Custo: R$ 78.590
Um Volkswagen na totalidade do termo, o Virtus se permite ser mais caro do que boa parte dos concorrentes da categoria sedãs compactos – mesmo possuindo um acabamento para lá de simples e até meia-boca do modelo.
A falta de conforto visual, no entanto, é absolutamente compensada por um conforto físico para o motorista e os passageiros – conforto esse que se soma à tradicional qualidade da engenharia do automóvel.
Com um comportamento dinâmico quase exemplar, o Virtus arrepia nas ruas com um desempenho de até 128 cavalos de seu motor e um câmbio automático de seis marchas.
Embora peque na falta de uma câmera de ré, o automóvel traz bom conjunto equipamental com seu assistente de subidas, um sistema multimídia com conectividade para celular, um computador de bordo e seus controles de estabilidade e tração.
Em uma briga de japoneses, Honda vence e posiciona seu Civic EX entre os melhores carros custo-benefício 2020
Custo: R$ 109.000
Na categoria em que a briga se concentra entre as montadoras asiáticas, o Honda Civic EX vence por pouco o Toyota Corolla 2020 – decisão polêmica, se considerarmos que seu concorrente é o líder de vendas da categoria no país, porém é este modelo que entra na lista de melhores carros custo-benefício 2020.
Seu motor de confiabilidade e durabilidade característicos das montadoras japonesas, traz boa potência e robustez: 1.5 com desempenho que pode chegar a 207 cavalos -configurações, que embora mais do que sólidas para a categoria, não são a razão de posicionarmos o modelo à frente do Corolla.
É nos detalhes que o Civic se separa de seu concorrente primário – sobretudo no que diz respeito a seu acabamento e no conforto de rodagem.
Mesmo sem possuir um conjunto de equipamentos ‘espalhafatoso’, o Civic recebeu uma generosa distribuição na área por parte da Honda ao vir com controles de estabilidade, central multimídia, câmera de ré, assistente de direção, seis airbags e- além de controle de tração e subidas.
Montadora japonesa Nissan vence com o Kicks S 1.6 CVT entre os SUV compactos – categoria que tem se tornado a queridinha da chamada ‘classe média’ brasileira
Custo: R$ 86.990
Os SUV estão na moda e até mesmo veículos que não possuem as características que genuinamente o posicionam nesta categoria – um mix da estrutura das peruas e com a dos utilitários, querem fazer parte da categoria.
Dentre os ‘queridinhos’ do público, porém, é o Nissan Kicks S 1.6 CVT que fica com o título de melhor custo-benefício – utilizando seu alto conforto para bater concorrentes fortes e aclamados como o Jeep Renegade e o Ford EcoSport.
De acordo com conclusões expressadas por especialistas a partir de test-drives, o Kicks tem uma posição de dirigir altamente confortável – o que somada a funções como seu piloto automático, tornam agradabilíssima a experiência de seus proprietários.
Diferentemente da maioria dos automóveis de sua categoria, o Nissan Kicks entrega excelente economia de rodagem – produzindo um desempenho de 11,4 quilômetros por litro quando na cidade e de até 13 quilômetros por litro na estrada, graças a um surpreendente motor aspirado 1.6.
Em termos de equipamento, o modelo traz o útil assistente de partida em rampas, uma central multimídia com conectividade Android Auto e CarPlay – além dos quase-obrigatórios para a categoria: controles de tração e de estabilidade.
Fiat Toro Endurance 1.8 coloca a Fiat na lista dos melhores carros custo-benefício 2020
Custo: R$ 96.990
Entre os utilitários, o moderníssimo Fiat Toro Endurance 1.8 vence o resto da categoria mesmo possuindo um custo mais elevado do que a maioria de seus concorrentes – mostrando que a quantidade (e a qualidade) do elemento benefício tem peso importante na equação do termo ‘custo-benefício’.
A tradicional montadora italiana conferiu ao modelo um comportamento dinâmico acima da média em se tratando de uma picape e caprichou no item mais importante de um utilitário: o espaço disponível.
Além de ‘mais útil’ que a média, o Toro bate os componentes no quesito design – elemento que nos faz até mesmo esquecer que sua prioridade é servir a profissionais que necessitam de um meio para levar os mais diferentes tipos de bagagem.
Outros atributos positivos do modelo são seu motor 1.8 – que entrega um desempenho de até 170kg, e a boa combinação de equipamentos como o ESP e o controle de subida, itens presentes mesmo em sua versão de entrada.
Tradicional no mercado brasileiro, Ford Ranger vence entre as picapes médias com o modelo XLS 2.2 Diesel 4×4 AT
Custo: R$ 156.790
A última citada na lista mostra a importância da ‘necessidade de segurança’ como componente da entrega de valor de um carro a seu proprietário ao ser a primeira no segmento a oferecer cinco anos de garantia.
Resumindo: ela se garante. Ou ao menos está disposta a assumir gastos extra ao transmitir essa confiabilidade para um interessado.
A Ranger XLS 2.2 Diesel 4×4 AT preserva a característica robusta do icônico modelo de ‘caminhonetes‘ e não entrega um conforto acima da média – sobretudo no que diz respeito à mobilidade.
Não se equipara à poderosa Amarok também no que diz respeito ao desempenho do motor, mas possui em seus 160 cavalos de potência uma produção mais do que suficiente para atender seus proprietários.
A Ranger XLS 2.2 se destaca também por um elemento que tem recebido foco especial da Ford nos últimos anos – a tecnologia e os equipamentos.
O modelo chega com sete airbags, central multimídia Sync com conectividade para celular, controles de estabilidade de tração, subida e descida – além de um controle adaptativo de carga.