Consumo das famílias sobe 0,7% no primeiro trimestre, mas é freado pela inflação -

Consumo das famílias sobe 0,7% no primeiro trimestre, mas é freado pela inflação

Investimentos produtivos na economia brasileira recuaram 3,5%, diz IBGE

O consumo das famílias, motor do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, teve alta de 0,7% no primeiro trimestre de 2022, frente aos três meses imediatamente anteriores, informou nesta quinta-feira (2) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O consumo das famílias é o principal componente do PIB sob a ótica da demanda (ou seja, dos gastos com bens e serviços). Responde por cerca de 60% do cálculo do indicador no país.

O resultado do primeiro trimestre reflete um cenário de flexibilização de atividades econômicas após o baque causado pela pandemia de Covid-19.

A derrubada de restrições e o retorno de gastos com serviços, que haviam sido represados pela crise sanitária, foram os principais fatores que levaram nas últimas semanas economistas a projetarem avanço do indicador.

“No consumo das famílias, a demanda está relacionada aos serviços que são principalmente feitos de forma presencial, como as atividades ligadas a viagens”, diz Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Analistas, porém, avaliam que, passado o intervalo de volta das atividades econômicas, a reação do consumo pode esbarrar em uma série de ameaças nos próximos meses. Um dos principais riscos é o efeito dos juros mais altos, além da inflação persistente.

A retomada da demanda pelos serviços foi importante, mas o consumo das famílias mas está 0,7% abaixo do patamar pré-pandemia (o quarto trimestre de 2019), explica o IBGE. O indicador também ficou 1,2% abaixo do pico da série, no primeiro trimestre de 2014.

O mercado de trabalho também ainda não está favorecendo o consumo, já que, apesar do crescimento da ocupação, a massa salarial caiu.

A inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo) ficou em 10,7% no primeiro trimestre, na média, ante 5,3% no primeiro trimestre de 2021.

“Não fosse a inflação alta e aqueda da massa salarial, o consumo das famílias poderia ter sido maior”, diz Palis.



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