Durante a cobertura do calendário de eventos varejistas como o LIDE e o LATAM Retail Show, o Novo Varejo transcreveu repetidas vezes o pensamento de alguns dos principais empresários do setor que afirmavam com convicção que nenhuma tecnologia iria ser capaz de suprir a capacidade de adaptação e de engajamento sentimental do ser humano.
Tal pensamento, no entanto, não é compartilhado pelo sócio da Blue Lab – empresa especializada na implementação de bots de voz e chat para atendimento e ouvidoria, Mateus Baumer. Questionado sobre formas de garantir que a inteligência artificial venha complementar o trabalho de funcionários como, por exemplo, os balconistas, e não tomar seus postos de trabalho em um futuro próximo, Baumer respondeu que não hã como negar que a tecnologia vai substituir pessoas e acabar com vários postos de trabalho.
“A questão é a seguinte: imagine na produção de alimentos, como as maquinas tiram vários postos de trabalho nas fazendas. Qual o resultado? Com o aumento da produtividade, o alimento ficou bem mais barato. Se hoje voltássemos atrás, acabando com todas as máquinas e colocando gente para trabalhar no lugar, em nome de proteger um emprego pouco qualificado, encareceríamos o alimento de todas as pessoas, ou seja, em nome de um pequeno grupo, todos pagariam a conta. Assim, aumento de produtividade deixa bens e serviços mais baratos, enriquece uma população e se iniciam demandas por outros bens e serviços que nunca imaginaríamos. Veja como hoje as pessoas consomem coisas que seriam impensáveis há 100 anos, personal trainer, personal shopper, vôo de paraquedas, simuladores de vôos, etc. Precisamos de gente para criar essas novidades e só a baixa dos custos de produtos básicos permite o surgimento desse tipo de consumo”.
